Javier Mascherano pode não ter o brilho de Lionel Messi – ou o de Romero, o paredão dos pênaltis que deram à Argentina a classificação para a final. Mas “El Jefecito” mostrou nesta quarta-feira contra a Holanda que, mesmo sem a faixa de capitão no braço, é fundamental em sua equipe. Com técnica apurada e raça na medida certa, ele ajudou a conduzir o sonho argentino até o Maracanã. “Isso vivemos apenas uma vez. Oxalá que possamos coroar nossa campanha”.
Mascherano jogou como um volante moderno precisa jogar – ocupando os espaços, o que a seleção brasileira deixou de fazer contra a Alemanha. Depois da partida, o jogador, que deve deixar todo corintiano com muita saudade, falou sobre a chance de disputar uma final de Copa do Mundo. “Contra a poderosa Alemanha se joga com paciência, com alma e com o coração. É a grande chance de nossas vidas, é a final desse Mundial. Essa grupo de jogadores levou a Argentina onde ela merece estar. Mas muito além do resultado desta decisão, não tenho palavras para dizer como estou orgulhoso”.
Mascherano foi gigante contra a Holanda. Prova disso foi o carrinho salvador que deu dentro da pequena área, no finalzinho do tempo normal. Arjen Robben, atacante holandês e um dos mais temíveis da atualidade, entrou na área em velocidade e com a bola, mas na hora do chute com sua certeira perna esquerda foi travado em um carrinho limpo dado por “El Jefecito”.
“Jogamos uma partida brilhante, sem medo de ninguém, sabendo muito bem o que precisávamos fazer e não demos muitas opções para a seleção da Holanda. Se tem alguma equipe que merecia estar na decisão, esta equipe é a Argentina. Para isso que jogamos futebol, é para isso que nos tornamos profissionais deste esporte. Para terminar assim, como hoje, orgulhosos de nosso trabalho. Hoje (quarta), dignificamos nossa profissão”, afirmou o jogador para os jornalistas argentinos depois do confronto.
Mesmo em um momento de muita alegria, Mascherano lembrou das dificuldades encontradas no começo do trabalho de Alejandro Sabella, ainda nas Eliminatórias Sul-Americanas para o Mundial. “Temos que dividir o mérito com todos que estiveram nesse processo. Essa equipe nasceu em Barranquilla, quando enfrentamos a Colômbia. Isso é para os jogadores que estiveram conosco, mas por alguma razão não estão agora com a gente. É para desfrutarmos cada segundo que temos pela frente. Temos que aproveitar porque isso é algo que só se passa uma vez na vida”.
Medo da Alemanha? Masche, como era chamado na zona mista por seus colegas de imprensa, afirmou que eles não temem nada. “Vamos nos recuperar. Jogamos 120 minutos e mais pênaltis, mas temos tempo. O nosso objetivo era estar na final e isso nós já alcançamos. Eles deverão vir com muita confiança, claro, mas não podemos dar a esses jogadores o espaço que eles tiveram em campo com o Brasil”, ensinou o craque.