A comissão técnica do Paraná Clube reuniu a imprensa ontem para apresentar o cronograma de treinamentos que será aplicado neste período de recesso do Brasileirão. Último a integrar o grupo, o técnico Caio Júnior – contratado após a conquista do título paranaense, em substituição a Luiz Carlos Barbieri – destacou a qualidade do trabalho desenvolvido ao longo desses quase dois meses. O resultado, na prática, foi o 7.º lugar após dez rodadas, com aproveitamento de 50%.
?Só conseguimos isso pelo trabalho de equipe, da direção ao departamento médico?, disse o treinador paranista. ?Com essa união e sintonia, dentro e fora do campo, é que chegamos a essa boa campanha ao término da primeira etapa?, frisou. Caio citou fatos para ilustrar essa postura. ?O presidente, por exemplo, nos deu toda a tranqüilidade naquele momento de pressão que antecedeu o jogo contra a Ponte Preta, confiando no nosso trabalho?, afirmou.
?Isso sem contar a competência da diretoria na busca por jogadores relativamente desconhecidos, mas de ótimo potencial, como Maicosuel, Sandro, Gustavo, Leonardo?. Caio Júnior lembrou ainda que os méritos do Paraná pela campanha são potencializados diante da diferença financeira que a divisão de cotas de tevê proporciona. ?Tem muito clube rico, lá atrás?, alfinetou. Sem deixar de lado ninguém, o treinador elogiou ainda o trabalho do departamento médico, que administrou com serenidade a recuperação de atletas importantes, sem se deixar levar pela pressão que os resultados impunham ao clube.
O trabalho, a partir de agora, é garantir a continuidade dessa unidade, com a chegada de novos reforços e a dificuldade da competição, que aumentará a cada rodada. ?Há uma situação muito importante que será medida até o término do primeiro turno. Muitos clubes, como Santa Cruz e Palmeiras, tentarão mudar radicalmente suas equipes. Nós, não?, disse Caio. É nesse ponto que reside, na avaliação do treinador, uma vantagem para seu time. ?Vamos ter todo esse tempo para aprimorar um time e realizar pequenos ajustes. Nossa base está aí e isso pode nos dar uma ótima condição para as próximas rodadas?, frisou.
Etapas
A intertemporada do Paraná foi dividida em três etapas. A primeira delas – a da recuperação física e mental dos atletas – começou na última segunda-feira e se estende até terça-feira da semana que vem. A partir do dia 14 de junho, o trabalho será direcionado exclusivamente à área física (readaptação cardiovascular e neuromuscular e avaliações). Entre os dias 19 de junho e 2 de julho, serão intercalados treinos técnicos e táticos aos trabalhos físicos. É nesse período que o Paraná fará seu primeiro amistoso – contra Joinville ou J. Malucelli – no dia 1.º de julho (sábado).
A partir do dia 3 de julho, a ênfase será a parte tática, com a parte física sendo individualizada. No dia 8 de julho (sábado), haverá o segundo e último amistoso, fechando essa etapa da preparação. Nos dias que antecedem o jogo frente ao Flamengo, programado para 13 de julho, a carga será sensivelmente reduzida. O planejamento visa deixar o grupo homogêneo e equilibrado em todas as valências, pronto para a maratona de 28 jogos que terá pela frente, além da Copa Sul-Americana.
Hora de enxugar o elenco
Terminada a primeira etapa do Brasileiro, é momento de ajustes no elenco. Como o grupo é numeroso e ainda há reforços chegando – Pierre já acertou e Joelson depende de decisão judicial – alguns jogadores poderão ser negociados. O primeiro a deixar o Tricolor foi o lateral-esquerdo Rodrigo Alvim. Com propostas de alguns clubes da Série B,
ele acertou sua liberação e já rescindiu contrato.
O destino de Alvim pode ser a Portuguesa, do técnico Luiz Carlos Barbieri.
?Precisamos equilibrar a nossa folha?, revelou o vice de futebol José Domingos. ?Mas, não vamos dispensar ninguém?, emendou o dirigente para evitar especulações. ?O que vamos fazer é facilitar a saída de atletas que não estão sendo utilizados e que eventualmente venham a receber propostas?. O elenco atual do Paraná conta com 30 jogadores – sem contar o ala-esquerdo Eltinho e o atacante Jeff, que estão nos juniores, mas serão aproveitados também na equipe principal – e a intenção é não extrapolar esse número.
Há ainda três pendências a ser resolvidas. O meia Luís Antônio, cujo contrato expira no próximo mês, o meia-atacante Erick, que só agora se recuperou de uma cirurgia no joelho e o mexicano Mancera.
?A idéia da diretoria é equilibrar a questão financeira sem reduzir as nossas opções, já que temos pela frente a seqüência do Brasileiro e a Sul-Americana?, disse Caio Júnior. Diante desse quadro, é provável que o clube negocie um dos seus alas-direitos -Parral, por exemplo, vem sendo pouco aproveitado – e um dos zagueiros, já que são oito opções para o setor.
No ataque, a comissão técnica não esconde que Vandinho precisa ser emprestado para readquirir a confiança (abalada após um desempenho ruim no Paranaense) e Zumbi precisa encontrar seu espaço no grupo, ajustando-se às necessidades do Paraná. Ou seja, jogando como atacante de referência na área adversária.