Há mais de uma década o torcedor do Paraná Clube tem sofrido com os constantes “desmanches” do elenco. Por isso, a manutenção da atual base para 2013 renova as esperanças de que dias melhores virão. O técnico Toninho Cecílio receberá no próximo dia 2 de janeiro um time já delineado e, dependo de suas escolhas – e de eventuais transações que possam ocorrer -, é possível que o Tricolor inicie o Campeonato Paranaense com até sete remanescentes da equipe que empatou com o Atlético, há pouco mais de um mês, na “saideira” da Série B.
Segundo o gerente de futebol, essa é uma vitória do Tricolor, diante das dificuldades que o clube enfrentou em 2012. “Quando montamos esse grupo lá atrás, para a disputa do Brasileiro, tínhamos certeza de que estávamos no caminho certo”, lembra. “Porém, todos sabem que tivemos problemas e faltou a reserva necessária para que investíssemos na vinda de mais dois ou três jogadores para o segundo turno da Série B”, completou. “Agora, estamos tentando corrigir esses detalhes para iniciarmos o Estadual já com uma base sólida”, completa. A rigor, do time que fechou o ano, o Paraná Clube sofre apenas três baixas.
Além de Douglas Packer, que foi para o Botafogo de Ribeirão Preto, o Tricolor perdeu o ala Paulo Henrique (que negocia transferência para o Atlético-GO) e o cabeça-de-área Cambará, emprestado ao Ituano. Neste caso, vale ressaltar que o volante só ganhou espaço no time nas últimas quatro rodadas da competição. Há ainda outra saída certa: o atacante Wellington Silva não renovará contrato e está fora dos planos. Situação comemorada pelo torcedor, que nunca conseguiu “engolir” a presença do jogador com a camisa 9 do clube.
Ano da virada
Independentemente dessas “baixas”, o Paraná pode encarar o Nacional de Rolândia, no dia 20 de janeiro, com até sete remanescentes do time que enfrentou o Atlético. A última vez em que se viu um quadro parecido foi na transição de 2000 para 2001. Naquele momento, o Tricolor vinha de uma campanha irrepreensível na Copa João Havelange -quando conquistou o Módulo Amarelo e, não fossem alguns detalhes (inclusive a arbitragem de Carlos Eugênio Simon) poderia ter superado o Vasco nas quartas de final da competição, que viria a ser conquistada pelo próprio time cruzmaltino.
Mesmo com a saída do técnico Geninho, o Tricolor abriu a temporada 2001 – então sob a direção de Carbone -, com o goleiro Marcos, os zagueiros Hilton e Ageu, e os meias Hélcio, Fernando Miguel e Reinaldo. Desde então, e lá se vão doze anos, o Paraná sempre sofreu com os constantes “monta-desmonta”. Conseguia segurar atletas da base, mas perdia a sua essência, mesmo tendo, várias vezes (oito, ao todo) mantido o comando técnico. “Foram reflexos das dificuldades financeiras do clube. Se você ia mal, era normal trocar tudo. Se ia bem, não conseguia cobrir as propostas por seus jogadores”, lembra o superintendente Celso Bittencourt, evitando críticas às administrações passadas.
Sob o critério de montagem das equipes, percebe-se dois períodos críticos nesses últimos anos. Na transição de 2007 (ano do rebaixamento) para 2008, o Paraná teve equipes absolutamente distintas. O fato se repetiu de 2011 para 2012, resultado do calendário atípico, quando o Tricolor só passou a disputar jogos com maior frequência a partir de maio. “O pior momento do clube já passou. Acredito muito no trabalho que está sendo executado por nossa equipe e vejo 2013 como o ano da virada para o Paraná Clube”, conclui o presidente Rubens Bohlen.