Luiz Carlos Barbiéri é o 23.º técnico a comandar o Paraná Clube na primeira divisão nacional. Apesar de um currículo bastante "enxuto", o treinador já tem experiência na Série A (em 2003, comandou o Guarani e quase chegou à Sul-Americana) e mesmo sendo um "principiante", já detém um título estadual (pelo Criciúma, na atual temporada). Historicamente, o tricolor tem obtido bons resultados nesta aposta em técnicos "emergentes".
Há, é verdade, algumas frustrações no caminho, como Edu Marangon e Gílson Kleina. Pelo menos nos números, já que Kleina sempre é muito elogiado pelos dirigentes por seu profissionalismo. "Ele chegou no momento errado, quando tínhamos um grupo inchado e com jogos a cada três dias. Foi prejudicado por esses fatores na implementação de sua filosofia", defende o presidente José Carlos de Miranda, que, desde o ano passado, não abre mão da sua posição de mandatário maior do clube e detém a palavra final na contratação (ou dispensa) de um treinador.
Ao contrário de Kleina, Luiz Carlos Barbiéri recebe um time estruturado, com o grupo enxuto e numa boa colocação. "Isso aumenta a minha responsabilidade. Mas, na parte de cima ou de baixo da tabela, sempre haverá cobrança", comenta Barbiéri, com tranqüilidade. Se na temporada 2003 o Paraná exagerou na troca de treinadores – foram quatro, ao longo do Brasileirão – o presidente Miranda tem feito o possível para mudar essa história. "O ideal é mexer o mínimo possível. Quanto mais tempo o treinador ficar, melhor", disse. Desta vez, a diretoria não teve como evitar a mudança.
"O Lori se valorizou muito com a ótima campanha. Não tínhamos como competir com a proposta dos turcos", comentou Miranda. Lori Sandri, ao longo das 23 rodadas do Brasileirão, conquistou a confiança do grupo, que assimilou suas idéias. Com isso, o treinador deixou o clube tendo o segundo melhor aproveitamento da história do tricolor. Se a Copa João Havelange (2000) for descartada – foi uma competição do Clube dos 13 e não da CBF – Lori é o melhor técnico a comandar o Paraná na Série A.
"É um desafio, mas chego confiante na realização de um grande trabalho. O Paraná está em sexto lugar e o campeonato é muito equilibrado. É possível brigar pela Libertadores e até pelo título. Só depende da gente", disse Barbiéri assim que chegou. Os jogadores se mostraram receptivos ao estilo de trabalho do novo treinador, exigente e perfeccionista.
Nos primeiros dias, intensificou treinos técnicos para melhorar a finalização e a saída de bola do time. No primeiro coletivo, comprovou que não pretende mexer, pelo menos no momento, na estrutura tática armada por seu antecessor.