A fim de reduzir o rombo existente nos cofres do clube, a diretoria do Paraná aposta suas fichas -mais precisamente seus jogadores – na bolsa de valores. A ação, pioneira no futebol brasileiro, vai ocorrer por intermédio da empresa Atletas Brasileiros S/A, cujo patrimônio foi adquirido em 70% pelo Tricolor. De acordo com os termos do acordo, o clube irá transferir à empresa todo o percentual de direitos econômicos que possui de seus jogadores. Com os quase 60 atletas sobre os quais o Paraná detém os direitos econômicos, a empresa vai ao mercado negociar ações, na expectativa de gerar lucro de até R$ 60 milhões ao Tricolor, segundo estima o diretor operacional da Atletas Brasileiros S/A, Alexandre Azambuja.
Para o superintendente do Paraná, Celso Bittencourt, a parceria é segura. “O Paraná Clube está adquirindo 70% dos direitos da empresa. Com o clube passando a ser sócio majoritário, nós vamos transferir os direitos econômicos de todos os atletas sobre os quais temos participação”, revela. O acerto foi viabilizado no dia 19 deste mês, quando a proposta foi apresentada e aprovada pela mesa diretiva do conselho deliberativo do clube. Apesar do anúncio, a formação do conselho da empresa, com os cargos de presidente, vice, diretor patrimonial e diretor financeiro, ainda não foi definida.
A Atletas Brasileiros S/A, fundada em 2010, tem à sua frente o empresário Alexandre Azambuja, que gerencia outros projetos semelhantes. Não é certo, no entanto, que o negócio venha a dar algum retorno ao Paraná, dada à imaturidade do mercado brasileiro nesse tipo de transação. “Essa empresa foi criada com o propósito de ser um veículo de financiamento de direitos econômicos de jogadores, diretamente no mercado de capitais, ou seja, acessando via bolsa de valores o mercado de capitais brasileiro. Ela é uma operação inovadora aqui no Brasil, mas na Europa já são 38 clubes que abriram capital. O Paraná Clube passa a ter o controle societário da companhia, alienando os direitos econômicos de seus jogadores de futebol”, explica Azambuja.
A partir do acordo, a Atletas Brasileiros S/A terá como estipular um preço de mercado dos atletas e colocar um valor na empresa, para que suas ações sejam valorizadas e possam gerar lucro ao clube. No mês de fevereiro, essa foi a segunda medida enérgica da diretoria do Paraná Clube para equilibrar suas contas. A anterior foi aceitar o leilão da subsede do Tarumã, marcado para o dia 21 de março.
