Foto: Ciciro Back |
Joelson pode entrar no ataque, para manter o mesmo esquema. continua após a publicidade |
Paraná Clube e Flamengo fazem hoje – às 21h45, no Durival Britto – o primeiro duelo brasileiro na Copa Libertadores da América 2007. De um lado, a tradição rubro-negra, com um título na competição continental. Do outro, a ambição tricolor, na busca por projeção internacional em sua primeira participação no maior torneio das Américas. Para apimentar o encontro, uma rivalidade de 15 anos, com ampla vantagem para o clube paranaense. Goleadas memoráveis e vitórias expressivas no Maracanã fizeram do Tricolor um dos maiores algozes do Flamengo.
O jogo desta noite – o primeiropor uma competição internacional – é o 18.º entre os clubes. O Paraná, com 10 vitórias, é o ?papão? do confronto. Ocorreram ainda 3 empates e 4 vitórias do Flamengo. A superioridade está também registrada no número de gols, com o Tricolor tendo balançado as redes mais do dobro de vezes do que o rival: 33 gols marcados, contra 16 dos carioca. Todo esse retrospecto, na visão de Zetti, técnico do Paraná, tem ?peso zero? no jogo desta noite.
?Isso vale só para estatística.
Não acredito nessa história de freguês?, avisou.
Zetti aposta, sim, na eficiência do seu time na competição. Em quatro jogos disputados pela Libertadores, foram três vitórias e apenas um empate. Atuações seguras e muito equilibradas, onde o Paraná conseguiu dosar ousadia – com a velocidade de seus atacantes – e uma marcação eficaz na medida certa.
?O grupo assimilou muito bem o espírito dessa competição, onde não é preciso dar show. O que vale é a regularidade, a raça?, sentenciou Zetti. O treinador sabe que a equipe hoje terá que produzir muito mais do que o fez nas recentes partidas do Estadual.
Fator campo
O Paraná quer fazer valer o fator campo, mas Zetti alerta: acima de tudo o seu time deve ter a inteligência de ?jogar com o regulamento?. Em outras palavras, mesmo que empate, o Tricolor se mantém na ponta do Grupo 5, com dois pontos de vantagem sobre seu mais direto concorrente. Ainda com uma dúvida na cabeça (se Dinelson estará em campo ou não), o treinador quer a equipe se moldando ao adversário. Ainda mais diante da alteração efetuada por Ney Franco, escalando um Flamengo mais ofensivo, com três meias-armadores.
A tendência é de um adversário agressivo, bem diferente daquele que entrou em campo na Vila Capanema. No Brasileiro do ano passado, o Flamengo aplicou 2 a 0, jogando nos erros do Tricolor. E, o pior, utilizando apenas seus reservas. O resultado quase complicou a trajetória do Paraná, mas não impediu a classificação para a Libertadores. Hoje, em outro momento, os clubes brigam pela liderança da chave, de olho nas oitavas-de-final.
Tricolor estréia roupa nova e patrocinador master
O Paraná estréia hoje os uniformes de seu novo fornecedor, a Penalty. O clube também confirmou o patrocinador master, que estampará sua marca na região frontal das camisas. O contrato com a Muriel é válido – inicialmente – para os dois jogos frente ao Flamengo, mas já há negociação para prorrogação até o fim do ano. ?Há até a possibilidade de um contrato mais longo, até dezembro de 2008?, disse a advogada Adriana Pena, que intermediou a transação.
A Muriel, empresa de cosméticos, ocupa a 3.ª posição no ranking nacional em seu segmento e já estampou sua marca em outros clubes brasileiros, como Santos e Fortaleza. O mercado alvo da Muriel é a região Nordeste e São Paulo. Este contrato seria a ?porta de acesso? da empresa para a região Sul. Segundo Adriana Pena, o que pesou para a escolha do Paraná foi a proposta de um projeto conjunto, com ações promocionais. Os valores da transação não foram divulgados.
Concorrentes
Havia ainda cinco concorrentes pelo espaço na camisa tricolor, valorizada devido à presença do clube na Libertadores. ?É um novo quadro. Num passado recente, dependíamos de amigos colaboradores para obter algum retorno. Torço, agora, para que empresas paranaenses vejam a viabilidade da exploração dessa publicidade?, destacou o presidente José Carlos de Miranda. Ainda hoje, o clube pode anunciar um novo parceiro, que utilizaria as mangas das camisas. Até mesmo a Embracon, que já foi a patrocinadora master do clube no ano passado, poderá passar para este novo espaço.
Dinelson sob suspense
Dinelson só terá sua situação definida no início da tarde. É o horário estabelecido pela comissão técnica para uma avaliação final dos médicos sobre a condição do jogador. Zetti, pragmático, deixou clara a sua intenção de só escalá-lo se o ?baixinho? estiver 100%. ?Não vou correr riscos desnecessários. Em jogo como esse, todos devem estar na sua melhor condição?, frisou. Até mesmo o eventual substituto não está definido.
