O Paraná Clube, mesmo sabidamente driblando a falta de dinheiro, iniciou a temporada 2009 enchendo seu torcedor de esperança. Afinal, o clube dava sinais de uma profunda reestruturação após o sufoco vivido na Série B do ano anterior. A diretoria apostou todas as suas fichas no técnico Paulo Comelli e na sua “agenda” para a construção de um novo time. O treinador era unanimidade após ter livrado o Tricolor de uma vexatória queda para a Terceirona.

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Mais do que isso, o Paraná, entre seus reforços, trazia Lenílson, campeão brasileiro pelo São Paulo, como referência para o novo grupo. Paulo Comelli trouxe um time praticamente novo, com alguns atletas de bom nome no mercado brasileiro, como o ala Edu Silva, o volante Hernani, o meia Gedeon e o atacante Abuda. Com as permanências de Murilo, João Paulo, Agenor e Kleber, imaginava-se um time forte, que ajustado faria frente à dupla Atletiba na briga pelo título Estadual.

Só que a máquina não engrenou. Logo na estreia, uma vexatória goleada (3×0) para o J. Malucelli fez a esperança dar lugar a incerteza. O revés acabou creditado à falta de entrosamento do time. Mesmo no empate com o Paranavaí, já se viu alguma evolução, confirmada nas vitórias seguintes sobre Cascavel e Engenheiro Beltrão. Só que o Tricolor não decolou. Sofreu novo revés, desta vez em casa, para o Londrina e a partir daí não mais se encontrou. Comelli não conseguiu dar padrão tático ao time, que se mostrava excessivamente lento dentro de campo.

Em meio a um “rodízio de goleiros”, o treinador insistiu no 4-4-2 como esquema ideal e em momento algum conseguiu mostrar um Paraná minimamente confiável. Sob o risco de não avançar à segunda fase do Paranaense, o torcedor viu a crise tomar conta do seu time quando o Tricolor esteve a pique de ser eliminado na primeira fase da Copa do Brasil pelo modestíssimo Mixto de Cuiabá-MT. A classificação suada veio nos pênaltis, na Vila Capanema (4×2). Três dias depois, com a derrota para o Nacional, em Rolândia, o técnico Paulo Comelli entregou seu cargo.

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Já acostumado a essa ciranda, os paranistas encararam com certa naturalidade a aposta feita em Wagner Velloso. O ex-goleiro apenas ensaiava os primeiros passos na nova profissão, mas conseguiu ao menos classificar o Paraná para a segunda fase do Estadual. Fixou o time num 3-5-2 e até esboçou uma arrancada. Porém, o grupo já não inspirava confiança no seu torcedor. Os clássicos confirmaram a fragilidade do grupo e de quebra o Paraná foi eliminado em poucos dias do Paranaense e da Copa do Brasil (na competição nacional, pelo Fortaleza). Fechou o primeiro quadrimestre da forma como o começara: sendo goleado pelo Jotinha (4×2). Um sinal evidente de que mais uma vez mudanças profundas iriam ocorrer em Vila Capanema.

Allan Costa Pinto
Depois foi a vez de apostar em um novato. Wagner Velloso até conseguiu classificar a equipe pra segunda fase  mas foi eliminado na Copa do Brasil e no Paranaense.