O Paraná Clube tinha ótima vantagem para prosseguir na Copa do Brasil e que tornou-se enorme ao marcar o primeiro gol no Beira-Rio.
Mas esbarrou em um Inter aguerrido, falhas em sua defesa e, principalmente, na atuação vergonhosa de Wagner Tardelli. Prejudicado claramente pelo árbitro em inúmeros lances, três deles decisivos, o Tricolor lutou como pôde, mas não resistiu à pressão.
Acabou goleado por 5 x 1, numa noite que ficará marcada pela lembrança de uma época que parecia apagada do futebol brasileiro – em que o apito definia os resultados como bem entendia.
Se o Inter esperava intimidar o Paraná com o discurso de ?suar sangue? e pressão total, tomou um baita susto no início. Fábio Luís, o Tanque, aproveitou cruzamento de Angelo e abriu o placar com apenas 3 minutos de bola rolando.
A tarefa parecia impossível para o Inter, que naquele momento precisava de quatro gols. Mas um minuto depois, Daniel Marques falhou e Andrezinho bateu bonito no canto, igualando o placar.
Então entrou em cena Wagner Tardelli, hoje apitando pela Federação Catarinense, para dar uma senhora ?mãozinha? aos gaúchos. Aos 11, o árbitro ignorou pênalti clamoroso sobre Everton, derrubado por dois zagueiros colorados. Aos 20, expulsou Angelo num lance de carrinho pela frente, típico de cartão amarelo. Os paranistas se revoltaram e Fábio Luís foi sacrificado, dando lugar a Goiano.
A expulsão desarrumou o Tricolor. O Inter, com um atacante a mais (Adriano substituiu o volante Ji-Paraná) e empurrado pela torcida, partiu com tudo à frente. Recuado em demasia, o Paraná bateu cabeça na defesa e só assistiu Índio completar cruzamento para o fundo das redes.
Logo depois, mais uma de Tardelli: Sidnei e Joelson trocaram empurrões e o juiz resolveu expulsar ambos.
A pressão colorada seguia intensa. Fabiano Heves salvou duas vezes, até que Andrezinho recebeu livre e fez 3 x 1. A torcida gaúcha foi ao delírio e o Paraná parecia desnorteado embora num lance isolado Giuliano e Léo perderam ótima chance. Ainda deu tempo de Tardelli prejudicar mais uma vez o Paraná, ao ignorar carrinho de Magrão mais violento que o de Angelo. Os paranistas saíram para o vestiário furiosos com a arbitragem. ?O que o árbitro fez não existe?, resumiu Giuliano. ?O Tardelli é assim. Só apita para o time da casa?, esbravejou Luís Henrique.
Na segunda etapa, o Paraná colocou os nervos no lugar. Mas bastava só mais um para o Inter e resistir era quase impossível. Num cruzamento da direita, Jumar não alcançou e Magrão marcou o gol que classificava os gaúchos.
O Paraná ainda meteu uma bola na trave e perdeu chance incrível no mesmo lance, com Clênio. Fora isso, teve coragem, mas pouco conseguiu fazer diante das dificuldades e ainda tomou o quinto, de pênalti, com Fernandão, nos acréscimos. Festa gaúcha embalada pelo ?maestro? carioca.
Copa do Brasil
Oitavas-de-final
Jogo de volta
Internacional 5 x 1 Paraná
Internacional
Clemer; Bustos, Índio (Titi, aos 25 do 2º), Orozco e Marcão; Jonas (Sidnei, aos 2 do 1º), Ji-Paraná (Adriano, aos 24 do 1º), Magrão e Andrezinho; Fernandão e Nilmar. Técnico: Abel Braga
Paraná
Fabiano Heves; Daniel Marques, João Paulo e Luís Henrique; Angelo, Jumar (Cristian, aos 26 do 2º), Léo, Giuliano (Clênio, aos 26 do 2º) e Éverton; Joelson e Fábio Luís (Goiano, aos 25 do 1º). Técnico: Paulo Bonamigo
Gols: Fábio Luís (3 do 1º), Andrezinho (4 do 1º), Índio (32 do 1º), Andrezinho (41 do 1º), Magrão, aos 18 do 2º, e Fernandão, aos 48 do 2º
Cartão vermelho: Ângelo, aos 20 do 1º, Joelson e Sidnei, aos 34 do 1º
Cartões amarelos: Bustos e Marcão (I), Fábio Luís, Daniel Marques e Everton (P)
Local: Beira-Rio (Porto Alegre)
Árbitro: Wagner Tardelli Azevedo (Fifa-SC)
Assistentes: Dibert Pedrosa Moisés (Fifa-RJ) e Claudemir Maffessoni (SC)
