A diretoria do Paraná Clube programou reunião para amanhã, quando será feita uma avaliação do atual elenco. O vice de futebol, José Domingos, antecipou que mesmo jogadores com contratos mais longos podem não permanecer no clube para a próxima temporada. ?Cada caso será analisado. Tudo vai depender da nossa política financeira, que estará diretamente relacionada à divisão em que estaremos?, comentou o dirigente.
O próprio José Domingos confirmou que não sabe qual será seu futuro no clube. Por mais que na época da eleição tenha sido noticiado que o departamento de futebol não sofreria alterações, o fracasso no Brasileirão pode gerar mudança de planos. ?Trata-se de um cargo de confiança e por isso estou deixando o presidente à vontade para definir a composição do departamento?, disse Domingos. ?Se o Aurival achar que precisa mudar, vou entender?.
Rebaixado ou não, José Domingos acredita que o Paraná deve retomar o perfil de anos passados, onde trabalhou com jogadores jovens – de baixo custo – e com ambição de vencer na carreira. ?Este ano mudamos um pouco essa filosofia. Trouxemos jogadores mais maduros e caros, mas o resultado não foi bom?, analisou. Além disso, o clube deve enxugar a máquina, já que hoje, entre atletas emprestados e aqueles que estão no clube, o Paraná conta com mais de quarenta jogadores federados.
Paraná reza por derrota de Corinthians e Goiás
Foto: Valquir Aureliano |
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Neguete dá o recado: ?Se ainda há uma chance, temos que nos agarrar nisso?. |
Após o fracasso em campo não resta ao Paraná Clube outra alternativa senão torcer. E rezar. Hoje, o programa para os jogadores do clube será atípico: sentar em frente à telinha para secar Corinthians e Goiás. ?Se ainda há uma chance, temos que nos agarrar nisso?, disse o zagueiro e capitão Neguete. Para não ter a sua sorte sacramentada hoje à noite, o Tricolor depende de deslizes de seus dois rivais diretos. Caso um dos dois vença, o representante paranaense estará matematicamente relegado à Série B.
Pragmático, o técnico Saulo de Freitas lembrou que o Paraná não tem motivos para reclamar de sua situação. Somente sob o seu comando, o Tricolor desperdiçou nada menos do que três oportunidades reais para sair da maldita zona do rebaixamento. Quando chegou, o técnico sabia que o quadro era complicadíssimo. Mas as combinações foram acontecendo e as chances surgindo. ?Pecamos pelos nossos próprios erros?, frisou Saulo, numa referência aos jogos contra Atlético-MG, Botafogo e, recentemente, Santos.
Em Minas Gerais, o Paraná mandou no jogo e só no primeiro tempo deixou de fazer o gol por três vezes. Chances reais. ?Amargamos um zero a zero, que foi castigo, diante do que o time produziu?, comentou o técnico tricolor. Dez dias depois, no Rio, o time de Saulo foi muito mal no primeiro tempo e voltou a falhar na defesa. O resultado: Botafogo 3×2, numa noite em que novamente o Paraná poderia ter jogado maior pressão nos seus concorrentes. ?Mas nada se compara ao que aconteceu frente ao Santos?, desabafou Saulo.
O técnico disse ainda não ter digerido a forma como o Paraná perdeu para o Peixe, de virada, por 3×2. ?Estou triste porque nós entregamos o jogo?, disparou. Saulo não quis transferir a culpa apenas a Adriano e Batista, mas admitiu que a estratégia de ocupar o meio-de-campo para parar o jogo e administrar a vitória parcial não surtiu efeito. ?Me incluo nesse contexto, pois fiz mudanças que não deram certo. Só que, faltando quinze minutos, eles tinham que ter se doado mais?, comentou. Para Saulo, quando o time fez 2×0 era momento de catimbar, de parar o jogo. ?Fomos ingênuos demais.?
Enquanto tenta assimilar o golpe, Saulo volta as atenções para o que acontecerá hoje no Pacaembu e no Mineirão. ?O jeito é torcer. Numa dessas, os resultados seguem nos ajudando?, disse o treinador. Para o Tigre da Vila, o mais complicado é esperar um tropeço do Corinthians. ?Por isso, vou ficar ligado nessa partida. Não creio que o Goiás vá fazer frente ao Atlético Mineiro?, disse. Somente a partir dos resultados desta noite é que a comissão técnica definirá a estratégia para o jogo de domingo, em São Januário, frente ao Vasco.
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