Paraná Clube está entre Zetti e Kleina

Às margens do rio Nhundiaquara, em Morretes, o presidente José Carlos de Miranda reflete sobre o futuro do Paraná Clube. Mais especificamente em relação ao comando técnico. Diante da inevitável saída de Caio Júnior para o Palmeiras, o dirigente busca inspiração na tranqüilidade de sua residência – na Pousada Dona Siroba – para não errar neste momento importante para o Tricolor. No final de janeiro, o clube estréia na Libertadores da América e o novo treinador terá a missão de ?arrumar a casa?.

Diante das muitas transações envolvendo os destaques da equipe no Brasileirão, o substituto de Caio Júnior terá papel decisivo nesta fase de transição, indicando e referendando contratações. Miranda está dividido entre dois profissionais, com características distintas e um ponto em comum: a ambição de vencer no futebol. Zetti e Gilson Kleina polarizam as atenções dos paranistas e o presidente pretende ?bater o martelo? amanhã. A coletiva de terça-feira será mais do que uma despedida de Caio Júnior. Na verdade, uma transferência de cargo.

Foto: Walter Alves
Conhecido: Kleina trabalhou no Tricolor em 2004, mas não teve bom rendimento no Campeonato Brasileiro.

?Quero abreviar o máximo possível esse momento de especulações. O clube não ganha nada com isso?, disse José Carlos de Miranda. Nos últimos anos, o Paraná tem adotado essa política do ?rei morto, rei posto?. Recentemente, mal Luiz Carlos Barbieri anunciou seu desligamento – após a conquista do título estadual – e Caio Júnior já era apresentado. ?Temos nossa limitação financeira e a partir disso trabalhamos com profissionais jovens e com ambição. Caio Júnior é o maior exemplo disso?, comentou o presidente tricolor.

Assédio Em apenas três dias no Rio de Janeiro – e apenas diante da especulação em torno da saída de Caio – o presidente foi ?cercado? por todos os lados por agentes de treinadores.

?É uma loucura. O telefone não pára?, disse Miranda. Rotina que se estendeu nos últimos dias, mas sem nenhum avanço. ?Surgem técnicos dos mais variados estilos e salários?, lembrou. ?Não abro mão de algumas características e por isso, no momento, estou entre dois nomes apenas?. Miranda disse ainda que independente da amizade e da identidade criada entre Caio Júnior e o Paraná, o contrato será cumprido.

Como o acerto do treinador era até março do ano que vem, a multa rescisória será de três salários. Algo em torno de R$ 45 mil, que possivelmente serão pagos pelo Palmeiras. Nesse processo, o Tricolor deve receber, como forma de compensação o empréstimo sem ônus de pelo menos um jogador.

Uma lista de atletas em disponibilidade no Palestra Itália já estaria nas mãos dos dirigentes paranistas.

Bolsa de apostas agita Tricolor

Na mesma medida em que descartava vários nomes, o presidente José Carlos de Miranda deixava nas entrelinhas a possibilidade de um acerto com o ex-goleiro Zetti. Se não conhece a estrutura do Paraná Clube, o paulista (de Capivari) Armelino Donizetti Quagliato tem em seu currículo experiência de sobra, como jogador, na disputa da Libertadores da América. A competição é a prioridade do Tricolor para 2007. A outra opção, mais modesta, seria Gilson Kleina, professor de educação física por formação e que abraçou há alguns anos a carreira de treinador.

A seu favor estaria o fato de já conhecer o clube, onde trabalhou em 2004. Se tem contra si o fato de possuir um dos piores aproveitamentos da história do clube em Brasileiros -20,83%, em 16 jogos (inferior até ao de Edu Marangon, 22,22%) – Gilson Kleina fez um trabalho significativo de ?depuração? do elenco, que estava inchado devido à ingerência da parceria (na época, Sérgio Malucelli, do Iraty). ?Seu trabalho, neste aspecto foi muito bom. Sempre acompanho o dia-a-dia do treinador e suas preleções.

O Kleina trabalha muito bem?, atestou Miranda.

O presidente admite que já teve um contato com Gilson Kleina, que está dirigindo o Sampaio Corrêa e segue envolvido nas finais do campeonato maranhense. Na sexta-feira, seu time bateu o Chapadinha por 2 a 1 e está perto do título. ?Vou ser sincero: liguei para os dois e por isso digo que a escolha final sairá destes nomes?, frisou Miranda. Indagado sobre outro treinador, Vágner Mancini – que comandou o Paulista na última Libertadores – o dirigente foi taxativo. ?Não falamos sobre esse profissional.

E prefiro a experiência de quem já jogou essa competição?, disparou Miranda, numa referência a Zetti.

Miranda já teve um contato com o ex-goleiro campeão do mundo pelo São Paulo. Se não trabalhou no último Brasileirão, Zetti não ficou afastado do futebol, já que, a exemplo de Caio Júnior, esteve num outro estágio em sua vida profissional, como comentarista de rádio e de tevê (convidado especial). Façam as suas apostas.

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