O sonho de fechar a 2.ª fase na ponta do Grupo 5 se desfez com o novo revés diante do Flamengo. Agora, é ?ralar? diante de Real Potosí e Unión Maracaibo para garantir a sua vaga nas oitavas-de-final da Libertadores. Mesmo com as duas derrotas para o rubro-negro carioca – que já garantiu sua classificação – o Paraná segue com boas possibilidades e dependendo apenas de suas forças para avançar no torneio continental.
Para não recorrer à calculadora, a matemática do Tricolor é simples: com dois empates contra bolivianos e venezuelanos, o time de Zetti subirá mais um degrau na competição. Diante da fragilidade dos adversários, não há dúvidas quanto ao favoritismo do Tricolor. Para o torcedor, temeroso diante da seqüência de jogos sem vitória, fica a preocupação quanto ao futuro do clube na competição. Carências do time ficaram evidenciadas após os confrontos com o Fla.
Fosse um mata-mata, o Paraná já estaria eliminado. Porém, esta fase de grupos permite a recuperação. Situação que certamente pesou na proposta altamente ofensiva dos dois times no jogo da última quarta-feira, no Maracanã.
Com o empate entre Potosí e Maracaibo, na véspera, o Paraná foi para o jogo com um único objetivo: a vitória. O resultado foi um ?toma-lá-dá-cá? como há tempos não se via em duelos brasileiros na Libertadores. E, nesse ?fogo cruzado?, o time carioca levou a melhor na sua principal virtude: a jogada aérea. Como fizera na semana anterior, faturou o jogo num chuveirinho para a área paranista, que terminou na cabeça de Souza.
Elenco em formação
O bom desempenho coletivo no time, porém, não ocultou carências de um elenco ainda em formação. Pensando lá na frente, a cada dificuldade fica mais evidente a necessidade do Tricolor qualificar seu grupo para a disputa da Série A, a partir de maio. Como as oitavas da Libertadores também ocorrerão após o término da fase classificatória de alguns estaduais, o clube deve investir em atletas que hoje estão atuando no interior paulista.
Os dirigentes evitam este assunto, afirmando seguidamente que no momento o clube não deve ?ir às compras?.
Em se tratando de Libertadores, é importante lembrar que os clubes podem substituir apenas três jogadores da lista de 25 inscritos. Essas trocas só podem ocorrer ao término desta segunda fase e alguns jogadores – como o garoto Éverton, uma promessa paranista, e o recém-contratado Márcio Careca – não foram registrados para a Libertadores. Ajustes à parte, é certo que individualmente alguns jogadores caíram de produção. Um exemplo disso é o atacante Josiel, que ?passou em branco? nas três últimas partidas que disputou (duas contra o Flamengo e o clássico frente ao Coritiba). ?É preciso tranqüilidade. Vi o time fazer um grande jogo contra o Flamengo. Perdemos no detalhe?, frisou Zetti.
Tricolor quer ajustar tabela
A diretoria paranista espera ajustar a sua tabela de jogos no início da próxima semana.
O clube já manifestou sua posição junto à FPF, contrária à marcação do clássico frente ao Coritiba para o dia 11 de abril. Na véspera, o Paraná estará em ação pela Libertadores, jogando na Bolívia. ?É certo que não vamos jogar nesta data. Esperamos uma solução por parte da federação?, disse o vice de futebol José Domingos. Uma reunião entre os presidentes José Carlos de Miranda e Onaireves Moura foi agendada para segunda-feira, na sede da entidade. O Tricolor vai formalizar também um pedido de antecipação de seu jogo contra o Adap Galo, de 8 de abril para o dia 4. O objetivo é aproveitar a data para realizar dois jogos em apenas uma viagem. No dia 1.º de abril, o Paraná joga em Cascavel. ?De lá, iríamos direto para Maringá. Assim, teríamos uma semana para nos prepararmos para a decisão na Bolívia?, lembrou Domingos.
