Com recorrentes problemas com a arbitragem ao longo do Campeonato Paranaense, vai se desenhando um duelo entre a diretoria do Paraná Clube e os homens de preto no Estado. Quarta-feira, parece ter sido a gota d’água. Bastou o apito final de Adriano Milczvski, que decretou o empate por 2 x 2 contra o J. Malucelli, para a diretoria tricolor, visivelmente contrariada, invadir o gramado e não poupar “elogios” à atuação do quarteto. Ontem, pagando na mesma moeda, o relato de Adriano Milczvski na súmula “carregou” contra os paranistas. “”Informo que após o término da partida, dirigentes do Paraná Clube invadiram o campo de jogo e se dirigiram até o quarteto de arbitragem, com diversas ameaças verbais e tentativas de agressões, onde cito o Sr. Alex Brasil: “Você é um ladrão filho da …, vou te dar porrada, vou te esperar seu safado, vou te matar, corja de vagabundo”, escreveu o árbitro.
Se não bastasse o relato em súmula, pesa contra o Paraná Clube mais uma expulsão do técnico Toninho Cecílio – a terceira em oito rodadas -, que também foi citado na súmula. Além disso, o árbitro foi contundente em relatar a postura dos dirigentes e de um filho de um dos dirigentes, além de criticar a segurança e a estrutura do Ecoestádio. No dia do jogo, ainda exaltado, o gerente de futebol do clube pôs em xeque a qualidade da arbitragem paranaense e a postura profissional de Adriano Milczvski. “Se vocês forem vasculhar nas redes sociais verão fotos do Adriano no estádio, com a namorada. O profissionalismo a gente tem que preservar. O melhor árbitro do Estado foi pra Santa Catarina, por que será?”, disparou Alex Brasil, referindo-se a Héber Roberto Lopes.
Ontem, mais calmo e em tom de desabafo, o gerente de futebol do Tricolor atendeu a reportagem do Paraná Online e lamentou o ocorrido, mas reiterou que a comissão de arbitragem é falha. “Admiro o trabalho do Adriano, é um árbitro de qualidade, que já apitou final de Estadual, mas nos prejudicou num momento de afirmação da equipe. Mas não justifica, não foi uma atitude correta. Porém, é uma postura que sempre terei, para defender a agremiação. Nosso melhor árbitro foi embora, então alguma coisa tá errada. São coisas que devem ser levantadas para a gente entender o que acontece com a arbitragem paranaense”, frisou.
Procurado, o chefe da comissão de arbitragem, Afonso Vítor de Oliveira, não quise pronunciar sobre o caso. Já o departamento jurídico do Paraná Clube estuda uma maneira de executar o que o vice-presidente, Paulo César Silva, ainda no calor dos acontecimentos de quarta-feira, prometeu: entrar com uma representação na Federação Paranaense de Futebol, contrária à comissão de arbitragem.