Os números são ruins e as projeções preocupantes. Não bastasse o péssimo desempenho do Paraná Clube em jogos realizados na Vila Capanema – apenas 33,35% – o aproveitamento dos clubes que lideram a Série B 2008 é muito superior ao verificado em anos anteriores.
Reflexo imediato do baixo número de empates, após onze rodadas completas. O Avaí, quarto colocado, tem hoje um rendimento superior ao do Coritiba no ano passado, que foi campeão conquistando 60,5% dos pontos disputados.
A eficiência dos times que estão na parte de cima da tabela – em especial o Corinthians, com o impressionante índice de 81,8% de aproveitamento -reflete também na parte de baixo da tabela.
O Paraná, com 33,3% de rendimento, em anos anteriores estaria na zona do rebaixamento. Hoje, ocupa a pífia 16.ª colocação, muito abaixo daquilo que se esperava de um clube que tem como meta o retorno à primeira divisão. Objetivo que se mostra improvável diante do quadro atual.
Os paranistas ?torcem o nariz? para o que vêem e a reação de um grupo de torcedores ao final do jogo do último sábado foi emblemática. ?Subir, com esse time, é impossível. Se sobrevivermos na Série B já estaremos no lucro?, diziam, visivelmente decepcionados diante de mais um insucesso do Tricolor, que venceu apenas um dos seis jogos que disputou em casa nesta Segundona. O técnico Rogério Perrô prefere manter um discurso otimista. ?Vamos chegar lá, podem escrever?, anunciou, mesmo após a derrota para o Juventude.
Só a confiança do treinador, porém, não será suficiente. Para sair ?da lama?, o Paraná terá que conseguir uma reação marcante a partir de sexta, quando encara o Brasiliense, em Taguatinga.
Torcendo para o rendimento dos líderes cair para o padrão normal, registrado nas últimas temporadas, o Paraná terá que elevar para 62,9% o seu aproveitamento nas 27 rodadas que terá pela frente até o dia 29 de novembro, quando a competição chega ao seu final.
O retrospecto do próprio clube joga contra essa projeção. Na Série A, o Paraná sempre manteve uma performance superior no primeiro turno, caindo de produção na reta final da temporada.
Agora, o caminho terá que ser obrigatoriamente inverso, para que o otimismo do técnico Rogério Perrô possa contagiar não apenas o grupo de atletas, mas também o torcedor paranista, mais distante do time e do estádio, a cada rodada que passa.