O caminho, a cada rodada, se mostra mais tortuoso. Restando apenas três rodadas, o Paraná Clube não depende apenas de si para chegar à próxima fase do campeonato paranaense. Além de um aproveitamento de 100% nos jogos que lhe restam, o tricolor precisa "secar" o Roma, seu concorrente direto. Os dois clubes disputam com o Rio Branco a quarta e última vaga do Grupo A, que tem o Coritiba já classificado e Adap e Cianorte em condições relativamente confortáveis.
Depois de um primeiro turno desastroso – quando sofreu duas derrotas em casa – o Paraná corre em busca de estabilidade. O técnico Lori Sandri conseguiu melhorar o astral do grupo e desde a sua chegada o tricolor está invicto. Mas, os cinco pontos conquistados (uma vitória e dois empates) não foram suficientes para colocar o clube na zona de classificação. Na sexta posição, o Paraná está a três pontos do Roma e a dois do Rio Branco. A diferença para o time parnanguara pode ser tirada na próxima rodada. "É tudo ou nada", lembra o zagueiro Fernando Lombardi.
O tricolor só pode chegar aos 21 pontos, caso vença Rio Branco, Adap e Coritiba, pela ordem. Os dois próximos jogos serão disputados no Pinheirão e o clássico está programado para o Willie Davids, em Maringá. Com mais nove pontos, o Paraná dependeria ainda de pelo menos um tropeço do Roma. O time de Apucarana também faz dois jogos em casa – contra Adap e Engenheiro Beltrão – e um fora, diante do Rio Branco. Na chave, Adap e Cianorte ainda precisam de pontos e Engenheiro Beltrão e União Bandeirante lutam contra o rebaixamento. "Não há nada decidido, pois só o Coritiba se garantiu. Quero o grupo mobilizado", avisou o vice de futebol José Domingos.
Resta saber se essa "união" será suficiente para impulsionar o clube a três vitórias consecutivas. Mesmo assim, o definição da vaga poderia ocorrer no saldo de gols. O Roma, vencendo dois jogos também computaria 21 pontos. Hoje, o saldo do Paraná é melhor (-3, contra -5). "Precisamos fazer a nossa parte: vencer os jogos em casa, não importa de que forma", comentou o capitão Beto. Como a tabela prevê vários confrontos diretos, é até possível que uma equipe se garanta nas quartas-de-final com aproveitamento inferior aos 50% (21 pontos). "Não adianta ficar fazendo contas. O que precisamos é marcar gols e vencer os jogos", assegurou o artilheiro Renaldo.
Diretoria não fala sobre novos reforços
Diretoria e comissão técnica fazem "pacto" de silêncio. Não em relação ao time ou ao campeonato paranaense. Mas, momentaneamente, o clube não irá se pronunciar a respeito de eventuais reforços para a seqüência da temporada. "Isso não significa que não estaremos trabalhando nesse sentido. Mas, contratações só serão oficializadas após a definição das vagas à próxima fase do estadual", confirmou o vice de futebol José Domingos.
A decisão foi tomada durante a viagem de volta de Cianorte. "Sentimos nossos atacantes muito ansiosos, querendo fazer gols a qualquer custo", ponderou o dirigente. José Domingos reafirmou interesse em Valdiran, do Cianorte. O lateral Daniel também estaria nos planos, mas a "lei do silêncio" vale também para esses casos. "Queremos dar tranqüilidade aos nossos jogadores", disse. Esse será um dos temas da reunião entre diretoria e atletas. "A todo momento surgem comentários de possíveis reforços ou carências nessa ou naquela posição. E isso pode estar perturbando jogadores menos experientes", disse Domingos.
O técnico Lori Sandri não gostou da falta de pontaria do time, que desperdiçou chances claras de gol em Cianorte. "O goleiro adversário também fez defesas difíceis. Mesmo assim, é preciso melhorar." O treinador programa vários treinos técnicos para a semana. Pelo menos uma mudança é certa. Wellington Paulista deve receber a primeira oportunidade como titular do ataque, ao lado de Renaldo. Nos jogos anteriores, Giba e Marlon foram testados, mas não corresponderam. "Não pretendo mexer na estrutura, mas pequenos ajustes devem ocorrer", antecipou o técnico.