Nenhum torcedor do Palmeiras gostaria que esse dia voltasse a acontecer e os primeiros meses do ano ajudaram a fazê-los acompanhar seu time do coração sem pensar neste sábado. Era briga pelo título no Campeonato Paulista e na Copa Libertadores. A partir de agora, a realidade é outra bem diferente. Em Itu (SP), o clube alviverde enfrenta o Atlético Goianiense, às 16h20, na estreia da Série B do Campeonato Brasileiro, com o intuito de dar início a uma vitoriosa campanha que fará o time voltar a elite nacional no ano de seu centenário.
Como não podia deixar de ser, o Palmeiras estreia na competição como o grande favorito ao título. Afinal de contas, o time alviverde é o único grande clube na competição. Representando o Estado estão também São Caetano, Guaratinguetá, Bragantino e Oeste, mas existem alguns clubes que chamam a atenção e merecem respeito como Figueirense, Avaí, Sport e América-MG. Mas nenhum deles é (ou deveria ser) empecilho ao Palmeiras.
Em campo, um time alviverde que prima pela vontade e raça, justamente como manda a cartilha da Série B, e que pede o apoio total da torcida. Para os mais supersticiosos, o dia será especial porque será o primeiro jogo com o novo uniforme, que lembra bastante o modelo usado durante a década de 1970, em especial no Brasileirão de 1973, quando comandado por Ademir da Guia e César Maluco, o Palmeiras sagrou-se campeão nacional. “Quem sabe dá uma inspiração extra”, disse o técnico Gilson Kleina.
A realidade é outra. Henrique, Charles, Leandro, entre outros, são os responsáveis por fazer o torcedor voltar a sentir orgulho desse time, que ainda nesta temporada já conseguiu um pouco disso, como nas partidas contra Libertad e Tigre, pela Libertadores. Mas a diretoria não tem ajudado. Com o aumento dos ingressos para R$ 60 o mais barato, o torcedor se afastou do estádio. Até a noite desta sexta-feira, 2.200 ingressos foram vendidos apenas.
O discurso entre os jogadores é que está na hora de esquecer o que ficou para trás e entrar em campo como um time grande. Sem medo de nenhum adversário e sabendo usar a força de sua camisa. Por isso, Gilson Kleina muda o estilo do time jogar e aposta em uma tática bem diferente da que ele mais gosta de escalar, que é o time com três volantes.
Agora o Palmeiras é ofensivo. Entre Kleber e Vinícius para formar dupla de ataque com Leandro, Gilson Kleina optou pelos dois e com isso sobrou para Wesley, que há tempos vive má fase e vai para o banco de reservas. Leandro e Vinícius cairão pelas pontas, enquanto que Kleber fica mais dentro da área e Tiago Real será o organizador das jogadas.
Na lateral, outra novidade. O marcador Marcelo Oliveira sai para a entrada do ofensivo Juninho. É o Palmeiras saindo para o jogo, como um favorito deve se comportar. Mas Gilson Kleina não esquece da marcação. “O futebol pede muita compactação e marcação e isso não pode ser só quando entrarmos em campo. Tem de ter leitura e iniciativa durante o jogo. Não é porque colocamos um time ofensivo que não vamos marcar”, avisou.