Para Dunga, jogadores precisam pedir liberação de seus clubes

O técnico Dunga e dois dos principais jogadores da seleção brasileira no momento – Kaká, o melhor do mundo, e Alexandre Pato, assediado a todo instante por vários jornais e emissoras de TV da Europa – não estão com o discurso em sintonia quando o assunto é a Olimpíada de Pequim.

Kaká, ausente do amistoso desta quarta-feira (26) do Brasil com a Suécia, é recorrente na defesa de que uma eventual liberação para os Jogos de Pequim é uma questão relativa apenas a Milan e CBF. Nesta terça (25), em Londres, Alexandre Pato disse a mesma coisa "Isso não é comigo, é uma decisão entre o meu clube a CBF", explicou o jogador.

Já Dunga foi enfático na primeira entrevista coletiva desde que chegou a Londres na última segunda-feira (24). "Não basta querer. O jogador tem que agir assim: ‘Eu vou fazer esforço para ir’, o que é diferente. Porque querer jogar na seleção, numa Copa do Mundo, todo mundo quer. Mas agora quero saber se está disposto a fazer algum sacrifício para construir alguma coisa", afirmou o treinador nesta terça (25).

Na opinião do treinador, os escolhidos para a Olimpíada devem, sim, interceder junto aos seus clubes para tentar a liberação em agosto, quando acontecem os Jogos de Pequim. E Dunga tem o apoio de vários atletas, entre os mais veteranos da seleção, que poderiam ser chamados para as três vagas disponíveis aos que têm idade superior a 23 anos.

Um exemplo é o goleiro Júlio César, da Inter de Milão, que disse que falaria diretamente com o presidente de seu clube se tivesse de negociar sua ida para Pequim. "Não pensaria duas vezes. Faria de tudo se meu nome constasse da lista", avisou.

O volante Gilberto Silva, do Arsenal, também deixou claro que não relutaria em tomar a iniciativa de ser liberado, no caso de ser convocado para os Jogos de Pequim. "Logicamente, eu faria o maior esforço para estar com o grupo, até porque nunca disputei uma Olimpíada", lembrou.

Para o zagueiro Alex, do Chelsea, participar dos Jogos em Pequim, em agosto, representaria "um feito" em sua carreira. "Nessa hipótese, com certeza, eu pediria a liberação aos dirigentes do meu clube e certamente eu seria atendido. Não creio que criariam problemas", garantiu o jogador.

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