Não é de hoje que o Paraná Clube sofre no campo financeiro, e convive com dívidas. A saúde financeira do Tricolor é considerada precária, fato que fez a diretoria anunciar ontem, através de nota publicada em seu site oficial, que a subsede do Tarumã vai a leilão. Na declaração, a gestão atual não poupa as anteriores pela situação atual, considerada insustentável e que traz prejuízos, inclusive, na hora de captar patrocinadores. O endividamento tornou-se impeditivo, para a diretoria sacramentar o contrato de patrocínio com a Caixa Econômica Federal, que exige certidões negativas dos clubes que patrocina.
O leilão da subsede Tarumã está marcado para o dia 21 de março, segundo informou o diretor jurídico do clube, Juliano Tetto, e a expectativa do Paraná Clube é arrecadar pelo menos R$ 45 milhões para saldar todas as dívidas pendentes. Por outro lado, na nota oficial assinada pelo conselho diretor, o Tricolor assegura que irá buscar o ressarcimento contra os que causaram prejuízos ao clube. “A diretoria está tomando as providências cabíveis para responsabilizar eventuais causadores de prejuízos à instituição”, diz.
A nota também explica a origem das dívidas do Paraná. “Essas dívidas foram decorrentes do não pagamento de tributos, de direitos trabalhistas e da inadimplência de obrigações para com terceiros. A situação oriunda desses débitos e suas respectivas judicializações têm gerado inúmeros prejuízos, e o pior deles tem sido a decretação da impossibilidade de se alcançar as metas traçadas”, afirma o documento, completando que a única saída foi colocar a subsede em leilão. “A premente necessidade de liquidez e receita para a quitação de suas obrigações, inclusive as de natureza salarial, trouxe como solução imediata e permanente o consentimento com o praceamento (venda pública de um bem penhorado) do imóvel”, admite.
Um dos fatores que levaram ao leilão da subsede foi o imbróglio em torno da venda do atacante Thiago Neves. O caso, que se arrasta desde 2007, faz o Paraná colher frutos negativos até hoje. O clube já foi condenado a pagar R$ 9 milhões para a empresa Systema Assessoria Financeira Ltda., do empresário Léo Rabello, cuja dívida, por causa de juros, multa e correção monetária, já estaria em R$ 19 milhões. “A atual gestão do Paraná Clube assume, portanto, o ônus do pagamento de todas as dívidas geradas anteriormente a sua administração”, completa a nota oficial.
Confira abaixo a nota oficial na íntegra:
É de pleno conhecimento público que o Paraná Clube acumulou inúmeras dívidas ao longo de sua existência, as quais restaram judicializadas. Essas dívidas foram decorrentes do não pagamento de tributos, de direitos trabalhistas e da inadimplência de obrigações para com terceiros.
No campo dos tributos, a cessação do pagamento do REFIS deu novo impulso às demandas judiciais que já haviam sido propostas contra o clube, cujas garantias em juízo estão representadas por diversas penhoras as quais recaíram sobre os imóveis que compõem o patrimônio do Paraná Clube.
Apesar de todos os esforços realizados até aqui, destacadamente os da atual gestão, a situação oriunda desses débitos e suas respectivas judicializações têm gerado inúmeros prejuízos. E o pior deles tem sido a decretação da impossibilidade de se alcançar as metas traçadas. As dívidas judicializadas aumentam mês a mês, como uma verdadeira bola de neve, em decorrência de juros, correção monetária e multas. Aliado a isso, a negativação de crédito, representada sobretudo pela impossibi,lidade de obtenção de certidões negativas de débitos, inviabilizam a obtenção de patrocínios de empresas públicas, maculando a imagem e a credibilidade do Paraná Clube e trazendo-lhe incontáveis prejuízos.
A premente necessidade de liquidez e receita para a quitação de suas obrigações, inclusive as de natureza salarial, trouxe como solução imediata e permanente o consentimento com o praceamento do imóvel objeto de garantia judicial das execuções fiscais, evitando-se que as respectivas ações judiciais se eternizem no tempo e em prejuízo constante ao Clube. A atual gestão do Paraná Clube assume, portanto, o ônus do pagamento de todas as dívidas geradas anteriormente a sua administração.
É importante destacar que a avaliação judicial do imóvel foi justa, de acordo com os valores de mercado e no precípuo interesse do Paraná Clube. O edital de leilão será objeto de ampla divulgação.
As situações aqui expostas foram levadas ao conhecimento do Conselho Normativo, em Sessão realizada em 03/12/12 e aos Presidentes dos Conselhos Deliberativo e Fiscal.
Por derradeiro, a diretoria está tomando as providências cabíveis para responsabilizar eventuais causadores de prejuízos a instituição.
Saudações Paranistas
CONSELHO DIRETOR
