Paraná cai de novo, torcida joga a toalha

Nem em casa, desta vez. Jogando mal e sentindo a pressão da má colocação, o Paraná perdeu ontem para o Guarani por 2 a 1, em pleno Alto da Glória, quase vazio, por sinal. O resultado mantém a equipe entre as piores do campeonato brasileiro, e pressiona ainda mais uma equipe que visivelmente está abatida. Os erros de marcação e as falhas individuais foram decisivas para mais uma derrota tricolor.

O Paraná tinha mais ofensividade com a entrada de Tiago no meio-campo – com a obrigação de se aproximar de Alexandre e Márcio, que compunham o ataque. E a equipe ainda tinha que lutar contra a irritação da torcida, que colocou suas faixas de cabeça para baixo. Do outro lado, o Guarani apostava na força do conjunto para suprir as ausências e na estrela de Jair Picerni, considerado o principal responsável pela boa campanha da equipe no campeonato brasileiro.

E logo no primeiro lance Xandão escorou o cruzamento de Émerson e acertou a trave de Edervan. Era a prova do interesse tricolor pelo ataque, evidenciado pela marcação avançada, pressionando a saída de bola campineira. A pressão era forte – aos sete minutos, Márcio fez ótima jogada e lançou para Bosco, que cruzou para Alexandre, mas o atacante chutou errado.

Depois do início ousado, o Paraná deixou o Guarani cadenciar o jogo. Sob o comando do veterano Marquinhos, os paulistas equilibraram a partida e passaram a ameaçar o gol de Marcos. A resposta tricolor veio com Ronaldo, que assustou o Guarani aos 19 minutos, com um forte chute. Márcio era o destaque do Paraná, suprindo a ausência de Maurílio inclusive como ‘armador’ e cobrador de faltas.

Acertando a marcação, o Guarani impôs dificuldades ao ataque tricolor – e, com isso, a partida perdeu em velocidade e em qualidade. E, com a queda paranista, o Bugre abriu o placar. Aos 35 minutos, Fabinho e Fábio Luís não seguraram Patrício, que teve tempo até de errar o passe. A bola acabou chegando em Sérgio Alves, que chutou forte e venceu Marcos. Mas houve pouco tempo para a festa bugrina. Aos 40 minutos, Bosco (cobrando escanteio) acertou o primeiro cruzamento da noite e Márcio testou com força, vencendo Edervan e igualando o jogo.

O início do segundo tempo foi de domínio do Guarani. Logo aos dois minutos, Marcos se esforçou para cortar um cruzamento que era endereçado a Sérgio Alves. Depois, o Paraná ajustou a marcação e equilibrou a partida, sem no entanto chegar à frente, principalmente por causa da má atuação de Tiago. Percebendo isso, Otacílio Gonçalves sacou o armador e colocou Waldir.

Mas as falhas tricolores eram fatais. Aos 13 minutos, Martinez teve liberdade para armar a jogada e tocar para Émerson Ávila, que cruzou com precisão para Sérgio Alves, que cabeceou com precisão e marcou o segundo gol do Guarani. A pressão paranista era inevitável, e Waldir passou a ser a arma principal do Paraná, que demonstrava insegurança com os inúmeros erros nos passes.

E mesmo tentando pressionar, o Paraná não conseguia chegar com perigo – o problema era a forte cobertura do meio-campo do Guarani, que inclusive colocou mais um volante (Leandro Guerreiro) para reforçar a marcação e criar um ‘cinturão’. Xandão quase marcou aos 40 minutos, mas Júnior salvou a pátria bugrina. Mas não houve jeito – mais uma derrota, e a crise ainda mais aprofundada. Apesar das notícias que já falavam em um pedido de demissão, o técnico Otacílio Gonçalves garantiu que não deixa o Paraná. “Enquanto eu tiver forças, eu vou tentar ajudar”, afirmou o treinador, que pediu a ajuda da torcida. “Quem gosta do Paraná tem que auxiliar, e não prejudicar”.

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