O Brasil confirmou, na Copa do Mundo da Coréia/Japão, a velha teoria do futebol de que a habilidade técnica e a disposição de jogar para o ataque dão bons resultados. Essa foi uma das principais conclusões de um estudo publicado nesta sexta-feira pela Fifa sobre os aspectos técnicos do Mundial realizado na Ásia.
O relatório, de mais de 280 páginas, aponta, porém, que o Mundial não trouxe nenhuma revolução tática ao futebol e provou que, mais do que nunca, o talento individual faz a diferença. Uma prova disso é que um quinto dos 161 gols na Copa na Ásia foram resultados de jogadas individuais.
Segundo o estudo da Fifa, conduzido por especialistas como o técnico brasileiro Carlos Alberto Parreira, o Brasil serviu de exemplo para aqueles que acreditam que atacar sempre e com coordenação pode ser a melhor estratégia. O relatório lembra que apenas quatro jogadores na seleção brasileira atuaram com uma mentalidade defensiva. Além disso, apesar de não jogar em harmonia sempre, os especialistas da Fifa apontam que a equipe de Felipão contou com craques que puderam desequilibrar as partidas.
Apesar dos elogios, o relatório faz pelo menos duas ressalvas à seleção que conquistou o penta: o excesso de individualismo em algumas ocasiões e a falta de segurança e pouca coordenação da defesa brasileira.
O relatório ainda traz uma entrevista com Luiz Felipe Scolari, que comandou a conquista do Brasil. O treinador garante que seu segredo foi transformar seleção brasileira em um clube de futebol, e não apenas a reunião de grandes jogadores. ?Isso criou uma boa atmosfera, que permitiu que superássemos todos os obstáculos?, explicou Felipão.