O Paraná pode apresentar ainda hoje três reforços para o seu ataque. As ausências de Leonardo e Maicosuel no jogo do último domingo enfraqueceram o setor ofensivo e aceleraram os contatos da diretoria com atletas que estavam em conversações há algum tempo. Leandrinho (Noroeste), Zumbi (Marília) e Henrique (Joinville) são os atacantes pretendidos pelo Tricolor, que assim passaria a contar com 33 jogadores no seu elenco.
A transação mais adiantada envolve Zumbi. O centroavante de 25 anos está sendo adquirido pelo clube através do Grupo de Investimentos e da L.A. Sports. A negociação gira em torno dos percentuais dos direitos federativos do atleta junto ao Marília. Zumbi tem como maior virtude a qualidade do cabeceio, sendo um atacante de referência para jogadas aéreas, uma das carências do atual grupo. Zumbi chegou ontem em Curitiba e depende apenas desse acerto entre os clubes e do exame médico para que possa ser apresentado.
A transferência de Vandinho para o Marília não está descartada. Essa questão está sendo discutida entre as partes, já que a L.A. Sports detém os direitos federativos do jogador. Vandinho retornou ao Paraná no início do ano para ser a referência do ataque. Não conseguiu se firmar ao longo do estadual e no último domingo foi hostilizado pela torcida a cada bola perdida. Seus empresários reconhecem que uma saída, neste momento, seria interessante para a carreira do atleta, de apenas 19 anos.
Já a questão envolvendo Henrique é mais complicada. O atacante de 21 anos – que tem como principal característica a velocidade – tem contrato com o Joinville até maio e o clube não está disposto a liberá-lo. Nesse caso, o Paraná poderia até aguardar o fim desse contrato, para só então trazer o jogador, que já passou pelas categorias de base do Coritiba. A vinda ou não de Henrique não deve, ao que tudo indica, interferir na negociação envolvendo Leandrinho.
O problema neste acerto está na questão financeira entre Paraná e jogador.
Com essas contratações, o Tricolor ?fecharia? o seu grupo. As únicas pendências seriam em relação ao volante Serginho e o ala Rodrigo Alvim, cujos contratos se encerram no fim do mês. Serginho já está em fase de conversações, enquanto a questão de Alvim está sendo analisada.
?Conheço bem o Mano?, diz Muçamba
Aplicado em campo, o volante Rafael Muçamba tem como marca registrada a regularidade. Bom marcador, é uma das peças de sustentação do meio-de-campo do Paraná Clube. Com contrato renovado por mais uma temporada, o jogador driblou o assédio de outras equipes (o mais intenso foi o do Atlético-MG) para seguir no clube. Além da amizade com os companheiros, Muçamba tem uma grande empatia com o torcedor paranista e se mostra um profissional dedicado, daqueles que aproveita o tempo livre para analisar adversários.
No dia seguinte ao empate com o Botafogo (0 a 0), Rafael Muçamba já havia visto o teipe da derrota (3 a 1) do Grêmio (próximo adversário do Paraná) para o Cruzeiro. ?Acho isso importante. Mesmo que numa análise superficial, é possível ter uma idéia em relação àquilo que teremos pela frente?, comentou Muçamba. O volante será uma boa fonte de informações para o técnico Caio Jr. ?Já trabalhei com o Mano Menezes, no Caxias, e sei bem como ele arma suas equipes?, revelou. ?Ele é um técnico exigente, que coloca todos os seus jogadores atrás da linha da bola?.
Para Muçamba, como o Grêmio assimilou bem a filosofia de Menezes, será difícil entrar ?por dentro? na defesa gaúcha. ?O melhor caminho será pelos lados. Os alas serão peças fundamentais para que tenhamos um bom volume de jogo?, disse o volante paranista. Apesar da visível evolução apresentada pelo Tricolor contra o Botafogo, Muçamba sabe que só jogar bem não basta. ?Temos uma idéia de chegar numa boa colocação até a Copa do Mundo, quando o campeonato vai parar por mais de um mês?, lembrou.
A comissão técnica não chegou a estabelecer números, mas a meta é fechar a 10.ª rodada numa colocação confortável. ?Para isso, teremos que buscar fora de casa os pontos que perdemos para o Botafogo?, frisou Muçamba.
?O campeonato é muito nivelado. É só ver os times cariocas. Todos apostavam que eles estariam em baixa e com um futebol simples eles obtiveram bons resultados nessas primeiras rodadas?.
Na avaliação de Muçamba, o ?sucesso? das equipes do Rio se deve ao estilo de jogo por eles adotados. ?É só ver o que aconteceu com o Botafogo.
Eles se fecharam, jogando como time pequeno. Até bem pouco tempo atrás, isso não ocorreria de forma alguma?. Mesmo sem vencer após duas rodadas, o volante acredita no potencial do grupo e usa como parâmetro a campanha do time no ano passado. ?Também obtivemos só um ponto nos dois primeiros jogos. E, a partir da 4.ª rodada engrenamos e fechamos o turno na ponta de cima da tabela?, finalizou Muçamba.
