Agora é pra valer. Jogando em casa, o Paraná Clube quer ampliar a vantagem que já possui no duelo com o Atlético, valendo vaga na final do Campeonato Paranaense. Por ter melhor campanha que o rival -38 pontos, no geral, contra 37 – o Tricolor pode se garantir com dois empates. Com praticamente todos os titulares à sua disposição, o técnico Zetti deve adotar o sistema com três zagueiros. Os únicos desfalques são André Luiz, lesionado, e Henrique, que não acertou a renovação de seu contrato.
A principal novidade fica por conta da possível volta de Josiel. O jogador está recuperado da lesão muscular que o tirou das três últimas partidas da equipe no estadual. Sem jogar desde o dia 29 de março, a expectativa fica por conta do condicionamento físico do atacante. Tanto que a comissão técnica irá avaliá-lo na manhã de hoje, antes de confirmá-lo entre os titulares. ?Vamos avaliar a sua situação. Mesmo que ele não reúna condições para os noventa minutos, pretendo utilizá-lo?, afirmou o treinador paranista.
Se Josiel poderá aparecer como a principal referência ofensiva do Tricolor, é certo que Alex volta à condição de titular da lateral-direita. No início da temporada, ele chegou a disputar posição com André Luiz. Este, com maior vigor físico ganhou a preferência. ?O Alex tem muita habilidade. Será um jogador importante nessa reta final?, analisou Zetti. Até pela característica de seus alas – Egídio, pela esquerda, também é essencialmente ofensivo – o treinador parte para o sistema com três zagueiros.
Essa estratégia vinha sendo aplicada eventualmente por Zetti. Agora, sem maiores opções ofensivas, a tendência é a confirmação do 3-5-2 na maioria das partidas que o Tricolor terá pela frente. O 4-4-2 se justificava quando Zetti contava com o quarteto formado por Gérson, Dinelson, Henrique e Josiel. Por um motivo ou outro, nas jornadas mais recentes, eles nunca estiveram juntos. A exemplo do que ocorre com Josiel, que será avaliado hoje, Zetti também vai observar o desempenho de Neguete.
O zagueiro teve bom desempenho contra o Coritiba, na quinta-feira, e se não apresentar desgaste físico será escalado para o jogo de amanhã na função de líbero. Neste caso, Toninho voltaria ao banco de reservas. Zetti relacionou vinte jogadores para a concentração – que começou ontem à noite – e deve utilizar frente ao Rubro-negro a seguinte formação: Flávio; Daniel Marques, Neguete (Toninho) e João Paulo; Alex, Xaves, Beto, Gérson e Egídio; Dinelson e Josiel (Lima ou Vinícius Pacheco).
Turma do apito ?atravessada?
O péssimo desempenho da arbitragem no clássico de quinta-feira ainda era assunto nos bastidores da Vila Capanema, ontem à tarde. Ainda mais com as imagens comprovando os ?deslizes? de Edivaldo Elias da Silva e seus assistentes. Houve uma penalidade máxima clara, outra duvidosa, sem contar o gol de Lima, anulado por conta de um impedimento assinalado por Francisco Aurélio do Prado. Apesar da chiadeira, a diretoria preferiu não aderir à solicitação do Atlético, que queria árbitros de fora nas finais do estadual.
?Temos bons árbitros e, agora, há a promessa do Afonso Vitor de Oliveira de não mais fazer experiências?, comentou José Domingos. O nome de Evandro Rogério Roman – que dirige o primeiro jogo das semifinais, frente ao Atlético – foi bem aceito pelos tricolores. ?É um árbitro experiente e rigoroso?, disse Domingos. ?Se esse for o critério nesta reta final, nada a protestar?. O técnico Zetti, ainda ontem, lamentava os ?erros do apito? que lhe custaram não só a primeira colocação do grupo como a melhor campanha em todo o estadual.
O superintendente Ricardo Machado Lima lembra que os ?deslizes? da arbitragem ocorreram antes mesmo do início da partida. ?O quarto árbitro aceitou o uniforme do Flávio, ainda no vestiário. Depois, reclamou das meias, já no gramado, causando atraso no início do jogo?, lembrou. ?Além disso, só repreenderam o Flávio. A exigência para que o Artur trocasse de meias – cinzas como a do restante do time coxa – só ocorreu após o alerta de nosso preparador físico?, disse Machado Lima, que ontem protocolou reclamação na FPF contra o procedimento do quarteto de árbitros.
Henrique é página virada
Henrique está mesmo fora do Paraná Clube. A negociação não evoluiu e diante do alto valor pedido pelo atleta a diretoria já descarta a possibilidade de uma reversão neste quadro. ?Chegamos ao nosso máximo. Não há mais o que conversar?, disse o vice de futebol José Domingos. Esta posição foi passada ao procurador do atacante, Moisés do Amaral, e como não houve novo contato, a diretoria acelera contatos com outras opções para o setor.
O jogador, que chegou ao clube para a disputa do Brasileirão do ano passado, conseguiu projeção nesta temporada. Foi titular da equipe de Zetti nos principais jogos da Libertadores e do estadual. Em evidência, fez uma pedida salarial que ?assustou? os dirigentes paranistas. Um reajuste aproximado de 180%. O Paraná chegou a contra-ofertar 50% de correção, mas a resposta foi negativa. ?Não vamos acrescer um centavo na nossa oferta. É pegar ou largar?, disse José Domingos.
A diretoria paranista não soube precisar se Henrique já teria propostas de outros clubes. ?Pretendíamos contar com o jogador nesta reta final do Paranaense. Agora, já não podemos inscrever ninguém. Mas, não podemos inflacionar a nossa folha?, analisou o dirigente. Mesmo evitando comentários sobre contratações de reforços, ficou claro – nas entrelinhas – que o Tricolor já tem algumas negociações engatilhadas. Possivelmente de atletas do interior paulista, que reforçariam o time no Brasileiro e nas próximas fases da Libertadores, caso o clube obtenha classificação.
O diretor de futebol do Paraná, Durval Lara Ribeiro, esteve em São Paulo neste meio de semana observando atletas – em companhia do auxiliar técnico Silas – e fazendo os primeiros contatos. ?Não tenho nada a dizer sobre reforços. Nosso foco são os jogos decisivos que temos pela frente, contra o Atlético e o Maracaibo?, disfarçou José Domingos.