Não é só a busca dos primeiros lugares que move o Coritiba na Segundona. Depois de voltar a freqüentar o G4 e do bom futebol, o técnico Paulo Bonamigo busca agora a arrancada definitiva rumo à primeira divisão. Depois de sofrer com algumas oscilações na competição, o treinador quer a vitória sobre o Vila Nova para dar uma ?vitamina mental? aos jogadores.
Para tanto, a equipe já está definida e entrosada e treinando muito as finalizações para o confronto das 16h de amanhã, no Couto Pereira.
?Com todo o respeito ao Vila Nova, mas nós precisamos dessa vitória para dar uma vitamina mental aos jogadores?, diz Bonamigo. O pensamento do treinador é muito simples. Com duas vitórias seguidas em casa e podendo disputar a ponta da tabela na rodada seguinte contra o Náutico, a vitória passa a ser mais do que bem-vinda contra os goianos. ?Essa vitória poderá dar aos jogadores o impulso necessário para a seqüência do campeonato?, explica.
A empolgação do comandante alviverde é visível. Ontem, após o trabalho de finalizações no CT da Graciosa saiu satisfeito com o esforço dos jogadores e disse que só falta colocar o que foi treinado, em prática. Bom para ele, bom para os jogadores, que também estão entendendo a situação e assimilando a filosofia de Bona. ?É importante para a gente manter essas vitórias em casa porque isso vai dar uma força a mais no campeonato?, analisa o zagueiro Henrique.
Por isso mesmo, entre um trabalho de conjunto e outro, Bonamigo não abre mão das finalizações. No Couto, quarta-feira, ele testou três atacantes chegando contra apenas dois defensores. A exigência era ?somente? fazer o gol. Ontem, repetiu a dose no CT, com chegadas por baixo e pelo alto. Para não forçar demais, os jogadores fizeram um treino em campo reduzido de dois toques e hoje devem repetir a dose para não haver problema no confronto de amanhã.
A equipe não tem mistérios. O time que vem treinando desde terça-feira está confirmado com as voltas do atacante Alberto e do volante Egídio, mantendo-se o sistema 4-4-2, para as saídas de Jéfferson e Peruíbe, respectivamente. Alguns jogadores à disposição para a suplência serão avaliados hoje. O meia Batatinha e o zagueiro Índio se machucaram no trabalho de ontem. O primeiro levou uma pancada na coxa e o segundo sentiu o joelho.
Quase dono da camisa 2
Não se perca pela aparência. Mas, se depender do futebol apresentado, o lateral-direito Luís Paulo começa a fazer bonito e justificar a contratação pelo Coritiba. Em dois jogos com a camisa alviverde, pela Série B, ele começa a conquistar a camisa número 2 e se candidata a ser o novo Marcos Teixeira, último grande jogador na posição que passou pelo Alto da Glória. Em entrevista à Tribuna, ele diz que ainda pode melhorar e que a disputa interna pela posição é grande.
Tribuna – Após dois jogos, como está sua adaptação no Coritiba?
Luís Paulo – Está boa, estou me sentindo em casa e, com a ajuda dos companheiros, quero dar continuidade ao meu trabalho e fazer o que eu fiz no último jogo para conseguirmos mais uma vitória.
Tribuna – Você já está se sentindo o titular absoluto da camisa 2?
Luís Paulo – Não, não. Têm o Ney (Santos) e o Andrezinho, que são dois jogadores em busca de um lugar no time e eu estou sempre procurando manter a regularidade para continuar na equipe.
Tribuna – A torcida pode esperar mais de você nos próximos jogos?
Luís Paulo – Com certeza. Espero fazer uma grande partida sábado de novo.
Tribuna – E como está a preparação do time para o confronto contra o Vila Nova?
Luís Paulo – Fizemos tudo o que tínhamos que fazer e, agora, é ter tranquilidade, esperar a hora do jogo e colocar em prática o que trabalhamos durante a semana. (RS)
Coxa ?cutuca? Atlético
O Coritiba também está de olho em financiamento público para reforma e ampliação de estádios de futebol no Brasil. Principalmente se a Copa do Mundo de 2014 for mesmo no País. No entanto, a diretoria do Alviverde não mostra nenhum otimismo de que isso possa acontecer em breve para qualquer clube brasileiro. ?Se o Mundial vier a ser disputado no Brasil, se houver dinheiro do governo para a adaptação dos estádios, aí o Coritiba tem interesse?, afirma André Ribeiro, vice-presidente do Coxa.
De acordo com o dirigente, o Coritiba não está correndo atrás de financiamento porque não há nada definido por parte do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). ?Até agora, não foi anunciado nada, nem se Curitiba será sede. Temos o interesse em modernizar o nosso estádio, mas isso já foi anunciado e está sendo cumprido. Estamos reformando o Couto, temos o projeto do terceiro anel e não vamos nos comprometer com financiamento agora?, diz.
Ele lembra que o clube está repaginando o Alto da Glória através de parceiros e gastando dinheiro próprio. Apesar dessa posição, caso o BNDES abra uma linha de financiamento para clubes, o Alviverde estará entre os pretendentes. ?Se existir isso, nós teremos interesse, mas não tem nada definido, nem se a Copa vai ser mesmo no Brasil. Por enquanto, esse dinheiro ainda não existe?, pondera. Segundo Ribeiro, o interesse do arqui-rival Atlético em financiamento público para a conclusão do Joaquim Américo pode ser apenas uma cortina de fumaça. ?O time está mal e eles vêm com isso. Se existisse uma linha de crédito, será que o Atlético seria o primeiro beneficiado??, questiona.
Ele não comentou nada, mas nos bastidores do Alto da Glória ninguém acredita que um clube brasileiro possa conseguir dinheiro público no BNDES. Para chegar até o banco e pegar a grana para a reforma ou construção de estádios é necessário estar em dia com todas as obrigações fiscais (FGTS, INSS, etc,) e isso ninguém teria, na visão de alguns setores do Coxa. (RS)