Paraná Clube contrata Sinval para fazer gols

Se o problema são gols perdidos, o “artilheiro da paz” está chegando. O Paraná Clube acertou ontem a contratação do experiente Sinval, que se apresenta hoje e garante estar com “sede” de gols. Aos 33 anos, aposta na mística do tricolor, historicamente identificado com goleadores. A transação vinha se desenrolando há duas semanas, desde a contratação do técnico Gilson Kleina, por quem tem laços de amizade desde os tempos do Coritiba.

“Posso ser experiente, mas estou com uma ansiedade muito grande”, afirmou Sinval. “É a minha volta à primeira divisão e num clube que tem esse carisma de revigorar artilheiros. Foi assim com o Renaldo, no ano passado, e espero que a história se repita”. Sinval tem uma extensa lista de clubes em seu currículo, mas garante estar animadíssimo com a volta a Curitiba. “É uma grande cidade e agora é começar a trabalhar para entrar nesse time o quanto antes”.

Sinval jogou no Coritiba nas temporadas 1998 e 1999. Tinha como marca a comemoração de gols, simulando com as mãos o vôo de uma pomba, o que lhe conferiu o título de “artilheiro da paz”. Depois dessa passagem pelo futebol paranaense, “rodou” por quase uma dezena de clubes e no início deste ano, defendeu a Ulbra, que chegou à decisão do campeonato gaúcho, perdendo para o Internacional. “Fui para a Ulbra na reta final da competição, fiz cinco gols e terminamos com o vice-campeonato”. Há quase um mês sem jogar, Sinval assegurou não estar “parado”. “Vinha treinando e creio que entre uma semana e dez dias estarei à disposição do Gilson. Mas é tudo uma questão de se conversar, saber qual a necessidade do treinador”, comentou.

Sinval sabe que chega com a responsabilidade de balançar as redes adversárias e não se intimida com a missão. “Atacante vive de gols e se isso me abalasse, não poderia estar mais jogando”, disse. Sabendo da transação em andamento, Sinval já acompanhou com atenção o jogo do Paraná contra o Corinthians, no sábado passado. “Vi um time forte e combativo. É só seguir com esse trabalho”, aposta. Indagado sobre a situação dos atacantes, que não marcam gols há mais de dois meses, Sinval foi enfático: “o Galvão, por exemplo, me mostrou ser um garoto de personalidade e que, apesar dos gols não estarem acontecendo, teve frieza para fazer tabelas e assistências aos companheiros. Sinal de que não está deixando a ansiedade interferir no seu trabalho”.

Um lance muito polêmico

Gisele Rech

A bola entrou ou não entrou? Um lance protagonizado pelo Paraná Clube aos 21 minutos da etapa final da partida contra o Figueirense tomou conta dos noticiários esportivos no dia de ontem. Após um chute de Galvão, a bola teria ultrapassado a linha do gol de Edson Bastos, que a tirou de dentro da meta (foto).

Na imagem da câmera de televisão, cedida pelo programa Tribuna no Esporte, localizada na diagonal da meta, o lance só não fica mais claro pelo posicionamento. O ideal seriam imagens geradas exatamente da linha de fundo.

Se não existia câmara, entretanto, haviam testemunhas oculares. O narrador esportivo Moura Júnior, da Rádio Transamérica, estava no Orlando Scarpelli e garante que a bola entrou. “Não estava na linha de fundo, mas tinha boa visibilidade”, diz. A reação dos torcedores catarinenses após o lance também dá conta de que o lance resultou em gol. “O estádio ficou mudo e depois, os torcedores confirmaram que tinha sido gol do Paraná, fazendo sinal de positivo para nossa cabine”. O gesto do goleiro Édson Bastos ao buscar a bola no gol é outro ponto que gera dúvida. “Se a bola tivesse na risca, ele ia ter tocado de lado”.

Coincidência ou não, o mesmo árbitro Wílson Seneme, que não validou o gol influenciado pelo assistente Hilton de Melo, também prejudicou o Tricolor em outra oportunidade. Foi no jogo contra a Ponte Preta, quando ele deixou de assinalar uma penalidade máxima. A diretoria ainda estuda a possibilidade de enviar um ofício ao departamento de árbitros da CBF protestando contra a seqüência de erros envolvendo o clube.

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