Paraná Clube comemora grande ano de 2006

O presidente José Carlos de Miranda fecha seu terceiro ano à frente do Paraná Clube ?deitado sobre os louros da vitória?. Não poderia ser diferente, após um ano exemplar dentro e fora dos gramados. Tudo convergiu para a reafirmação do Tricolor no cenário nacional. Uma campanha digna e compatível com as tradições do Tricolor, que a cada ano segue derrubando ?videntes da bola?, que insistem em rotulá-lo como favorito ao descenso.

O Paraná de hoje, definitivamente, em nada lembra o clube do fim dos anos 90s, apesar da situação financeira ainda ?apertada? para os padrões de uma equipe de ponta da Série A do Brasileirão.

Paraná-Online: Foi o ano da redenção do Paraná?
Miranda: Eu diria que essa redenção vem sendo trabalhada desde 2004. Demos início ao processo de parcerias e de lá para cá aprendemos bastante. No ano passado já tivemos uma campanha muito boa, inclusive com um avanço na área social. Mas 2006 foi o ano da alegria total. Por isso nosso slogan: ?Só alegria?. Não só no futebol, que é mais badalado. Mas em todos os esportes fomos bem, futsal, handebol. Realizamos também eventos sociais com recordes absolutos de público. Na área patrimonial, a grande conquista foi a revitalização da Vila Capanema e com o projeto Paraná Esporte Social, fechamos um ano de absoluto êxito.

Paraná-Online: Desde 2004, o clube teve tipos distintos de parcerias.
O deste ano, com a L.A. Sports e o Fundo de Investimentos, é o modelo ideal?
Miranda: Não atingimos o modelo ideal. Melhoramos bastante. Em 2004, não tivemos visão de futuro. Jogadores que se destacaram saíram todos, sem retorno algum ao clube.

No ano passado, melhoramos este aspecto e em 2006 já houve uma maior consciência sobre essa questão comercial. Mas o ideal seria que o clube pudesse fazer as contratações. Há uma dificuldade burocrática nas transações, pois os interesses são distintos. A L.A. vê a situação sob o aspecto financeiro e é justo que pense assim. O Fundo de Investimentos também vê o aspecto financeiro, mas há também o lado torcedor.

O difícil é encontrar uma solução que satisfaça a todos.

Paraná-Online: Andar pelas próprias pernas só será possível no dia que o Paraná fizer parte – se fizer parte – do Clube dos 13?
Miranda: Se tivermos uma verba no mínimo semelhante às menores que o C-13 destina a seus sócios, teríamos menor necessidade de parcerias. Não que elas fossem dispensáveis, mas não estaríamos mais tão presos às decisões dos parceiros. Nós estamos buscando uma aproximação do Clube dos 13. A solução política não resolveu, assim como a negociação direta com a televisão. Hoje, o Paraná é parceiro do Flamengo.

Não porque negociamos um jogador e trouxemos outros do clube carioca. Mas por uma questão de identidade, de relacionamento.

Paraná-Online: Qual foi o momento mais feliz desta temporada? E o mais difícil?
Miranda: Já diz o Roberto Carlos: ?foram tantas emoções…?. Mas os três momentos marcantes foram a conquista do título, a volta à Vila Capanema e a confirmação da nossa vaga à Libertadores da América. O momento ruim foi naquele jogo frente ao Londrina, pelo estadual. Após o empate, a torcida supostamente queria nos agredir. Eu, o José Domingos e o Barbieri ficamos até 1h da manhã no Pinheirão, com os torcedores gritando ?fora presidente incompetente?. Foi triste, desgastante. Mas futebol é assim: do céu ao inferno basta 15 minutos. Às vezes um segundo.

Paraná-Online: E a tentativa de se mudar o estatuto, pensando na reeleição?
Miranda: O estatuto do clube foi mudado quando eu era presidente do Conselho Deliberativo, buscando adequação à modernidade e ao Código Civil. No final, passou a proposta de dois anos, com uma reeleição. Há ainda uma proibição do presidente ser candidato a vice. Foi uma prevenção contra o Enio Ribeiro, pois muitos temiam que ele se perpetuasse no poder. Eu defendia mandato de três anos, sem veto à reeleição, pois o voto é direto. Na prática, ao longo desses três anos conseguimos uma aproximação dos dirigentes dos principais clubes. Acho uma brutalidade passar quatro anos à frente do clube e não poder colocar o meu nome à apreciação dos sócios.

Paraná-Online: E a Libertadores? O que representa para o clube?
Miranda: É uma satisfação íntima. Um objetivo que se perseguiu por esses dezessete anos de história do clube. Mais do que isso. Algo que remonta a época dos tempos de Britânia, Savóia. Vou usar uma citação do Raul Trombini, que disse que nós restituímos a dignidade do clube. Essa conquista alavancou o ego de nossa torcida.

Saímos daquela situação de inferioridade. Hoje, no mínimo somos iguais aos demais clubes, em especial aos rivais aqui da capital. São pouquíssimos clubes do Brasil que garantiram vaga numa competição legal, por pontos corridos. E o Paraná está nesse seleto grupo.

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