Foram dez dias de trabalhos físicos. Período em que os novos companheiros puderam “reconhecer o terreno” e se familiarizar com o clube e o grupo. A partir de agora, começa a disputa direta por uma vaga no time titular do Paraná Clube.
Serão doze dias de treinos técnicos e táticos (intercalados com algumas atividades físicas) para que a comissão técnica defina a equipe-base da disputa do Campeonato Paranaense e também da Copa do Brasil. E a briga promete.
A começar pela camisa 1. Na teoria, Ney vivia uma situação relativamente confortável. Por sua experiência, deveria ser o titular da posição, com os garotos da casa – Luís Carlos e Thiago Rodrigues – disputando a suplência. Porém, a recente contratação de Felipe, do Santos, acirrou essa disputa.
Apesar da pouca idade (acaba de completar 21 anos), traz no currículo passagens por seleções de base e muitos jogos como titular do Santos. Não esconde que veio para jogar e vai atrás desse objetivo.
O preparador de goleiros Renato Secco se mantém neutro, afirmando que mesmo os pratas da casa podem ganhar a titularidade. “A decisão final é do Comelli. Mas os trabalhos vão mostrar quem deve ser o titular”, comentou. Porém, a diretoria deverá emprestar um dos goleiros formados no clube ainda essa semana.
Um quadro oposto ocorre em relação à defesa, praticamente montada para esta temporada.
Nas alas, por exemplo, Murilo e Edu Silva são, até prova em contrário, titulares. Na direita, Comelli vai observar Araújo e Alex – que retornaram de empréstimos – para a composição do grupo. O mesmo vale para a esquerda, onde Wellington foi promovido das categorias de base.
Na zaga, João Paulo (retornando do Goiás) e Jonathas (que veio do Guarani) devem formar a nova dupla. O clube ainda busca um zagueiro pelo lado direito e a outra opção para a esquerda, Elton, ex-J. Malucelli, ainda se recupera de uma lesão na panturrilha.
Do meio-de-campo pra frente, porém, quem não “ralar” nos treinos pode esquentar o banco. Com a clara opção de Comelli pelo 4-4-2, utilizando dois meias de criação, Gedeon e Lenílson saem na frente na bolsa de apostas. São jogadores tarimbados e que até jogaram juntos no Atlético-MG.
Para escalá-los, Comelli acenou com a possibilidade do recuo de Kleber para a função de segundo volante. Isso, no entanto, tornaria ainda mais intenso o duelo por uma vaga neste setor. Além dos recém-contratados Hernani e Edimar, o treinador conta ainda com Agenor, “dono” da posição na última temporada.
No ataque, a disputa será também dura. O clube trouxe Wando, Abuda e Wellington Silva e há ainda Rodrigo Pimpão, um dos destaques da equipe na reta final da Série B. Além disso, o meia Éverton e o atacante Peterson (contratados para compor o grupo) prometem não “baixar a guarda” nessa luta.
Assim, é esperar para ver. O coletivo de quarta e o jogo-treino de sexta – diante do Iguaçu de União da Vitória, na Vila Capanema -irão “clarear” a cabeça de Paulo Comelli e definir a formação base da equipe. A partir daí, restarão, na prática, cinco dias de trabalhos para os ajustes finais antes da largada do Paranaense.