O objetivo planejado não foi atingido – e o Paraná teve tudo para conseguir uma boa vitória no Pacaembu vazio. Mas o time perdeu muitas chances, não fazendo valer a superioridade clara em todo o jogo, e ficando no 0x0 com o Santos na noite de ontem. Com o resultado, o Tricolor permanece na sétima posição, precisando apenas de mais um ponto nas últimas três rodadas do Campeonato Brasileiro para assegurar matematicamente uma vaga na Copa Sul-Americana.
É, sem dúvida, um ambiente estranho para o futebol. No que pode ter sido o último jogo com portões fechados do Campeonato Brasileiro (uma ironia, já que o Santos também foi um dos times que não pôde jogar em casa na primeira rodada da competição), um Pacaembu de tons sombrios recebia o Peixe em crise institucional deflagrada e o Tricolor, que buscava a reabilitação e um crescimento na reta final da temporada. O jogo acabou sendo o ?paraíso? dos empresários – franceses foram ao estádio ver Borges, aumentando o leque de opções para o artilheiro paranista, que já interessa a equipes alemãs, espanholas e japonesas.
O jogo começou morno, como todos os realizados sem a presença de torcedores. Mas logo prevaleceu a melhor qualidade técnica e tática do Paraná – o sistema com dois zagueiros funcionava e os visitantes controlavam o meio-de-campo. Do outro lado, o Santos dependia dos lampejos de Ricardinho, pois sofria com a barafunda armada por Nelsinho Baptista, que deixou Giovanni e Cláudio Pitbull entre os reservas.
A partir dos 25 minutos, o Tricolor assumiu de vez o domínio da partida, com Neto e Edinho tendo liberdade para apoiar pelas laterais, enquanto Beto e Pierre ajudavam na marcação defensiva. Ao contrário de outros jogos, o time era solidário – Borges, Thiago Neves e Sandro trocavam passes e criavam boas oportunidades, com o camisa 9 paranista chegando a acertar a trave.
O Santos até voltou mais ?animado? para o segundo tempo, mas logo o Paraná retomou o controle do jogo. O domínio era amplo, com o time mandante sendo obrigado a jogar em contra-ataques, quase sempre ineficientes. Frontini chegou a ser substituído por Giovanni, que entrou totalmente sem vontade.
Melhor para o Tricolor, que teve a chance da vitória aos 16 minutos, quando Borges foi derrubado por Mauro. O atacante cobrou a penalidade muito mal, perdendo a oportunidade de definir o jogo. A equipe de Barbieri (já com Éder, que entrou no lugar de Thiago Neves) teve outras chances – Sandro e Neto também acertaram a trave -, mas a falta de qualidade nas finalizações acabou sendo fatal para o Paraná, que vai tentar reencontrar o caminho da vitória contra o Flamengo, domingo, no Pinheirão.
CAMPEONATO BRASILEIRO
2º Turno – 39ª Rodada
Em campo
Local: Pacaembu (São Paulo-SP)
Árbitro: Sérgio da Silva Carvalho (DF)
Assistentes: César Augusto de Oliveira Vaz (DF) e Rogério Monteiro Oliveira (DF)
Cartões amarelos: Frontini, Geílson (SAN); Beto (PR)
Renda e público: portões fechados
SANTOS 0x0 PARANÁ CLUBE
SANTOS
Mauro; Zé Leandro, Rogério, Matheus e Carlinhos (Wendell); Fabinho, Rossini, Ricardinho e Luciano Henrique (Rivaldo); Frontini (Giovanni) e Geílson. Técnico: Nelsinho Batista
PARANÁ
Flávio; Neto, Daniel Marques, Aderaldo e Edinho; Pierre (Rafael Muçamba), Beto, Mário César e Thiago Neves (Éder); Sandro e Borges. Técnico: Luiz Carlos Barbieri
Miranda pensa o novo biênio
Sem surpresas. José Carlos de Miranda foi reeleito presidente do Paraná Clube para o biênio 2006/2007. A vitória da situação mantém inalteradas as diretrizes estabelecidas pelo clube ao longo dos últimos dois anos. O futebol continua sendo o ?carro chefe? do Tricolor, mas sem deixar de lado o seu maior patrimônio: o sócio. O sucesso da campanha ?Vila, ta na hora!? invade agora o campo social, na tentativa de resgatar em breve um quadro que chegou a ostentar cerca de 25 mil associados. ?A volta ao Durival Britto já é uma realidade. Mas a intenção é garantir a posse do terreno para que possamos projetar ali um grande estádio, capaz de sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014?, resume o Professor Miranda.