Para os jogadores, volta à Vila e apoio da torcida farão a diferença

A volta pra casa foi o principal assunto entre os jogadores do Paraná Clube no dia seguinte à vitória histórica (2×0), sobre o Fortaleza.

O resultado recolocou o time de Caio Júnior na zona de classificação à Libertadores. Mesmo com apenas dez

mil torcedores no estádio – a capacidade total é de dezesseis mil – os atletas admitiram que o comportamento da galera foi decisivo para a conquista dos três pontos. Uma parceria que pode determinar a sorte do Tricolor no Brasileirão.

?Fiquei impressionado.

O torcedor mais próximo contagiou o time?, disse Edinho, animado com o resultado do primeiro jogo desta nova ?era?. O experiente zagueiro Émerson concorda com o ala paranista. Ele já havia atuado na Vila, mas defendendo a Portuguesa, em 1998, que venceu o jogo por 1×0. ?Tinha certeza que desta vez seria diferente.

O estádio estava cheio e o clima era muito favorável.

Um clima caseiro, como deve ser?, disse o xerife tricolor.

É esse ambiente que todos esperam ver nos seis jogos que o clube ainda realiza no Durival Britto, neste Brasileiro.

O Paraná recebe em seu novo ?alçapão? os seguintes adversários: Ponte Preta, Goiás, Flamengo, Palmeiras, Internacional e São Paulo. ?Numa competição tão equilibrada, vencer em casa é fundamental. Se tivermos 100% de aproveitamento, ótimo?, comentou o artilheiro Leonardo. ?Além de todo o clima envolvendo o jogo, pesaram muito a atitude do time e o bom gramado.

Nosso jogo ficou muito mais rápido?, lembrou o atacante. ?Pudemos tabelar e imprimir um ritmo forte, encurralando o adversário?.

Para o atacante, que agora é também o batedor oficial de pênaltis do Paraná, a briga pela artilharia não é prioridade. ?Uma grande campanha vale muito mais. Creio que estarei mais valorizado com o Paraná na Libertadores?, disse Leonardo. Com seis gols em dezesseis jogos, ele quer melhorar a sua média pessoal. ?Só agora estou recuperando a condição física. Fiquei fora de muitos jogos e agora quero jogar todas, se possível?. Confiante na boa fase do time, o atacante espera manter a performance nos dois jogos em seqüência que o Tricolor realizará fora de casa, contra Figueirense e Internacional.

No domingo, o Paraná vai a Florianópolis para um jogo ?de seis pontos?. O time catarinense está apenas um ponto atrás do Tricolor e no primeiro turno arrancou um empate sem gols no Pinheirão. ?Uma vitória nos coloca mais perto dos líderes?, acredita Émerson. O último resultado positivo fora de casa ocorreu há setenta dias, frente ao Flamengo, em Volta Redonda.

Eltinho no lugar de Edinho

O garoto Eltinho pode ser a única novidade do Paraná Clube para o jogo do próximo domingo, frente ao Figueirense, no Orlando Scarpelli. O técnico Caio Júnior não oficializou a equipe, mas antecipou a intenção de não mexer na formação que mostrou um futebol equilibrado diante do Fortaleza. A mudança na ala-esquerda se deve à ausência de Edinho, suspenso por dois jogos (um já cumprido) pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva devido à expulsão diante do Grêmio.

Eltinho teve bom desempenho no jogo frente ao Fluminense e agora terá nova oportunidade. O treinador teria ainda a alternativa de deslocar Batista para o setor, com a entrada de Pierre no meio-de-campo. Mas, nos jogos em que atuou como ala, Batista caiu de rendimento e diante do Fortaleza o ponto alto do time foi a precisão dos dois volantes no desarme e na saída de jogo com qualidade. ?A tendência é a presença do Eltinho. Mas, quero antes analisar o adversário?, explicou Caio.

O treinador esteve na Vila Capanema pela manhã e não escondia a satisfação com a volta do bom futebol. ?Eu apostava muito nesse retorno à Vila, pois sabia que num bom gramado a qualidade do time faria a diferença?, disse. Antes de ir à Vila Caio já havia ido ao Boqueirão ver um amistoso do Paraná B -formado apenas com jogadores oriundos dos juniores (e que no final do ano ?estouram? a idade) -, frente ao Bandeirantes.

A equipe que será comandada por Ary Marques se prepara para o Paranaense.

Caio Júnior já estava com duas fitas nas mãos. Nelas, os jogos do Figueirense contra Fluminense e Inter. ?Essa é uma rotina. Sempre vejo pelo menos os dois últimos jogos do nosso próximo adversário e a partir daí a gente monta a melhor estratégia?, comentou. O técnico elogiou o desempenho de Gérson, que na sua visão deu ritmo ao time e organizou com precisão o meio-de-campo paranista.

Festa na Vila termina em agressões a torcedores

Não houve somente festa na reinauguração da Vila Capanema. Um tumulto entre a Polícia Militar e alguns torcedores na saída do estádio rendeu reclamações e uma queixa formal de agressão.

Logo que acabou a partida contra o Fortaleza, a PM exigiu que todos os torcedores da Curva Norte (recentemente ampliada) deixassem rapidamente o estádio pela saída da rua Dario Lopes dos Santos. Quem consumia bebida nos bares ou esperava para sair mais tarde questionou a atitude, o que gerou desentendimento com os policiais. O torcedor Diego Wagner Zambão, 24 anos, disse que nesse instante foi agredido por PMs com chutes e golpes de cassetete. ?Apanhei na frente do meu pai. Bateram em vários torcedores, sem distinguir se eram baderneiros ou não?. Com marcas nas costas e nos braços, o torcedor prestou queixa no 8.º Distrito da Polícia Civil e no Regimento de Polícia Montada da PM (RPMont).

O capitão Valdir Carvalho, do RPMont, que comandou o policiamento na partida, confirmou a determinação para que a torcida esvaziasse rapidamente a Curva Norte. ?A intenção é evitar que o torcedor circule no estacionamento, junto com os automóveis que deixam o estádio?, explica o oficial.

Quanto à denúncia do torcedor, Carvalho classificou o tumulto de um ?caso isolado?. ?Montamos três cordões de isolamento, mas um grupo de quatro ou cinco torcedores que estava no alambrado queria ficar no estádio. Um deles xingou um tenente e ficou dando de dedo nos policiais. Logo outros torcedores se juntaram e isso gerou o tumulto?, justificou o oficial.

Carvalho concorda que a orientação ao público foi deficiente. ?Os anúncios para que a torcida saísse rápido não foram eficientes. Como era primeiro jogo, já prevíamos alguma confusão?. Nos próximos jogos na Vila, a diretoria do Paraná promete abrir novos acessos para escoamento do público.

Os policiais acusados das agressões serão ouvidos em sindicância interna. Um inquérito policial militar poderá ser aberto para apurar o caso.

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