São Paulo (AE) – A torcida começou xingando e terminou gritando olé. Com Pedrinho de volta, tudo mudou no Palmeiras. Após um péssimo primeiro tempo e a derrota parcial de 1 a 0 para o Vasco, na tarde deste sábado, o meia entrou em campo encerrando três meses de afastamento por contusão e fez o time jogar. Resultado, um massacre: 5 a 2. Marcinho desencantou e fez três belos gols. No último da goleada, Correia pegou de primeira e correu para abraçar Paulo Bonamigo. Todos tinham prometido correr em dobro pelo treinador, que estava ameaçado de demissão.
"O responsável não era o professor e sim nós, que não estávamos jogando. Esse resultado mostrou a força que é o Palmeiras", disse o artilheiro da tarde, Marcinho. "O segundo tempo é o que o Palmeiras precisa fazer e não vinha conseguindo. O Palmeiras mostrou sua qualidade", completou Juninho.
Aliviado pela quarta vitória do time em 12 jogos sob seu comando e por ver a zona de rebaixamento distante, Bonamigo ganhou sobrevida. Antes do jogo, muitos conselheiros pediam sua demissão mesmo em caso de vitória e dirigentes do clube chegaram a conversar com Emerson Leão, demitido recentemente do Vissel Kobe, do Japão. Oficialmente, porém, a diretoria nega ter negociado com Leão e garante a manutenção de Bonamigo.
Susto inicial
O Vasco vinha sem nenhuma vitória fora de casa no Brasileiro e iniciou a partida recuado, com três volantes e muito respeito ao Palmeiras. Após os primeiros 15 minutos, o técnico Dário Lourenço percebeu a lentidão dos adversários e, atendendo aos pedidos de Romário, avançou a equipe. Deu certo e o atacante vascaíno fez 1 a 0, completando escanteio após falha do goleiro Sérgio, atrapalhado por Alex Dias.
O Palmeiras mostrava os mesmos problemas das últimas partidas – vinha de uma seqüência de só uma vitória em seis jogos. O time jogava só pela esquerda, como Bonamigo havia dito durante a semana que parecia um carro com pneu furado. Lúcio errava cruzamentos e Marcinho ensaiava arrancadas, mas sem produção efetiva. Na metade da primeira etapa, a torcida xingava o treinador e pedia Pedrinho, que não reunia condições de jogar mais que 45 minutos.
Nos minutos finais, Lúcio melhorou e acertou passes, fazendo o time chegar perto do empate, mas o argentino Sérgio Gioino só conseguiu finalizar com sucesso uma vez, mas em impedimento. A equipe desceu para o intervalo nervosa, vaiada e sob pedidos de novas contratações. Na volta, Cristian deu lugar a Pedrinho, que mudou a tarde palmeirense.
O meia trouxe qualidade técnica, apoio da torcida e, como se não bastasse, a sorte. Com apenas cinco minutos em campo acertou um chute de longe e, apesar da defesa tranqüila de Erivelton, os torcedores voltaram a apoiar. Pouco depois, bateu cruzado da esquerda e o zagueiro Éder marcou contra.
O empate tirou um peso das costas palmeirenses e a enorme deficiência técnica e física do Vasco apareceu. A meia hora final foi um massacre, onde brilhou Marcinho. Três belos chutes e três gols e o atacante, que tinha marcado somente uma vez no clube, desencantou.
Romário descontou e, nos acréscimos, Correia marcou outro belo gol e foi abraçar Bonamigo. Ufa!
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 5 X 2 VASCO
GOLS – Romário aos 19 minutos do primeiro tempo; Éder (contra) aos 14, Marcinho aos 18, 35 e 37, Romário aos 44 e Correia aos 46 minutos do segundo tempo.
PALMEIRAS – Sérgio; Correia, Leonardo Silva, Nen e Lúcio (Fabiano); Marcinho Guerreiro, Alceu, Cristian (Pedrinho) e Juninho; Marcinho e Gioino (Washington). Técnico: Paulo Bonamigo.
VASCO – Erivélton; Thiago, Éder, Alemão e Maciel; Ives (Abedi), Coutinho, Ygor (Júnior) e Dominguez (Willian); Alex Dias e Romário. Técnico: Dário Lourenço.
CARTÃO AMARELO – Ives, Gioino, Thiago, Alceu, Maciel, Willian, Éder e Júnior.
JUIZ – Wilson de Souza Mendonça (PE).
RENDA E PÚBLICO – Não divulgados.
LOCAL – Estádio Palestra Itália, em São Paulo (SP).