A versatilidade do ?novo? meio-de-campo será a arma do Paraná Clube para o jogo de amanhã – às 16h, no Pinheirão -, frente ao Grêmio. Um quarteto formado às pressas, diante das ausências de Rafael Muçamba (que deixou o clube), Sandro e Maicosuel, será responsável pelo ritmo da equipe, que corre atrás de sua primeira vitória no Brasileirão. O técnico Caio Júnior definiu o time com a volta do goleiro Flávio e as estréias do volante Felipe Alves e do atacante Zumbi.
O treinador, mesmo sem contar com quatro titulares do time campeão estadual -Goiano, Neguete, Sandro e Leonardo, todos lesionados -, comemora o fato de contar com opções na montagem do time e também do banco de reservas. O meia Maicosuel, que não atuou na finalíssima do Paranaense e nos dois primeiros jogos do Nacional, treinou normalmente ontem e pode ser lançado no segundo tempo do jogo. ?Ele é um jogador diferenciado e capaz de mudar o ritmo de uma partida?, comentou Caio Júnior.
Se Maicosuel fica à disposição do treinador, Flávio finalmente volta à meta tricolor. Recuperado da lesão no punho que o tirou do jogo frente ao Botafogo (na primeira rodada, o goleiro cumpriu suspensão), o Pantera reassume a camisa 1. Flávio e o trio de zagueiros darão a sustentação defensiva para que o restante do time possa partir para cima do adversário, tentando pôr fim ao incômodo jejum de gols. Além da mobilidade do meio-de-campo, Caio Júnior quer os alas atuando ofensivamente.
Com Angelo na direita, o Paraná terá, na teoria, uma melhor condição de alternar com maior freqüência as jogadas pelos lados do campo. Além dos alas, o treinador coloca volantes que não se limitam à marcação. A rigor, apenas Muçamba tinha essa característica. Como Felipe Alves, Beto e Batista tem bom passe e se soltam ao ataque com facilidade, a tendência é um Paraná mais ofensivo – e criativo – do que aquele que empatou com o Botafogo.
Isso, sem perder o poder de marcação. ?O Grêmio tem um estilo de jogo muito forte. É preciso igualar na pegada?, avisou Caio Júnior. Com a participação de Gérson na criação e Zumbi no comando do ataque, o treinador espera melhorar o ?poder de fogo? do time. Se o jogo for um espelho dos treinos, o caminho para a vitória está aberto. Em apenas três dias de trabalho, Zumbi conquistou seu espaço e balançou as redes em todas as atividades.
Fez gol de cabeça, em velocidade e com presença de área. ?Marcar gols no treino é bom, porque você vai pegando confiança. Mas, o que vale mesmo é o jogo e espero fazer uma grande estréia?, disse o atacante. ?Estou ansioso para esse primeiro contato com o torcedor do Paraná Clube?, finalizou.
Empresário joga sujo e Muçamba vai pro São Caetano
As ?dores musculares? que tiraram Rafael Muçamba do treino de quinta-feira nada mais foram do que um subterfúgio para o que se desenrolava nos bastidores.
O volante – por determinação de seu empresário, Joseph Lee – está fora do Paraná Clube e de malas prontas para defender o São Caetano neste Brasileirão. Uma ?bola nas costas? da diretoria paranista, que contava com o jogador e fez até algumas concessões no momento de acertar a renovação do contrato do atleta.
Se quisesse – como Muçamba assinou contrato com o Paraná – o clube poderia complicar a vida do atleta, mas não vai tomar esse caminho. ?Isentamos o jogador desse problema. Quem fez a confusão toda foi o seu empresário?, disse o vice de futebol José Domingos. Esse novo contrato só não pôde ser registrado devido à ausência do termo de empréstimo do Astral, clube no qual Muçamba está registrado. ?Agimos de boa-fé
na negociação. Não podemos fazer nada se a outra parte não honrou o que foi acordado.?
Domingos confirmou que um ex-técnico do clube o alertou sobre o interesse do São Caetano por Muçamba na quinta-feira pela manhã. Como a Kirin Soccer (empresa de Lee) estava retardando o envio do termo
de empréstimo do volante até o fim do ano, as peças se encaixaram. ?Não podíamos aceitar essa situação e não vamos entrar em leilão. Há muitos jogadores de qualidade e, no Paraná, quem manda são os dirigentes, não os empresários?, desabafou o dirigente.
Denunciou ainda que este não foi o primeiro problema com a Kirin. ?Eles ainda nos devem cerca de R$ 15 mil da transferência do Aderaldo para o futebol coreano?, disparou. José Domingos não foi taxativo ao vetar novas transações com atletas ligados à essa empresa, mas assegurou que os critérios terão que ser bem mais rigorosos. ?No futebol, você nunca sabe o dia de amanhã.
E se um dia houver um bom jogador nessa empresa??, disse Domingos.
O clube não confirma, mas deve trazer outro volante para a vaga de Muçamba. Por mais que o atual elenco disponha de vários jogadores de contenção, a maioria tem característica de ?segundo volante?. Apesar de não ser fácil encaminhar uma negociação com Oliveira Júnior, do Ituano, o Tricolor já está articulando a volta de Pierre, titular da equipe nos brasileiros de 2003 e 2005. ?Temos alguns nomes e vamos primeiro analisar a necessidade de se trazer mais um jogador para essa posição?, finalizou José Domingos.