Emerson briga com Rogério Pinheiro num
dos jogos mais ruins do campeonato.

Foi de dar sono. Paraná Clube e Vasco da Gama fizeram sábado um dos piores jogos do Brasileirão-2002. O time carioca levou a melhor apenas pela qualidade de Ramón em lances de bola parada, quando fez 1×0, e só. O resultado “deu pilhas novas” à lanterna do Tricolor, que atinge um estado crítico na competição. A cada rodada, o rebaixamento vai se tornando mais próximo para o representante paranaense. Com o resultado, o Vasco abre vantagem de seis pontos sobre o Paraná e escapa da área de risco.

O primeiro tempo foi uma prova incontestável da fragilidade das duas equipes. Sem jogadas de habilidade e com muita marcação – eram, ao todo, seis zagueiros em campo – o que se viu foi um jogo truncado, onde os goleiros foram pouco exigidos. Fábio trabalhou bem, é verdade, logo aos 6 minutos. Maurílio cobrou falta da intermediária, a bola desviou na zaga e o goleiro vascaíno precisou se esticar todo para fazer a defesa. O time carioca não conseguia imprimir velocidade, mas o Tricolor era ineficaz com a bola nos pés.

A melhor oportunidade, com bola rolando, esteve nos pés do volante Henrique. Ele foi lançado por Valdir, mas chutou mal, frente a frente com Marcos, que fez a defesa, aos 19 minutos. O Vasco ainda reclamou um pênalti, quando Valdir foi seguro na área por Weligton, mas o árbitro nada assinalou. A estratégia armada por Caio Júnior não surtia efeito, pois Waldir – que entrou para dar velocidade aos contragolpes – foi peça nula. Os times não rendiam e o jogo era morno e irritava os poucos torcedores em São Januário.

Até mesmo Ramón decepcionou em uma cobrança de falta, mas aos 43 minutos comprovou que esta é sua especialidade. Ele tocou com sutileza no ângulo esquerdo de Marcos – que tentou adivinhar o canto e ficou fora de ação – para abrir o placar, aos 43 minutos.

No início do segundo tempo, Ramón teve a chance de ampliar. Fez o giro sobre a marcação, mas chutou fraco para a defesa de Marcos. A melhor oportunidade do Paraná surgiu aos 6 minutos. Émerson lançou Waldir, que contou com a “furada” de Rogério Pinheiro. O “baixinho” dominou na área, vacilou e ao tentar o drible sobre Haroldo, perdeu a bola. Caio Júnior tentou dar mais ritmo com a entradas de Alexandre e Flávio, mas o time foi caricato.

Sem conseguir jogadas pelos lados do campo, as presenças de Márcio e Flávio, na área, eram facilmente controladas pela defesa do Vasco. O Tricolor dependia das ocasionais cobranças de falta de Maurílio, que também não estava em tarde inspirada. Ramón tinha maior precisão e quase ampliou aos 22 e aos 27 minutos, sempre nas bolas paradas. A expulsão de Henrique, aos 38 minutos, fez o Paraná esboçar uma pressão nos últimos minutos, mas sem efeito prático. Foi a 11.ª derrota da equipe na competição, que agora depende de quatro vitórias em sete jogos. O rendimento atual é de apenas 31,48%. Para escapar da degola, o Tricolor terá que somar pelo menos 57% dos pontos que vai disputar, contra Gama, Juventude, Goiás, Botafogo, Coritiba, Grêmio e Figueirense.

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