Paraná Clube é derrotado no finalzinho

A tarde foi do freguês. Aplicado em campo e com ambição, o Flamengo venceu o Paraná Clube por 1×0, ontem, no Pinheirão, garantindo assim a sua permanência na Série A do Campeonato Brasileiro. O gol de Obina, nos acréscimos, foi um prêmio à obstinação do Rubro-Negro carioca, que segue invicto sob o comando de Joel Santana e deixou o estádio já falando em vaga para a Sul-Americana. Bem diferente do que ocorria do outro lado, onde o desânimo era total.

Ninguém soube explicar a apatia que tomou conta do Tricolor. Nem parecia que estava em campo o até então melhor time do Estado, frente ao desesperado Flamengo. Foi da equipe carioca a iniciativa do jogo. Com uma forte marcação no meio-de-campo, o Flamengo foi sempre melhor e já no primeiro tempo merecia melhor sorte. Aos 10 minutos, Diego Souza mandou uma bola no travessão após uma jogada rápida, com a participação de Felyppe Gabriel e ?El Tigre? Ramirez. Mas, se o ataque rubro-negro funcionava era porque um jogador fazia a diferença.

O meia Renato, posicionado quase como um ponta-esquerda, soube aproveitar a tarde pouco inspirada de Neto para comandar as ações ofensivas do Flamengo. Foi por este setor que os cariocas chegaram às redes. No cruzamento de Renato, Felyppe Gabriel marcou, mas com a mão. O bandeira Marcos Viana Ibanez correu para o centro do campo, mas o árbitro Leonardo Gaciba chamou o lance para si e marcou corretamente o toque de mão de Gabriel, anulando o gol.

A partir daí, o Paraná acordou e criou duas boas situações ofensivas, com Daniel Marques e Borges, mas a defesa flamenguista levou a melhor. A bola do jogo esteve, então, nos pés de Borges. Lançado, o artilheiro ficou frente a frente com Diego e encheu o pé, mas o goleiro fez a defesa, aos 36 minutos. O Flamengo respondeu com boas jogadas de Felyppe Gabriel e Renato, mas o placar permaneceu inalterado.

Insatisfeito com o rendimento do time, Barbieri apostou tudo no 4-4-2, sacando o zagueiro João Paulo para a entrada do atacante Fernando Gaúcho. O jogo tranformou-se num toma-lá-dá-cá, com o Flamengo encaixando sucessivos contragolpes e o Paraná encontrando dificuldades para a finalização. Se Edinho aparecia sempre à frente, Neto, inexplicavelmente, não acompanhava pelo lado direito. A rigor, o Tricolor concluiu apenas duas vezes contra o gol de Diego, mesmo assim sem perigo. Primeiro num cabeceio de Borges e depois em um chute de Éder, que entrou na vaga do sonolento Thiago Neves.

O Flamengo esteve sempre mais presente no ataque, com Felyppe Gabriel e Renato. Quando Ramirez deixou o campo lesionado, Joel Santana pôs Obina no time. E foi dele o gol salvador, aos 47 minutos. O atacante, livre, teve tempo de dominar e tocar no canto esquerdo de Flávio para definir o placar. A terceira derrota do Tricolor no Pinheirão, adiando por mais uma rodada a definição matemática da vaga na Copa Sul-Americana.

Miranda diz que não terá dispensas

Antes mesmo de o jogo começar, havia algo estranho no ar. Dirigentes sentiram o time cabisbaixo na preleção e o técnico Luiz Carlos Barbieri fez de tudo para mobilizar o grupo ainda no vestiário. Em vão. O Paraná não mostrou

a mesma garra de jogos anteriores, ingrediente que sempre fez a diferença no Pinheirão. O presidente José Carlos de Miranda disse que as informações publicadas ontem, pela Tribuna da possível saída de alguns atletas mexeu com o ambiente do grupo.

?Eu prometi que não haveria dispensas e reafirmo isso?, disse Miranda. ?Se algum jogador sair, será por opção dele ou de seu clube de origem?, assegurou. O presidente deixa claro que

o elenco sofrerá ajustes, mas descarta a possibilidade de mandar alguém embora. Na matéria de ontem, apenas o atacante Wellington Paulista é citado como jogador a ser ?liberado?. Vale lembrar que o atacante, em quem o Paraná apostou suas fichas, passou mais uma temporada em branco e na maioria dos jogos deste Brasileiro sequer foi relacionado para o banco de reservas.

O técnico Luiz Carlos Barbieri reconheceu que o time foi apático no jogo e, para ele, o placar foi justo. ?Nem parecia aquele time que chutou mais de vinte bolas a gol contra o Santos. Criamos pouco e concluímos mal. O campeonato não terminou e é preciso manter o foco?, disse o treinador, num sutil ?puxão de orelhas? em seus jogadores. Ressaltou que muitos podem ter propostas, mas desempenhos ruins nesta reta final podem desvalorizá-los ou fazer com que os pretendentes busquem outras opções.

?Na bola, é assim. Você tem que estar provando seu valor a cada dia, a cada jogo?, afirmou. Para a próxima partida, em casa, frente ao Cruzeiro, Barbieri terá que reorganizar a defesa. Sem Marcos e Neguete, lesionados, ele perdeu Aderaldo, expulso no final do jogo de ontem. Beto, após cumprir suspensão, pode voltar.

CAMPEONATO BRASILEIRO
40ª RODADA
Local: Pinheirão (Curitiba).
Arbitro: Leonardo Gaciba da Silva (Fifa-RS).
Assistentes: Paulo Ricardo Silva Conceição (RS) e Marcos Viana Ibanez (RS).
Renda: R$ 54.011,00.
Público: 5.449 pagantes (6.185).
Gol: Obina, a 47? do 2º tempo.
Cartões amarelos: Aderaldo e Éder (Paraná). Diego Souza e Felyppe Gabriel (Flamengo).
Expulsão: Aderaldo, a 43? do 2º tempo.

PARANÁ CLUBE 0x1 FLAMENGO

PARANÁ
Flávio; Daniel Marques, João Paulo (Fernando Gaúcho) e Aderaldo; Neto, Pierre, Mário César, Thiago Neves (Éder) e Edinho; Sandro (Rafael Muçamba) e Borges. Técnico: Luiz Carlos Barbieri.

FLAMENGO
Diego; Leonardo Moura, Renato Silva, Fernando e André Santos; Jônatas, Diego Souza (Souza), Júnior e Renato; Felyppe Gabriel (Leonardo) e Ramirez (Obina). Técnico: Joel Santana.

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