Pelo segundo ano seguido, o Palmeiras vai começar uma temporada com a responsabilidade de cumprir a expectativa dos elevados investimentos realizados no elenco. Nesta quinta-feira contra o Santo André, pelo Campeonato Paulista, o time leva a campo no estádio Allianz Parque, em São Paulo, a partir das 19h30, um elenco que precisou de aproximadamente R$ 55 milhões para ser montado.
A conta chega a esse valor pelos gastos realizados principalmente em luvas aos jogadores e comissões aos empresários dos recém-contratados. Dos seis novos atletas, três vieram sem a necessidade de se pagar aos antigos clubes pelos direitos econômicos (Lucas Lima, Gustavo Scarpa e Emerson Santos). Porém, como é de praxe no futebol, foi necessário arcar com essas outras despesas para garantir a chegada desses reforços.
Temas como favoritismo, investimento e contratações ao mesmo tempo ajudam e atrapalham o Palmeiras. Se por um lado o poderio financeiro contribuiu com reforços e para a ampla reestruturação do clube, por outro traz pressão e expectativas maiores.
Essa cobrança, por exemplo, contribuiu para o último ano ter sido abaixo do esperado. A temporada acabou sem títulos. Os treinadores que dirigiram a equipe afirmaram que a expectativa gerada pelos títulos nacionais em 2015 e 2016, seguidos por mais de R$ 100 milhões em contratações em 2017, deixavam o time ansioso para corresponder ao investimentos.
O técnico Roger Machado chegou ao clube no final do ano passado ciente deste excesso de expectativa. Nas conversas com o elenco, procurou diminuir a cobrança. “Falei para os jogadores que não podemos fugir da responsabilidade, mas será preciso brigar com outras equipes. Não se ganha nada de véspera”, disse.
O Palmeiras começará a caminhada no ano com dois reforços como titulares, entre eles o mais badalado. Com salário de cerca de R$ 600 mil e cinco anos de contrato, o meia Lucas Lima está confirmado no time. A outra novidade no clube é Marcos Rocha. O lateral-direito veio do Atlético Mineiro em troca por empréstimo com o atacante Róger Guedes.
Apesar das semelhanças com 2017, o clube começa o ano mais confiante. A diretoria preferiu fazer menos contratações. Os jogadores novos vieram ou para resolver necessidades pontuais ou representavam oportunidades no mercado. O Palmeiras considera ter sido mais preciso nesta janela de transferências.
Ainda assim, boa parte das contratações ficará fora desta estreia. O meia Gustavo Scarpa estará à disposição apenas para os jogos seguintes. A vinda dele custará ao Palmeiras cerca de R$ 23 milhões em luvas e comissões ao pai do meia e a empresários, valor a ser pago parcelado pelos próximos três anos.
O lateral-esquerdo Diogo Barbosa, trazido por R$ 6 milhões do Cruzeiro, se machucou na última semana e ficará fora. O zagueiro Emerson Santos sequer foi inscrito no Estadual e o goleiro Weverton, ex-Atlético Paranaense, perdeu a vaga após treinar como titular – Roger Machado optou por Jailson.