O Palmeiras das vitórias nos acréscimos na Copa Libertadores desta vez acabou punido até depois do período extra. Com o Allianz Parque lotado, o time paulista sucumbiu nesta quarta-feira ao nervosismo e, depois da vitória por 1 a 0 no tempo normal, perdeu para o Barcelona, do Equador, nos pênaltis por 5 a 4 e deu adeus ao sonho de conquistar pela segunda vez a competição. Bruno Henrique e Egídio desperdiçaram as cobranças, defendidas pelo goleiro Banguera.
Após derrotar Jorge Wilstermann e Peñarol nos minutos finais na fase de grupos, o Palmeiras seguiu roteiro parecido, como uma reprise de sofrimento. O pior foi frustrar os 38 mil presentes e dar adeus tão cedo ao um torneio tão sonhado e que acaba diante de um adversário inferior tecnicamente.
A reação da torcida ao resultado foi silêncio e incredulidade. O elenco formado para ganhar o Mundial, ainda no embalo do título do Brasileirão do ano passado, foi despachado em casa por um rival sem títulos internacionais no currículo.
O Palmeiras demorou 45 minutos para aprender a separar o desejo de ganhar a Libertadores do desespero. Depois de um primeiro tempo marcado por erros, o time se corrigiu na etapa final, porque resolveu pensar o jogo em vez de só correr para reverter a desvantagem de 1 a 0 trazida do jogo de ida.
O ambiente de decisão em plena fase de oitavas de final transformou o encontro no jogo mais importante do ano até o momento. A torcida incorporou essa ideia, ao fazer festa e seguir à risca a orientação do locutor do estádio para montar o mosaico antes do apito final.
A vontade em reagir logo e passar de qualquer maneira levou o técnico Cuca a escalar uma formação à altura do estilo afobado pretendido para o time. Com quatro atacantes de origem, a equipe procurou povoar o time titular de jogadores rápidos e com mobilidade.
A ausência de um meia de origem, aliada à pressa em resolver logo o jogo, deixou o time desordenado. Cuca percebeu a falha e ainda no primeiro tempo colocou Moisés para se aquecer. O meia mesmo recém-recuperado de cirurgia no joelho esquerdo e abaixo da forma ideal virou a esperança para corrigir um time atabalhoado e nervoso.
Mas, para o bem da torcida palmeirense, ele estava à disposição. O camisa 10 entrou no intervalo, iniciou a jogada de um contra-ataque e recebeu de Dudu para, aos seis minutos do segundo tempo, abrir o placar.
O gol movimentou o jogo. Cada time acertou a trave uma vez, o Barcelona perdeu uma chance clara e o Palmeiras parecia mais perto de fazer o segundo, embora o tempo passasse e o domínio da partida não se transformou em oportunidades, algo que custou muito caro.
Com a vitória por 1 a 0, a vaga nas quartas de final precisou ser definida nas cobranças de pênalti. Na primeira série de cinco cobranças para cada lado, Bruno Henrique bateu mal e o goleiro pegou. Menos mal para o Palmeiras que o Barcelona desperdiçou sua última finalização.
Mas, na nova série de cobranças, Egídio, um dos jogadores mais criticados pela torcida, bateu no canto e viu Banguera saltar para fazer nova defesa. Era o fim da meta do Palmeiras de levantar os troféus da Libertadores e do Mundial neste ano.
FICHA TÉCNICA:
PALMEIRAS 1 (4) x (5) 0 BARCELONA
PALMEIRAS – Jailson; Tchê Tchê, Mina (Edu Dracena), Luan e Egídio; Thiago Santos, Bruno Henrique e Dudu (Guerra); Róger Guedes (Moisés), Keno e Deyverson. Técnico: Cuca.
BARCELONA – Banguera; Pineida (Valencia), Aimar, Velasco e Arreaga; Minda (Segundo Castillo), Oyola, Caicedo, Ayoví e Erick Castillo (Diaz); Álvez. Técnico: Guillermo Almada.
GOL – Moisés, aos 6 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Castillo, Oyola, Edu Dracena, Thiago Santos, Caicedo.
ÁRBITRO – Néstor Pitana (Argentina).
RENDA – R$ 3.343.320,49.
PÚBLICO – 38.310 pagantes.
LOCAL – Allianz Parque, em São Paulo (SP).