Paraná Clube aposta na velocidade contra o Flamengo

O Paraná Clube encara o Flamengo, hoje – às 21h50, no Maracanã -, em busca de equilíbrio. Sem abusar da retranca, mas com um posicionamento correto do meio-de-campo, quer recuperar o futebol eficaz apresentado contra chilenos, venezuelanos e bolivianos. Uma vitória, além de reconduzir o Tricolor à liderança do Grupo 5, deixaria o clube muito próximo das oitavas-de-final da Copa Libertadores da América.

A velocidade é uma das principais armas da equipe de Zetti. Uma virtude confirmada pelos números. Contra Cobreloa e Unión Maracaibo, fora de casa, o Paraná teve suas melhores atuações no torneio, marcando forte e sendo contundente nos contragolpes. É essa estratégia que o Tricolor tenta repetir hoje, no Maraca. ?Na Libertadores, não se dá espetáculo. É preciso garra e muita aplicação. Foi assim que o Flamengo nos surpreendeu, na semana passada?, lembrou o zagueiro Daniel Marques.

Na Vila Capanema, o rubro-negro carioca foi escalado com três meias e somente um volante. Mas, marcou à exaustão, pouco se expôs e venceu num erro de posicionamento da zaga tricolor, que ainda tentava se encontrar após a saída de João Vítor (que fraturara o braço). Para encontrar a medida certa entre defesa e ataque, o técnico Zetti pode até lançar mão de Goiano, aumentando a consistência do meio-de-campo. O momento instável de Gérson contribui para que essa opção seja aplicada neste jogo.

Longe do ideal

O Paraná, se tem um ataque eficiente – e que só passou em branco quatro vezes na temporada -, convive com um elevado número de gols sofridos. Somente três vezes a defesa não foi vazada. Em muitos jogos, é verdade, o Tricolor precisou recorrer ao time B. Mas, até mesmo o desempenho da equipe principal está distante do ideal. Nos 12 jogos em que atuou com sua força máxima, o Paraná obteve sete vitórias, dois empates e três derrotas. Só não levou gols, no entanto, contra Iguaçu, no Paranaense, Cobreloa e Real Potosí, na Libertadores.

Com o regulamento na mão, o representante paranaense sabe que um empate, hoje, não pode ser desprezado. Mas, confia Zetti, o seu time tem potencial para voltar a Curitiba com a vaga à outra fase encaminhada. Com cautela, com raça e com vibração. Características que embalaram os sonhos dos paranistas, animados com a idéia de ver seu time firmando seu espaço não apenas no cenário nacional, mas na maior competição do continente.

Pra evitar calculadora e torcida contra, ordem é não vacilar

?O vacilo, já demos em casa.? O atacante Henrique foi enfático na necessidade do Paraná arrancar um bom resultado no Rio de Janeiro para evitar a calculadora e eventual torcida por tropeços de seus concorrentes. A campanha, irrepreensível até semana passada, passou a ser questionada diante do revés, em casa, para o Flamengo. ?Perdemos algumas chances incríveis. Isso pesou e não pode se repetir?, destacou o jogador.

Após poupar Josiel do clássico frente ao Coritiba – o artilheiro entrou somente aos 18 minutos da etapa complementar – o técnico Zetti recompõe a dupla ofensiva, com Henrique e Josiel. ?Temos um bom entrosamento. Acho que fizemos um bom jogo na semana passada, mas não foi suficiente. Então, temos que dar aquele algo a mais?, destacou Josiel. Diante da proposta de jogo – marcar forte e sair em velocidade -, há um ponto imprescindível: a aproximação dos meias.

Baixinho

Por isso, a presença de Dinelson pode ser o fator de desequilíbrio pró-Paraná. Com o ?baixinho? em campo, o Tricolor – entre estadual e Libertadores – conseguiu sete vitórias e um empate. Foram somente duas derrotas (para Engenheiro Beltrão e Atlético). ?Estou pronto para ajudar. É claro que com duas semanas sem jogar, há uma queda física. Mas, isso a gente supera?, comentou o meia-atacante. No caso de uma vitória, o Tricolor voltaria a depender apenas de seus resultados para fechar a fase na primeira colocação do grupo.

Porém, se perder, o Paraná teria que ir buscar a vaga na altitude de Potosí, no mês que vem, para não ter que depender de algumas combinações na última rodada desta fase. ?A derrota, na semana passada, gerou pressão. Mas, é importante lembrar que ainda estamos bem na tabela e dependemos apenas de nossas forças para avançar na competição?, finalizou o capitão Beto.

LIBERTADORES DA AMÉRICA
2ª FASE – 4ª RODADA
Local: Maracanã (Rio de Janeiro).
Horário: 21h50.
Árbitro: Carlos Eugênio Simon (Fifa-RS).
Assistentes: Alessandro Rocha (Fifa-BA) e Altemir Hausmann (Fifa-RS).

FLAMENGO x PARANÁ CLUBE

FLAMENGO
Bruno; Leonardo Moura, Irineu, Ronaldo Angelim e Juan; Paulinho, Renato, Juninho Paulista e Renato Augusto; Roni e Souza. Técnico: Ney Franco.

PARANÁ
Flávio; André Luiz, Daniel Marques, João Paulo e Egídio; Xaves, Beto, Goiano (Gérson) e Dinelson; Henrique e Josiel. Técnico: Zetti.

Aproveitamento do Tricolor no ?Maior do Mundo? é de 58,97%

O revitalizado Maracanã será o palco do duelo desta noite. Um estádio que traz boas recordações ao Tricolor. A ?estréia? do clube no Maior do Mundo há quase 11 anos, em outubro de 1996 o Paraná não tomou conhecimento do Flamengo, fazendo logo 4 a 1, em jogo válido pelo Brasileiro daquele ano. Foram quase seis anos – e sete jogos – sem derrota no Maraca, período em que o representante paranaense obteve resultados expressivos no nacional e na Copa do Brasil.

A primeira derrota ocorreu no Brasileirão de 2002 – 3 a 2, para o Fluminense -, numa temporada em que o Paraná flertou com o rebaixamento. Depois disso, mesmo com a ascensão do clube ao longo das últimas temporadas, o Paraná só obteve mais uma vitória no Maracanã: 3 a 0, sobre o Flamengo, em 2003. Nos outros quatro jogos realizados, um empate e três derrotas, a mais recente, no ano passado, para o Botafogo (e, de goleada: 4 a 0). No geral, o aproveitamento do Tricolor no estádio é muito bom, com 58,97%.

Pés no chão

Nada que empolgue Zetti e jogadores do clube. Nem mesmo aqueles ?criados? no Flamengo, como Egídio e Vinícius Pacheco. ?Números representam muito pouco. O que vale são os 90 minutos. Temos é que fazer um bom jogo?, lembrou o ala Egídio, um dos destaques do time no empate por 2 a 2 com o Coritiba, no último domingo. O treinador mantém o mesmo discurso sereno, mas prometendo a classificação do Tricolor à próxima fase, não apenas da Libertadores, mas também do Paranaense.

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