Se Atletiba para os jogadores é sinal de nervosismo, o mesmo não se pode dizer do árbitro escalado para o primeiro jogo da decisão, domingo, no Pinheirão. Héber Roberto Lopes fala com firmeza quando perguntado se ainda treme para apitar o maior clássico do Paraná. "Ah, não dá mais pra tremer, não tem por quê. Quem pega Libertadores não precisa ter mais medo disso" disse a O Estado, ontem à tarde, ainda em Londrina, onde mora.
Até o ano passado, Héber, formado em Educação Física, não costumava atender telefone antes de jogos importantes, mas mudou de opinião depois de iniciar o curso de jornalismo (está no terceiro período, na Faculdade Metropolitana) e ter outra visão da imprensa. Mas algumas perguntas ele não responde. Por exemplo: broncas envolvendo árbitragem e treinadores, como a que envolveu os técnicos Antônio Lopes e Gilberto Pereira, no último jogo da semifinal. "Não posso dizer que não leio jornal e internet, ouço rádio ou assisto tevê, mas quando pinta isso, eu ignoro."
Como todo árbitro, cumpre um ritual mínimo às vésperas dos jogos. Recomenda uma boa alimentação e uma boa noite de sono como requisitos básicos para uma boa arbitragem.
No último fim de semana, ele apitou – e com grande atuação, segundo a imprensa mineira – o clássico Cruzeiro x Atlético-MG, em Ipatinga. Esta atuação colaborou para que ele fosse incluído no sorteio para a primeira partida. Mas nada impede que ele venha a fazer parte também do sorteio para o jogo final. "Um bom trabalho no domingo vai ajudar, mas nós temos bons árbitros, se for preciso." Em 1999, apitou o primeiro clássico contra o Paraná, ficou fora do segundo e voltou a apitar a decisão.
Depois de defender a arbitragem paranaense ("O Valdir (de Souza) quer fazer um grande trabalho no departamento") Héber Lopes lembrou que não terá muito tempo para acompanhar a repercussão de sua atuação no clássico. É que logo após o jogo viaja para São Paulo e às 5 horas de segunda-feira embarca para Lima, onde apitará Alianza x Banfield, pela Copa Libertadores, na próxima semana.
