Na última vez em que se enfrentaram, o Cruzeiro abriu três gols de vantagem e foi cruelmente surpreendido pelo Palmeiras com o empate. Ocorreu na Copa do Brasil. Desta vez, no Mineirão, mesmo jogando melhor, o Palmeiras voltou a ser surpreendido pelo rival com dois gols no primeiro tempo, um castigo para o visitante, que estava melhor. Havia pouco espaço para as duas equipes trabalharem. A marcação foi forte e justa. Ninguém queria perder bola. Desta vez também o Cruzeiro mostrou-se mais sólido e maduro e não permitiu reação. Ganhou por 3 a 1 neste domingo, chegou aos 17 pontos e se aproximou dos primeiros colocados do Brasileirão.
O Palmeiras amargou sua quinta derrota nesta edição da competição, na qual estacionou nos 19 pontos após vir de uma boa sequência de vitórias. Vai enfrentar na quarta-feira, às 21h45, no Allianz Parque, na próxima rodada do torneio, o seu mais respeitoso rival, o Corinthians, com uma diferença de 13 pontos atrás na classificação. No mesmo dia e horário, o Cruzeiro terá pela frente o Atlético-PR, na Arena da Baixada, em Curitiba.
Em duas ocasiões, sempre pelos lados do campo, o Palmeiras provou que queria jogo e que o Cruzeiro não poderia baixar a guarda mesmo em casa. Dudu e Egídio combinaram bem pela esquerda. Mayke ficou mais prezo à marcação de Alisson. A disputa era truncada. Aos 14, Bruno Henrique cobrou falta e assustou o goleiro Fábio. Aos 18, um lance capital para a sequência da disputa. Um pênalti de Murilo em Róger Guedes que o árbitro Péricles Bassols não marcou, tampouco teve dúvidas para consultar seus pares.
Os goleiros pouco fizeram no primeiro tempo. Na primeira bola em que foi exigido, Fernando Prass falhou. Aos 32, Thiago Neves chutou cruzado, de carrinho, e a bola passou entre as mãos do goleiro do Palmeiras: 1 a 0. Prass foi para o abafa agachado. Se estivesse de pé, teria feito a defesa. Foi o 11º gol de Thiago Neves na temporada e seu quinto no Brasileiro.
O Palmeiras tentou continuar no ataque, oferecendo perigo, mas não tinha um jogador de destaque, capaz de fazer a diferença. Dudu poderia ter sido esse cara. Não foi. O Cruzeiro manteve-se ajustado, com mais cautela. Aos 42, num chute de longe do lateral Lucas Romero, Hudson apareceu na trajetória da bola e desviou de cabeça, destruindo o posicionamento de Prass, o aniversariante do dia, que sofria o segundo gol. “Paramos de jogar e aceitamos o ritmo do Cruzeiro”, foi a explicação encontrada por Willian para justificar os dois gols sofridos na etapa inicial.
SEM REAÇÃO – O Palmeiras fez no segundo tempo o que se espera de um time que vai para o intervalo perdendo de 2 a 0. Ficou com a bola, reforçou o ataque com a entrada de Keno no lugar no lateral Maike e se lançou ao ataque, ora pelo meio, com investidas desenfreadas de Mina, ora pelas pontas com o próprio Keno e Róger Guedes. Foi dessa maneira que saiu o gol de Willian, aos 17 minutos, de cabeça.
O Palmeiras foi melhor do que o Cruzeiro no segundo tempo. Tinha esperanças de novo empate. Os donos da casa tiveram cautela, marcação dura e algumas jogadas de contra-ataque. Sassá tentou de cabeça e Prass fez boa defesa aos 30. Foi a única jogada clara de gol do time mineiro.
O Palmeiras teve mais chances. Fez a bola rondar a área da Fábio, tentou de todas as maneiras. Dudu poderia ter rendido mais. Deveria ter assumido a organização no meio. Não assumiu. Keno e Mina foram os mais perigosos. O Cruzeiro foi sólido. Desta vez, diferentemente do confronto da Copa do Brasil, o empate do Palmeiras não veio. Aos 47, Élber ainda fez o terceiro do time mineiro.
FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 3 X 1 PALMEIRAS
CRUZEIRO – Fábio; Lucas Romero, Léo, Murilo Cerqueira e Diogo Barbosa; Henrique, Hudson (Lucas Silva), Ariel Cabral e Thiago Neves (Élber): Alisson e Rafael Sóbis (Sassá). Técnico: Mano Menezes
PALMEIRAS – Fernando Prass, Mayke (Keno), Luan, Yerry Mina e Egídio (Michel Bastos); Bruno Henrique, Tchê Tchê, Zé Roberto (Rafael Veiga) e Dudu; Róger Guedes e Willian
Técnico: Cuca.
GOLS – Thiago Neves, aos 32, e Hudson, aos 42 minutos do primeiro tempo; Willian, aos 17, e Élber, aos 47 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Péricles Bassols (PE).
CARTÕES AMARELOS – Maike, Willian, Ariel Cabral, Dudu e Tchê Tchê.
PÚBLICO E RENDA – não disponíveis.
LOCAL – Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG).