Foto: Valquir Aureliano |
Tensos pela situação, jogadores perderam a cabeça no clássico. continua após a publicidade |
O Paraná Clube chegou ao fundo do poço. Com o revés no clássico, o Tricolor fechou a rodada na 18.ª colocação, seu pior posicionamento desde o início da competição. A cada semana, o risco de rebaixamento aumenta – agora já é de 51% na mesma proporção em que a tensão toma conta do elenco. Os jogadores já não encontram explicações para o fraco desempenho do time, que somou apenas quatro pontos nas seis últimas rodadas.
Para o técnico Lori Sandri, o desafio é lotar a Vila e fazer do Estádio Durival Britto a ?tábua de salvação? do Paraná neste Brasileirão. Restam apenas onze rodadas e o Tricolor precisa de pelo menos 16 pontos para fugir da degola. Diante da diretriz definida pelo comando técnico, logo após a 12.ª derrota na competição, o objetivo passa a ser 100% de aproveitamento nos cinco jogos que o clube ainda disputa em casa nesta temporada. Uma missão, pelo retrospecto, complicadíssima.
Na Série A desde 1993, o Paraná jamais obteve uma seqüência como essa. O recorde foram quatro vitórias seguidas como mandante, marca que se repetiu sete vezes ao longo dos 411 jogos que o Tricolor já disputou na primeira divisão nacional. Só no ano passado, quando realizou a melhor campanha de sua história – fechando o ano em 5.º lugar e com a inédita vaga na Libertadores -o time dirigido por Caio Júnior fez duas seqüências de quatro vitórias, em casa, uma em cada turno (a primeira delas, no Pinheirão. A segunda, com um jogo no estádio da FPF e outros quatro na Vila).
Em competições nacionais, essa marca só foi atingida na Segundona. Curiosamente, não na campanha do título de 92, mas no ano anterior. Em 1991, o Paraná emplacou sete vitórias seguidas jogando no Durival Britto. Na Copa João Havelange de 2000, também na Vila, fez cinco vitórias como mandante. Lori Sandri admitiu que usa números para fins motivacionais. Então, para seguir na elite do futebol brasileiro, o Paraná terá que derrubar tabus e pela primeira vez atingir aproveitamento máximo em cinco jogos seguidos com o apoio de seu torcedor.
E os confrontos são contra equipes que ocupam posições distintas na tabela. O primeiro deles será contra o emergente Fluminense, que vem de quatro vitórias seguidas (todas por 2×0). Depois, pela ordem, recebe Flamengo, Internacional e Goiás, trio que ainda corre riscos de rebaixamento. No último jogo em casa, o Tricolor recebe o Santos, que ao menos por enquanto briga por uma vaga na Libertadores do ano que vem.
A aposta na Vila é mais do que justificável, afinal, o Paraná Clube não soma pontos fora de casa há mais de dois meses. A última, foi frente ao Flamengo, na despedida do técnico Pintado, no dia 19 de julho. De lá para cá foram sete jogos e sete derrotas, quatro na era Kleina e outras três sob a direção de Lori Sandri.