Paraná atento à toda rodada

A rodada do final de semana pode ter sido marcada toda no mesmo horário, mas não tem escapatória: todos os paranistas estarão ligados não apenas na partida entre Prudentópolis e Paraná Clube, mas também nos jogos entre Beltrão e Coritiba e Iraty x Malutrom. Isto porque, mesmo que vença o jogo no interior, o Tricolor depende de uma derrota do Beltrão ou de um empate ou derrota do Iraty. Isso se o TJD não agir nos bastidores e tirar seis pontos do Beltrão, levando em conta a denúncia de irregularidade na inscrição do jogador Alex Santos (ver matéria complementar).

“Por um lado, foi feita a justiça mantendo todos os jogos no mesmo horário. Mas não vai ter como a gente ficar curioso para saber o andamento das outras partidas”, diz o experiente zagueiro Gélson Baresi.

Mesmo de olho nos outros resultados, o capitão tricolor lembra que antes de mais nada o Paraná vai ter que pensar no seu dever e vencer. “De que adiantarão os outros resultados se não fizermos a nossa parte? Temos que pensar primeiro em nós.” Entretanto, Baresi não esconde que dependendo do andamento das outras partidas, a postura do Paraná possa mudar. “Dependendo da situação, mais para o final do jogo, podemos nos largar para o ataque ou segurar mais o jogo. Isso também faz parte do futebol, ainda mais quando dependemos de outros resultados.” Profissional, Baresi prefere não fazer previsões sobre o que é mais provável acontecer: se o Beltrão sucumbir diante do Coritiba ou o Iraty perder ou empatar com o Malutrom. “Todas as equipes têm chance de se livrar e vão fazer de tudo para isso. Não dá para prever, apenas para torcer pelos resultados que são interessantes para nós.”

De volta à equipe, o zagueiro se diz aliviado em poder participar do compromisso de domingo. No clássico contra o Atlético, há duas rodadas, ele sentiu um problema no músculo adutor da coxa e chegou-se a pensar no pior. Mas com tratamento intensivo, ele acabou liberado para a partida decisiva. “Ainda bem. Assisti ao jogo contra o Rio Branco das cadeiras e passei muito nervoso. É horrível se sentir inútil quando a equipe passa por um momento difícil”, diz o capitão do Tricolor. Agora, ele está pronto para voltar a vestir a camisa do Paraná e passar aos companheiros toda a tranqüilidade que anos de experiência deram a ele. “Aos poucos, o time está entrando nos eixos e os jogadores se condicionando cada vez mais. A tendência é crescer a partir de agora. Certamente, a única coisa que passa por nossa cabeça no momento é a classificação.”

Lições sobre o novo código

Os jogadores, treinadores e dirigentes das principais categorias de futebol do Paraná tiveram um trabalho diferente na noite da última segunda-feira. A convite do vice-presidente de futebol do clube, José Domingos, o presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná, Bôrtolo Escorsin, ministrou uma palestra esclarecendo os principais pontos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).

A intenção da diretoria foi deixar todos a par do rigor do novo código, que prevê multas altas e punições maiores ainda. “Ficamos preocupados, pois o clube depende do comportamento dos atletas. Uma expulsão como a do Éverton (domingo, contra o Rio Branco), pode render uma pena de 120 dias de suspensão. E o prejuízo não é só do garoto, mas também do clube, que não poderá contar com seu futebol por um longo período. Há muito rigor”, exemplificou.

De fato, o novo código já vem sendo questionado pelo rigor em certos artigos. O de agressão, 253, prevê uma suspensão mínima de 120 dias. Atraso da equipe para entrar em campo, no início do jogo ou após o intervalo, a pena é de R$ 5 mil. “E essas são as punições menores. Por isso, todo o cuidado é pouco.”

Durante a palestra, os jogadores tiveram oportunidade de esclarecer as principais dúvidas e garantem que agora o cuidado vai ser ainda maior. “Antes de qualquer ação, vamos ter que pensar três vezes. O controle emocional vai ter que ser muito grande para evitar prejuízo para nós e para o clube”, diz o jovem Fernando Lombardi. Se por um lado o zagueiro até entende o rigor em punições onde o atleta agredir um companheiro de profissão com intenção de machucá-lo, ele acredita que as duras multas aplicadas aos clubes podem trazer sérios problemas. “Os clubes menores muitas vezes mal têm dinheiro para pagar os atletas. Se tiverem que pagar multas tão altas, muitos deles acabarão fechando as portas, diminuindo a oferta de emprego para os jogadores.” Agora, porém, não adianta chorar sobre o leite derramado. As regras estão valendo e todo cuidado é pouco.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo