Paraná bem próximo da zona de rebaixamento

O que poderia ser o início de “vida nova” no brasileirão transformou-se em uma tremenda dor de cabeça para o técnico Gilson Kleina. O Paraná Clube continua “inofensivo” fora de seus domínios e a projeção é no mínimo preocupante. O revés em Belo Horizonte reconduziu o Tricolor à 20.ª colocação, no limite para se manter na primeira divisão nacional. Com apenas 13,33% de rendimento na condição de visitante, terá novo desafio amanhã, no Serra Dourada, frente ao Goiás.

Faltam somente quatro rodadas para o término do primeiro turno e o Paraná não “estragou a festa” de ninguém. Em dez jogos como visitante, foram quatro empates e seis derrotas, num índice decepcionante. Os dirigentes não se cansam de dizer que “há muita água para rolar por baixo da ponte”, mas se não melhorar sua produção fora de casa, o Tricolor será obrigado a conquistar um aproveitamento improvável no Pinheirão para não correr risco de rebaixamento. Num cálculo estimado, tomando-se por base todos os nacionais disputados, um clube deve ter rendimento aproximado de 40% para não ficar entre os quatro últimos.

Hoje, por exemplo, com 35,1% o Paraná está fora da zona do rebaixamento. Só que manda o bom senso que as projeções sejam feitas com uma “reserva técnica” para que dissabores sejam evitados. Caso não melhore seus números fora de casa, o Tricolor, para chegar ao total de 55 pontos (39,86% de rendimento), terá que vencer ao menos dez dos catorze jogos que disputará no Pinheirão. Todos apostam que mais dia menos dia, o clube irá surpreender algum adversário como visitante. Só que essa faceta já está se tornando habitual para o Tricolor. No ano passado, mesmo com um bom time (que terminou na décima colocação), a primeira vitória fora de casa só ocorreu na 16.ª rodada num 4×1 sobre o Vasco, em São Januário.

Com o recente tropeço, diante do Galo, o Tricolor detém mais um recorde negativo: é o time há mais tempo sem vencer fora de casa. Completando o péssimo aproveitamento, tem o pior ataque (5 gols marcados) e a pior defesa (23 gols sofridos) levando-se em conta apenas os jogos em “terreno inimigo”, onde o Paraná já sofreu quatro goleadas, para Vitória, Juventude, Grêmio e Atlético Mineiro. Sem recursos para competir por reforços de expressão, o Tricolor terá de “reciclar” o seu grupo para mudar o rumo dessa história. Mais do que qualidade, está faltando competência ao time, quer na defesa, no meio-de-campo ou no ataque.

Kleina quer porteira fechada

Gilson Kleina não esconde a preocupação com o momento do time. Sua aposta na formação que obteve bom rendimento contra o Paysandu foi frustrada por um péssimo primeiro tempo contra o Atlético-MG. Marcando mal e falhando em lances de bola parada, o Paraná sucumbiu aos chuveirinhos do Atlético Mineiro. Uma ducha fria na proposta do treinador, que imaginava ter encontrado uma equipe-base.

Mais equilibrado no segundo tempo, o Tricolor fez até um bom jogo, mas insuficiente para reverter o placar que já era de 3×0 para o Galo. A defesa, que vinha conseguindo regularidade nas últimas partidas (na derrota para o Grêmio, as falhas principais ocorreram no meio-de-campo), foi presa fácil para Alex Mineiro e Márcio Santos, que não tomaram conhecimento de Fernando Lombardi e Gélson Baresi.

Por isso, Gilson Kleina já decidiu: terá que fortalecer o sistema de marcação e João Vítor está escalado para o jogo em Goiânia. Sem contar com Axel, que cumpre suspensão pelo terceiro cartão amarelo, o treinador chamou Beto para compor o grupo. Como a idéia é escalar três volantes, o setor deverá ter João Vítor, Gilmar e Goiano. A tendência é que o time atue com apenas um centroavante, como já ocorreu na fase final do último jogo.

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