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Palmeiras recebe São Paulo e faz 100º jogo no seu estádio

Três anos e dois meses depois da inauguração, o Allianz Parque chega nesta quinta-feira a uma marca importante. O estádio recebe, a partir das 20h30, contra o São Paulo, o centésimo jogo do Palmeiras no local. O clássico pelo Campeonato Paulista será em condições que comprovam o êxito do projeto, com a arena novamente lotada e o time cotado como favorito.

Até a noite de quarta-feira, o clube tinha vendido 32 mil ingressos para o jogo – acima da média da arena, que é ao redor de 30 mil, e bem superior à frequência de torcida no antigo Palestra Itália.

A presença maciça de torcedores se traduz em renda e resultados. O clube somou mais de R$ 200 milhões em arrecadação bruta com as bilheterias no estádio. O valor líquido é estimado em R$ 120 milhões. Dentro de campo, a equipe tem aproveitamento superior a 70% dos pontos na nova casa.

O centésimo jogo do Palmeiras será contra o adversário que mais sofreu no local. O São Paulo é quem tem o pior retrospecto, com cinco derrotas em cinco encontros. “Esses números são legais, mas não entram em campo. Clássico é sempre especial e muito difícil”, disse o atacante Dudu, artilheiro da arena, com 22 gols.

O estádio também se transformou em local de grandes shows internacionais. Desde o começo da operação, em novembro de 2014, foram 44 apresentações e cerca de 1,5 milhão de pessoas nesses eventos.

“Eu costumo comparar a decisão de encaminhar a construção do estádio com o acordo de cogestão da Parmalat. Mas se eu dissesse para você que esperava esse sucesso, estaria mentindo”, disse ao Estado o ex-presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, responsável pelo início das obras, em 2010.

A modernização do estádio levou mais de quatro anos para ficar pronta e custou cerca de R$ 650 milhões. Fora o Palmeiras, a arena foi usada pela seleção brasileira em duas ocasiões, a última delas no ano passado, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. O estádio é também cotado como um das possíveis sedes da Copa América no próximo ano.

Apesar dos números positivos do empreendimento, a relação entre o clube a construtora WTorre, responsável por administrar o estádio por 30 anos, não é livre de problemas. As duas partes convivem com divergências sobre a interpretação de alguns pontos do contrato e contam com uma câmera de arbitragem para mediar os conflitos.

OS TIMES – O técnico Roger Machado deve escalar a mesma formação utilizada na semana passada, na vitória por 3 a 0 sobre o Junior, em Barranquilla, pela Copa Libertadores. Dos 11 titulares, dez não atuaram na segunda-feira, na derrota por 1 a 0 para o São Caetano, em casa. O único mantido será o volante Bruno Henrique. As ausências ajudaram a dar descanso e a poupar cinco jogadores que estavam pendurados com dois cartões amarelos.

O Palmeiras demonstra preocupação em conseguir um bom resultado para sair da sequência ruim. Nas últimas quatro rodadas no Estadual, foram dois empates e duas derrotas. A série levou o clube a perder a vantagem que tinha para os concorrentes na busca pela melhor campanha geral da primeira fase.

“Mesmo se não estivéssemos com a melhor campanha da competição, o clássico teria o mesmo peso. Sempre tem uma importância grande. A gente perdeu essa ‘gordura’ no campeonato, então temos que nos preparar muito bem”, disse Bruno Henrique. Já classificada para as quartas de final, o time encerra a primeira fase no domingo, contra o Ituano, fora de casa.

O São Paulo tem uma série de motivos adicionais para tentar evitar a todo custo uma derrota para o Palmeiras. Além de nunca ter vencido o rival no estádio, a equipe carrega um indigesto retrospecto recente diante de seus principais rivais no Paulistão: venceu apenas quatro vezes em 29 jogos contra Palmeiras, Corinthians e Santos de 2011 para cá. Foram 16 derrotas e nove empates.

Se não vencer, o São Paulo ainda continuará sendo o único dos grandes ainda sem ganhar clássicos no ano, depois de já ter caído diante do Corinthians por 2 a 1 no Pacaembu e do Santos por 1 a 0 em casa.

Os números incomodam, mas o discurso no São Paulo é de confiança. Nesta quarta, a preparação para o clássico encerrou com mais de 700 torcedores no CT assistindo ao treino. Uma derrota ainda pode reacender a pressão sobre Dorival Junior, que só venceu um clássico à frente do time (sobre o Santos, em 2017). Perdeu três e empatou um.

“Serão 11 contra 11, e fatores técnicos, táticos e emocionais vão decidir o jogo”, analisa o superintendente de relações institucionais do clube, Lugano. “É bom o jogador ter em mente o time que está representando, a torcida, a grandeza, a história. Tudo tem peso. A responsabilidade deles é entrar em campo e fazer um bom resultado.”

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