Paraná Clube encerra o período de treinos em Itu

Itu, SP – Foram onze dias de intertemporada, onde o objetivo principal era a união de um elenco muito heterogêneo. Na verdade, três grupos em um.

A partir da reformulação do Paraná Clube -viabilizada pela parceria com o empresário Sérgio Malucelli – o técnico Paulo Campos sabia que este obstáculo inicial teria que ser suplantado. Por isso, manteve posição firme quanto à necessidade de retirar o time de Curitiba e realizar a preparação para o campeonato brasileiro em um local isolado. A escolha por Itu foi, na avaliação da comissão técnica, perfeita.

O Itu Training Center, mesmo em estágio de construção, ofereceu ao tricolor o conforto e a privacidade desejados. Com um discurso sempre otimista, Paulo Campos diz ter havido uma simbiose quase perfeita entre as três “facções”. O Paraná conta com 24 jogadores no seu elenco (um deles, o atacante Magno, em período de testes), sendo apenas onze remanescentes do campeonato paranaense. Chegaram sete atletas do Iraty e mais cinco contratados do interior paulista. “Hoje, eles estão perfeitamente unidos. Posso afirmar que temos, após esses dias em Itu, um elenco formado”, sentencia Campos.

Sob essa política, ele não demonstra preocupação com a eventual chegada de novos reforços (pelo menos cinco são pretendidos pela diretoria). “Agora, temos uma unidade. Quem chegar terá que se amoldar ao elenco. E isso é mole”, disse. Paulo Campos explicou que a filosofia de trabalho foi bem assimilada e os próprios jogadores se encarregarão de “levar isso adiante” para os futuros companheiros que chegarão a Curitiba nos próximos dias. A tarefa de Campos, agora, é dar ritmo de jogo e entrosamento ao time. Mesmo trabalhando uma equipe-base, em Itu a preocupação da comissão técnica era com o grupo.

“Temos, por enquanto, um grupo reduzido. Por isso, preciso de todos bem e prontos para o jogo”, afirmou. Campos deixou claro que já tem 90% do time pronto para a estréia no brasileiro, mas para “não dar armas ao inimigo” mesclou as duas equipes no amistoso de ontem, frente ao Ituano, no Estádio Novelli Júnior. Armou times diferenciados nas duas etapas do jogo, sem colocar em campo a formação que ele pretende utilizar na próxima quarta-feira, frente ao Santos, no Pinheirão. “Depois da primeira rodada, todo mundo irá se conhecer, mas até lá, vou usar essa estratégia”, explicou. “Meu time é novo e ninguém viu como jogamos. Hoje, as informações sobre adversários são primordiais e não vou facilitar o trabalho do Leão, não”, disse.

Campos foi informado que “espiões” do Santos viriam a Itu e por isso recorreu a essa estratégia. Émerson Leão é velho conhecido de Campos. Quando o treinador do Paraná dava seus primeiros passos como auxiliar-técnico de Oto Glória, em 1979, trabalhou com o então goleiro Leão, no Vasco da Gama. Para Paulo Campos, o Santos é, possivelmente, o melhor time do futebol brasileiro no momento e todo cuidado é pouco. “Teremos cuidado, mas não medo. Nosso grupo tem qualidade para fazer um bom jogo e estrear com o pé direito nesse Brasileirão”, assegurou.

Jadilson fugiu da concentração e foi embora

Itu

– Uma grande confusão marcou o último dia do Paraná Clube em Itu. Após muitas discussões, o lateral-esquerdo Jadílson fugiu da concentração e está fora do clube. O jogador, pressionado por seu procurador Róbson Lima, optou pelo Goiás, que lhe fez uma proposta financeira vantajosa. O clube goiano – que no ano passado ?roubou? o técnico Cuca do Paraná – já havia anunciado a contratação de Jadílson, o que acabou se confirmando ?por baixo dos panos?.

O diretor de futebol Durval Lara Ribeiro fez duras críticas ao empresário Róbson Lima, que é pastor evangélico, e ao jogador. ?Faltou caráter para ambos. Não são profissionais e não precisamos de pessoas assim no Paraná?, disparou. O Paraná tem opção de compra de parte dos direitos federativos de Jadílson até o próximo dia 12 de maio. Durante a noite, houve longa reunião com o empresário e foi feita proposta de R$ 300 mil (parcelados). Lima queria o valor estipulado no contrato (R$ 350 mil) e à vista. ?Não podemos pagar um valor como esse, mesmo com o apoio de nosso parceiro, por um jogador de 27 anos e que já teve problemas em outros clubes?, ressaltou Vavá.

Jadílson já havia sido liberado do Fluminense, no ano passado, também por problemas financeiros. O Paraná garante que não entrará em leilão. ?Não podemos confiar num jogador que na calada da noite pega suas coisas e vai embora?, disse Ribeiro. Ontem pela manhã esteve no CT do São Paulo para acertar a liberação de Lino. O lateral-esquerdo que já atuou no Iraty (e pertence aos Figger). ?O mercado nos dá opções, não podemos é ficar à mercê de jogador mau caráter?, disparou o dirigente. A ?bronca?, agora, será jurídica. O Paraná não vai facilitar a saída do jogador e Jadílson tem contrato firmado até 20 de dezembro.

Confirmação

Para rebater o clima tenso pela saída de Jadílson, a diretoria confirmou que na sexta-feira a noite a negociação com o meia Canindé foi concluída. O jogador ainda atua pelo Paulista hoje, na decisão contra o São Caetano, e na próxima semana se apresenta ao Tricolor. O clube ainda tenta finalizar as contratações de Aílton (Paulista), Wellington Paulista (Juventus) e Luciano Henrique (Atlético Sorocaba). Para fechar o grupo, o técnico Paulo Campos pediu ainda mais um zagueiro, para suprir a saída de Gélson Baresi.

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