Foto: Valquir Aureliano |
O zagueiro Toninho, que tem contrato até 2009, é um dos que podem deixar o clube, pois tem um salário acima da nova realidade tricolor. continua após a publicidade |
O Paraná Clube não divulgou lista de dispensas, nem tampouco confirmou a permanência de jogadores com contratos mais longos. Todas as questões relativas à montagem do elenco para 2008 estão nas mãos do vice de futebol Durval Lara Ribeiro. ?Estou conversando com todos, um a um. Mesmo aqueles cujos contratos estão se encerrando?, explicou Vavá. É certo que diante da nova realidade econômica do Paraná Clube a folha salarial sofrerá cortese a política será apostar no?bom e barato?.
O rebaixamento para a Série B coloca em xeque a permanência de vários jogadores. Mesmo aqueles que possuem vínculo com o clube por mais um ou dois anos. Casos, por exemplo, dos zagueiros Daniel Marques e Toninho, dos laterais Alex e Márcio Careca, do volante Adriano e até mesmo do atacante Vandinho. A diretoria evita citarnomes, mas admite que a reformulação é necessária.
?A maioria dos nossos atletas tem mercado. Em especial no interior paulista. É certo que nossa meta é montar um grupo enxuto e com comprometimento com a instituição?, analisou o presidente Aurival Correia. Os números jogam contra o elenco que disputou o Brasileirão. Por mais que o foco maior tenha sido voltado à diretoria – e à crise moral que se abateu sobre o clube – e até mesmo às sucessivas mudanças no comando técnico, em momento algum o grupo de jogadores conseguiu dar resposta. Quer com Pintado, Kleina, Lori ou Saulo.
As rodadas iniciais – onde Zetti conseguiu aproveitamento de 100% – são exceção. Mesmo tendo Pintado conseguido resultados expressivos, também sofreu derrotas contundentes e fechou seu ciclo com 43,3%. A partir daí, o Paraná foi ladeira abaixo. Gilson Kleina teve o pior desempenho, com somente 20,8%. Lori Sandri até cravou 33,3%, mas não resistiu. E, mesmo tendo surgido como ?salvador da pátria?, Saulo de Freitas só conseguiu 29,2% dos pontos disputados. Ou seja, independente do comando, o grupo não deu resposta, não ?deu liga?.
?Fracassamos. Então, a mudança é normal. Na diretoria, no grupo de jogadores?, comentou o técnico Saulo de Freitas, que comandará o clube no Paranaense e na Copa do Brasil, já de olho na disputa da Série B. ?O Paraná sempre caminhou por suas pernas num passado recente. Foi assim que saiu da Série C até a primeira divisão. Então, não tenho medo do desafio?, analisou o treinador. ?Temos é que contratar bem. Trazer jogadores de qualidade e formar um grupo competitivo. É o caminho para buscarmos essa volta por cima. Sobem quatro e o Paraná tem que ficar com uma dessas vagas?, finalizou Saulo.
Nas primeiras rodadas do Paranaense, equipe B em ação
Foto: Valquir Aureliano |
Entre os nomes deste time alternativo, destaque para Éverton, que disputou o Brasileirão. |
O Paraná Clube recorrerá a uma equipe ?alternativa? para a largada do Paranaense. Tudo por conta da tabela estabelecida pela Federação Paranaense de Futebol, que antecipou em uma semana o início da competição, ferindo inclusive o calendário oficial da CBF. A bola vai rolar oficialmente no dia 9 de janeiro, uma semana após o retorno dos atletas do período de férias. Por isso, a comissão técnica decidiu recorrer a um time B, que entrará em campo nas três ou quatro primeiras rodadas.
?Se eu ponho o time para jogar, com uma semana de treinamento, na sexta rodada vou estar perdendo jogador por lesão?, afirmou o técnico Saulo de Freitas.
Se não houver imprevistos, o ?novo? Paraná – já reformulado e com pelo menos seis reforços contratados – só estréia no dia 23 de janeiro, no jogo contra o Paranavaí, na Vila Capanema. ?Vamos ver o desenrolar dos jogos. Mas vai ser mais ou menos por aí. Ou até na rodada anterior, contra o Cianorte?, admitiu Saulo. Atletas da base e que não foram para Porto Alegre estão treinando com o auxiliar técnico Fernando Tonet, na Vila Olímpica do Boqueirão. Entre eles, apenas um jogador do elenco principal: o zagueiro Ricardo Ehle, contratado há pouco mais de três meses.
Esse grupo e os garotos que estão em Porto Alegre terão apenas uma semana de descanso, entre Natal e Ano Novo. ?Acho que estamos tomando a melhor decisão, diante dessa tabela. Vamos ganhar assim um tempo maior para preparar o grupo principal. Pelo menos uns 15 a 20 dias?, disse o treinador paranista. Entre a garotada que defenderá o Tricolor nas primeiras partidas oficiais do ano – contra Iguaçu, Londrina, Toledo e Cianorte – destaque para Éverton e Giuliano, titulares da equipe em vários jogos do último Brasileirão, além de promessas como o zagueiro Bruno, o meia Chulapa e os atacantes Robson e Léo.