A “largada” não poderia ser melhor. O técnico Paulo Campos sabe que há ainda um longo caminho a ser percorrido, mas seu time mostrou competência no primeiro de uma série de quatro jogos decisivos para sua permanência na elite nacional. Depois de “despachar” a Ponte Preta – atuando boa parte da partida com um jogador a menos -, o Tricolor terá agora três confrontos com adversários diretos. Prossegue sua semana “campineira” encarando o Guarani, no sábado, e depois inicia uma fase “carioca”, em duelos frente a Botafogo e Vasco.
Paulo Campos elogiou a aplicação tática da equipe, que conseguiu compensar a expulsão de Vicente, não dando nenhuma chance de reação à Macaca. A comemoração, no entanto, foi comedida. O treinador mantém um discurso cauteloso, frisando sempre o trajeto complicado da equipe nos dezesseis jogos restantes. “Nós vencemos, mas muitos outros times que estão em situação parecida também somaram pontos”, lembrou o treinador.
São os casos de Guarani, Vitória e Atlético Mineiro, que também venceram na rodada. O bom resultado conquistado em Campinas não tirou o Paraná da zona de rebaixamento, mas fez a equipe ganhar uma posição em relação ao início da rodada. “Para atingirmos o objetivo vai ser assim, degrau a degrau”, afirmou o técnico. Além dos quatro times que hoje ocupam a temida área do descenso, há outros sete “alvos em potencial.” Por mais que hoje a distância para o Inter (14.º colocado) seja de sete pontos, o bloco de baixo da tabela já se mostra mais sedimentado e há muitos confrontos diretos entre esses times.
Ou seja, se um “escapar”, o outro fica. Por isso, a comissão técnica sabe o quão importante é esse jogo do próximo sábado, frente ao lanterna Guarani. No caso de vitória, o Tricolor abre quatro pontos de vantagem sobre o time de Campinas e, caso o Botafogo não vença o clássico frente ao Vasco, avançaria mais um degrau. “É claro que também ficamos na torcida contra nossos concorrentes, mas o mais importante é que façamos nosso resultado”, lembrou o capitão Beto.
Pelos números atuais, estima-se que 51 pontos sejam suficientes para evitar o rebaixamento. Porém, o bom senso manda que sempre se trabalhe com uma margem de segurança. Assim, o clube que alcançar 53 pontos (38,41% de rendimento) dificilmente cairá. Para o Paraná atingir esta marca, faltam 24 pontos, 50% dos pontos que ainda tem a disputar. Se fizer valer o mando de campo, o Tricolor tem grandes chances de atingir seu intento, pois faz ainda nove jogos em casa, contra sete fora. Nesta nova fase de Paulo Campos, o aproveitamento é de 66,67%, com duas vitórias (ambas fora de casa) e uma derrota.
Da “turma do rebolo”, o Paraná recebe em seus domínios Guarani, Vasco, Grêmio e Atlético Mineiro. Os outros “jogos de seis pontos” serão em território inimigo, frente a Botafogo, Paysandu, Criciúma e Inter. Mantendo política de pensar “jogo a jogo”, Paulo Campos e os jogadores, ainda no vestiário do Moisés Lucarelli, iniciaram “campanha política”, pedindo o apoio irrestrito da torcida para o jogo do próximo sábado, às 16h, no Pinheirão, diante do Bugre.
Clube corre atrás de mais um atacante
Restam apenas quatro dias para novas inscrições. Por isso, o Paraná Clube tenta agilizar alguns contatos, na expectativa de acertar a contratação de pelo menos mais um atacante para a seqüência do Brasileirão. O vice de futebol José Domingos trata do assunto com sigilo, mas é certo que o jogador pretendido está em atividade pela Série B, mas seu time não tem chances de classificação para a segunda fase do torneio.
“Não posso citar o nome, pois tem muita gente buscando reforços. Até amanhã (hoje), se a transação evoluir, anunciaremos a contratação”, disse o dirigente. O meia-atacante Marcelo Passos, 33 anos, se apresenta hoje à tarde. O técnico Paulo Campos agradeceu à diretoria por ter acatado sua indicação. “Este é o primeiro jogador que eu pedi, pois o conheço muito bem. É habilidoso e experiente, que nos será muito útil neste momento de sucessivas decisões”, disse Campos.
É provável que mais um zagueiro seja contratado. O experiente Émerson, ex-Portuguesa e São Paulo, está “na mira” dos dirigentes. Um entrave na documentação de Esmerode pode acelerar essa contratação.