O Paraná Clube criou um clima de “mistério” para o jogo desta noite – às 20h30, no Durival Britto – frente ao Boa Esporte-MG. Uma forma de “blindar” a equipe para a missão de dar um bico na crise técnica que se abateu sobre o Tricolor.
Antes apontado como um dos fortes candidatos ao acesso, o time de Roberto Fonseca viu as chances de retorno à elite nacional minguarem ao longo das sete últimas partidas do turno.
É num quadro de pressão que a equipe entra em campo hoje. Novo deslize tornará a situação de Fonseca muito difícil, por mais que jogadores e dirigentes reconheçam o bom trabalho do treinador na condução do Paraná.
“Temos que conviver com essa pressão e buscar soluções para mudar essa situação”, disse o treinador, mostrando tranquilidade, apesar de muitos apostarem na sua saída. “Minha função é treinar o Paraná. O cargo de treinador pertence à diretoria e são eles quem decidem sobre a necessidade de mudança ou não”.
Como o jogo desta noite se transformou em decisão, a comissão técnica deu um tratamento especial à partida. O treinamento de ontem foi fechado à imprensa, na tentativa de ocultar do adversário todos os detalhes da equipe, que sofrerá mudanças.
“Muitas vezes também temos poucas informações sobre os nossos adversários. Vamos jogar com as mesmas armas e tentar recuperar de imediato aquela força de conjunto que foi a nossa marca registrada no início da Série B”, avisou Fonseca.
Ainda sem contar com titulares como Amarildo, Júnior Urso e Cambará, o treinador não descarta a manutenção do 3-5-2 utilizado em Bragança Paulista. Porém, como trata-se de um jogo em casa, onde o Paraná só pode pensar em vitória para retornar ao G4, a tendência é a opção por um sistema que torne o time mais criativo, com dois meias de articulação.
Caso esta seja a decisão de Fonseca, Packer poderá ter, enfim, uma chance como titular. Remanescente da trágica campanha no Estadual, o jogador teve bom desempenho nos jogos contra Sport e Bragantino, entrando no segundo tempo.
No ataque, mesmo não confirmando, Roberto Fonseca deverá “dar um descanso” para Giancarlo, formando a dupla ofensiva com Ricardinho e Hernane. Mesmo sendo um jogador importante na concepção tática do time, realizando a função de pivô, Gian tem sido o mais visado pela torcida devido à ausência de gols.
Além dessas modificações, o Tricolor também não terá, hoje, o goleiro Zé Carlos. Com uma lesão na região lombar ele foi vetado pelo departamento médico e a camisa 1 ficará com Luís Carlos.
O Paraná inicia o returno sabendo que não poderá vacilar um instante sequer na competição. Mais do que os três pontos, o time de Roberto Fonseca precisa, diante do Boa, recuperar a confiança do seu torcedor e autoestima do grupo.