Diante da informação de que o Flamengo terá um meio-de-campo mais criativo, com Juninho Paulista no lugar de Claiton, o treinador paranista trabalhou o Paraná no 4-4-2 em boa parte do apronto de ontem pela manhã. Com Dinelson ainda em tratamento, Joelson foi utilizado para alimentar o ataque, ao lado de Gérson. Na fase final do treino, trocou Joelson por João Vítor, armando a equipe num 3-5-2.
Time mais leve
Este esquema – o mais utilizado pelo Paraná nas temporadas anteriores – havia sido momentaneamente descartado por Zetti.
O técnico não esconde a predileção por uma equipe ?mais leve?, com dois meias-de-criação e dois atacantes natos. Por isso, o treinador comemorou a volta de Henrique, após três semanas afastado da equipe devido a uma lesão muscular. ?Fiquei sem jogar, mas treinando forte. Fisicamente, estou muito bem?, assegurou Henrique.
Independente do maior poder de fogo, o Paraná não irá se lançar à frente de forma desordenada. Pelo menos essa foi a orientação de Zetti, que recordou os erros cometidos no clássico frente ao Atlético. ?Jogamos bem, mas levamos dois gols no primeiro tempo. Isso não pode se repetir?, avisou. Indagado sobre os principais cuidados em relação ao Flamengo, Zetti foi taxativo: o que mais preocupa é a eficiência do rubro-negro nas bolas paradas. ?O Souza cabeceia muito bem. É preciso atenção.?
COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA
Grupo 5 – 3ª Rodada
Súmula
Local: Durival Britto
Horário: 21h45
Árbitro: Leonardo Gaciba da Silva (FIFA-RS)
Assistentes: Altemir Hausmann (FIFA-RS) e Roberto Braatz (FIFA-PR)
PARANÁ CLUBE x FLAMENGO
Paraná
Flávio; André Luiz, Daniel Marques, Neguete e Egídio; Beto, Xaves, Gérson e Dinélson (João Vítor ou Joelson); Henrique e Josiel. Técnico: Zetti
Flamengo
Bruno; Leonardo Moura, Irineu, Ronaldo Angelim e Juan; Paulinho, Renato, Renato Augusto e Juninho Paulista; Roni e Souza. Técnico: Ney Franco
Leonardo se desculpa e nega ofensa ao Paraná
?Se fui mal interpretado pela torcida paranista, peço desculpas.? O atacante Leonardo garantiu que em momento algum quis menosprezar o Paraná Clube, em suas recentes entrevistas, no Rio de Janeiro.
O jogador chegou à Vila Capanema visivelmente preocupado com a forma como suas declarações repercutiram na à torcida do Tricolor. Leonardo ainda é jogador do Paraná, com contrato até 2009.
?Distorceram um pouco o que eu disse. Apenas comentei sobre a maior tradição do Flamengo. Nunca chamei o Paraná de pequeno, pois tenho muito carinho por este clube, que me abriu espaço para que eu desse a volta por cima na minha carreira?, disse Leonardo, que aproveitou o treino ?de reconhecimento? na Vila para visitar ex-companheiros e funcionários do clube.
Leonardo fez questão de conversar com a diretoria, cumprimentando o presidente José Carlos de Miranda com o mesmo carinho de antigamente, quando defendia o vermelho, azul e branco. ?Quem me conhece, sabe que eu jamais faltaria com o respeito a esse clube. Hoje estou do outro lado, mas faz parte da minha profissão?, destacou. Leonardo ficará no banco, hoje, mas acredita que poderá entrar no segundo tempo. ?Preferia que fosse diante de outro clube brasileiro. Mas fazer o quê? Espero um grande jogo?, finalizou.
Ney escala só um volante
Agência Estado
Rio – O Flamengo quer buscar a vitória e a liderança do Grupo 5 da Libertadores hoje, contra o Paraná, em Curitiba. O técnico Ney Franco resolveu barrar Claiton e escalou, enfim, o meia Juninho Paulista para atuar ao lado de Renato Augusto, próximos dos homens de frente, Roni e Souza.
Não foi a única mudança de Franco. Ele recuou Renato e decidiu escalá-lo como volante, para fazer dupla com Paulinho. Com isso, admite que pode estar perdendo a força ofensiva de Renato, autor de 37 gols em duas temporadas pelo Flamengo. O meia disse não ter se incomodado com a mudança tática. ?Já joguei pelo Corinthians como ala, meia, volante. Não estou chateado.?
Na estréia do Rubro-Negro na Libertadores, Renato atuou como lateral-esquerdo, no lugar de Juan. E se saiu bem no empate por 2 a 2 contra o Real Potosí. ?Minha posição de origem é meia-atacante.? Ainda que atue recuado, Renato, porém, terá liberdade para cobrar faltas de longa distância, uma de suas especialidades.
Vamos segurar atrás, com o Paulinho e o Renato, e assim deixar o Juninho e o Renato Augusto mais livres?, disse o treinador, que também troca o zagueiro Moisés por Ronaldo Angelim.