Paraná Clube começa tudo de novo

Foram quase cinco meses jogados no lixo. Para não incorrer nos mesmos erros recentes, a diretoria do Paraná Clube optou por não tomar nenhuma decisão “de cabeça quente”.

Ainda sob os efeitos da eliminação da Copa do Brasil, a cúpula tricolor decidiu se fechar para uma profunda reflexão sobre os rumos do clube nesta temporada 2009. Na prática, são apenas duas semanas para reorganizar um planejamento na tentativa de salvar a temporada.

Quinze dias para tentar corrigir todas as distorções ocorridas desde dezembro do ano passado, quando o clube entregou nas mãos do então técnico Paulo Comelli a montagem de um novo elenco para aquele que era visto como o ano da redenção tricolor.

Os dois primeiros meses desse processo foram em clima de lua-de-mel, mas bastou um tropeço na estreia para o a confiança dar lugar à incerteza. A goleada sofrida para o J. Malucelli (3×0) era o primeiro indicativo de que havia algo errado.

Foram necessários outros 22 jogos para que toda a fragilidade do grupo fosse realmente exposta. Antes disso, convivendo com o risco de degola do inexpressivo Campeonato Paranaense, os dirigentes tentaram uma “cartada de sorte”, apostando no iniciante Wagner Velloso para comandar uma guinada no estadual.

O treinador conseguiu armar “um onze” mais competitivo e tirou o clube do inferno. Mas, hoje, após ser eliminado do Paranaense e também da Copa do Brasil, Velloso já é questionado.

Tem a seu favor alguns pontos que merecem uma análise: na reta final, quando mais precisava de um grupo coeso, perdeu peças-chave como o ala Murilo, o zagueiro Luís Henrique e o artilheiro Wellington Silva.

Em jogos pontuais, ficou ora sem Lenílson, ora sem Agenor e Fabinho. Situações que expuseram a já conhecida fragilidade do elenco. O treinador foi muito questionado em substituições efetuadas ao longo dos onze jogos em que dirigiu o time e após o empate com o Fortaleza deixou o campo sob o coro de “burro, burro”.

Na coletiva, o vice Márcio Villela incluiu Velloso no “processo de avaliação” ao qual todo o departamento de futebol está sendo submetido. Porém, no dia seguinte à eliminação na Copa do Brasil, nenhuma decisão foi anunciada.

“Precisamos agir com calma. Sabemos que o tempo é escasso e a reformulação é necessária. Mas não vamos atropelar as coisas, pois não podemos mais errar”, afirmou o presidente Aurival Correia. Segundo o dirigente, a quinta-feira foi de contatos, na tentativa de acelerar as negociações com os reforços pretendidos.

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