Com um time ainda em formação, o Paraná Clube estréia hoje – às 16h, no Pinheirão – no campeonato brasileiro. O técnico Lori Sandri ainda aguarda reforços e frente ao Goiás o torcedor só verá em campo um estreante, o atacante André Dias, ex-Mirassol.
Os outros dez jogadores são remanescentes do Paranaense, sendo que dois deles só agora têm oportunidade na equipe titular. Nessa fase de transição, o rendimento da equipe determinará o futuro de muitos atletas.
Três outros reforços – Daniel Marques, Parral e Borges – já foram contratados e estima-se que outros sete jogadores devem chegar nos próximos dias. Diante desse quadro, o time da estréia poderá sofrer profundas alterações já para a segunda rodada. Lori Sandri ameniza, mas sem tirar a pressão dos jogadores. "Quem for bem estará dando um passo importante para se manter no time. Afinal, os jogadores que estão sendo contratados também terão que mostrar virtudes nos treinos", disse Lori. Nos últimos dias, o treinador procurou manter o grupo focado exclusivamente no adversário desta tarde.
"O trabalho desenvolvido nesta intertemporada foi muito bom. Os jogadores se doaram ao máximo e vão fazer o melhor pelo clube diante do Goiás", comentou o técnico. Lori Sandri aposta suas fichas na nova dupla de ataque. O entrosamento está longe do ideal, mas André Dias e Renaldo prometem superar esse obstáculo com gols. "Sempre projeto uma média de um gol por partida", afirmou Renaldo.
O artilheiro quer o time com uma postura vencedora já a partir da primeira rodada. "É preciso ter confiança para jogar. Com todos se ajudando fica mais fácil e a partir de uma vitória a tendência é o time subir de produção." Sobre a previsível falta de entrosamento com seu novo companheiro de ataque, Renaldo foi taxativo: "isso se supera com muita luta". O camisa 9 deverá atuar mais à frente, na área adversária, deixando para André Dias a movimentação pelos lados. "Ele é mais jovem e tem fôlego de sobra para brigar", brincou Renaldo.
Se a primeira impressão é a que fica, André Dias pretende cair no agrado da galera já na primeira partida, com assistências e – se possível – gols. "Sei que tem jogadores chegando, mas quero mostrar o meu futebol para não sair do time", disse. O ataque afinado nas declarações pode garantir a sustentação que a jovem defesa necessita.
Lori Sandri sabe que sua defesa ainda carece de maior experiência, mas vê em Da Silva e João Paulo dois jovens valores que podem crescer de produção com a seqüência dos jogos. Essa juventude fica mais evidente quando se passa ao meio-de-campo, onde o ala Alex e o meia Thiago Neves são destaques do time de juniores, sem esquecer Éverton César, outro prata-da-casa. "Aos poucos, vamos ajustar esse time, mas é preciso paciência", avisa Lori.
Tricolores defendem tabu
O Paraná Clube defende um tabu no jogo de hoje. Jamais perdeu para o Goiás, jogando em Curitiba. Nos seis jogos realizados com mando do Tricolor, foram quatro vitórias e dois empates. Já o time goiano – que também vem cheio de problemas – tenta manter a escrita de não perder numa estréia de campeonato brasileiro desde 1993.
Se de um lado o técnico Péricles Chamusca precisa improvisar jogadores diante das várias contusões e algumas carências do Goiás, no Paraná a história não é muito diferente. Lori Sandri pretendia lançar – mesmo que com pouquíssimo tempo de adaptação – o lateral Parral e o zagueiro Daniel Marques. Mas, os dois recém-contratados vão acompanhar o jogo dos camarotes, ao lado de outro reforço, o atacante Borges. Parral foi vetado com dores no joelho e Daniel Marques ainda não teve seu registro confirmado pela CBF.
Dessa vez, nada de falar em rebaixamento
O Paraná Clube quer rasgar o rótulo que o persegue há vários anos. Basta a bola rolar para o Tricolor ser apontado como um dos favoritos ao rebaixamento. Projetado para ser o clube do ano 2000, o sucesso quase que imediato na década de 90 cobrou seu preço. O clube não se preparou para a seqüência de títulos e hoje luta para se manter na elite nacional. A diretoria garante que "os sustos" do ano passado não se repetirão, mas dos reforços pretendidos apenas quatro chegaram, obrigando a comissão técnica a montar um time ao longo da competição.
Sem recursos para competir em igualdade de condições com integrantes do Clube dos 13 – sua cota é de pouco mais de R$ 3 milhões – o Paraná partiu, mais uma vez, para parcerias com empresários, tentando qualificar o grupo. Sai a SM Sports, de Sérgio Malucelli, entra a LA Sports, de Luiz Alberto Martins de Oliveira Filho. Com este aporte financeiro, trouxe jogadores que se destacaram no campeonato paulista, principal fonte de recursos do tricolor há tempos.
A idéia dos dirigentes é conseguir mesclar o que foi feito nas duas edições passadas do brasileiro, encontrando assim a fórmula ideal para o equilíbrio.