Um time não vencia há dois jogos; o outro não perdia há 10 jogos. Dados, no entanto, pouco importam num clássico da grandeza como Corinthians e Palmeiras que, mesmo passando por uma má fase, venceu o rival por 1 a 0, na tarde deste dmingoo, no Morumbi, em partida válida pela 11.ª rodada do Campeonato Paulista.
Com a vitória, o Palmeiras espanta o risco de uma crise e, de quebra, chega aos 19 pontos, e deixa o rival com 20 pontos, fora do grupo dos quatro que estariam classificados às semifinais da competição. Ao todo, o Palmeiras soma 119 vitórias em 329 confrontos, com quatro vitórias consecutivas. Já o Corinthians, nos últimos quatro jogos, não marcou sequer um gol; algo nunca antes ocorrido no clássico paulista.
Contusão
Momentos antes da partida, o goleiro Felipe foi cortado pela comissão técnica do Corinthians por causa da contusão de seu ombro. Irritado, o atleta deixou o Morumbi. A atitude, no entanto, não atrapalhou a intenção do técnico Mano Menezes em manter o esquema dos últimos jogos, promovendo a estréia de Diogo Rincón no lugar do suspenso Dentinho. "Mantive a estrutura da equipe com a entrada do Diogo Rincón’, disse o treinador.
Com a mesma estrutura, o Corinthians manteve sua postura defensiva, mas não teve criação alguma para assustar o goleiro Marcos, que foi um mero espectador na primeira etapa. Com mais qualidade no meio-campo e no ataque, o Palmeiras foi melhor e chegou a criar algumas chances para abrir o placar, tendo como a principal a cabeçada de Diego Souza, aos 33 minutos. O goleiro Júlio César fez uma bela defesa junto à trave esquerda para evitar o gol palmeirense. No lance seguinte, a polêmica. Valdívia pega o rebote do escanteio e Carlão chega junto. O meia cai e a torcida do Palmeiras pede pênalti, mas o árbitro Rodrigo Braghetto manda o lance seguir. Motivo para muitas conversas ao longo da semana, assim com um impedimento marcado de Valdívia aos 29.
Depois de tais lances, a partida melhorou, já que o Corinthians conseguiu encaixar alguns contra-ataques, principalmente pelo lado direito. A equipe alvinegra, no entanto, não soube aproveitar nenhuma chance, precipitando-se com cruzamentos e chutes infrutíferos. Guerreiro, Herrera não encontrava Lulinha para tentar, ao menos uma tabela perto da área adversária.
O marasmo do começo do primeiro tempo voltou a ditar o ritmo da segunda etapa. Ciente de que sua equipe precisava da vitória, Luxemburgo optou por tirar um marcador para a entrada de Kléber, enquanto Denílson entrou no lugar do atacante Alex Mineiro. Tais modificações surtiram efeito, dos dois lados. O Corinthians passou a atacar mais e, sem pensar na reação, deixou espaços para o rival contra-atacar.
Tal cenário ficou completo aos 29 minutos, quando Diego Souza deu um belo toque para Kleber que, de primeira chutou rasteiro. O goleiro Júlio César espalmou, mas Valdívia pegou o rebote e marcou o gol da vitória.
Provocação
Na comemoração, o meia chileno imitou um "chororô", como havia feito o atacante Souza, em provocação ao Botafogo. Neste caso, o chileno estava dando uma resposta ao lateral-esquerdo do Corinthians, André Santos, que, durante a semana, havia dito que o jogador do Palmeiras gostava de encenar muito e reclamar de faltas. O mesmo fez o zagueiro William.
A comemoração quase colocou o clássico em risco, já que os dois jogadores se estranharam no minuto seguinte e receberam cartão amarelo. Dois minutos depois, Valdívia fez um lance de efeito no meio-campo e recebeu uma falta dura de Héverton.
Depois das animosidades terminarem, o Corinthians passou a atacar do jeito como podia, mas o forte do time de Mano Menezes não é esse, uma vez que ainda sofre com seus atacantes e armadores, ainda mais no clássico, já que não contou com seu principal jogador, Dentinho, suspenso. O Palmeiras, no entanto, nada tinha a ver com a história, e sai do Morumbi com a vitória e o espírito revigorado para o restante da competição.
Agora, os arqui-rivais terá uma semana de descanso, já que a próxima rodada do Paulistão começa na quinta-feira. O Corinthians encara o líder Guaratinguetá no domingo, às 16 horas no Morumbi, enquanto o Palmeiras, no mesmo dia e horário, enfrenta o Bragantino.