Depois de protagonizarem grandes confrontos na Copa do Brasil, Palmeiras e Cruzeiro novamente fizeram uma partida de alto nível, tensa, pegada e quente nesta segunda-feira no estádio Allianz Parque, em São Paulo. O empate por 2 a 2 frustrou a expectativa dos palmeirenses, que queriam a vitória para encostar no líder Corinthians. No final da 31.ª rodada, a diferença entre líder e vice-líder é de cinco pontos (59 a 54). No próximo domingo, os dois se enfrentam no estádio Itaquerão.

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O Cruzeiro se mostrou a pedra no sapato do time paulista na temporada. Depois de ter eliminado o Palmeiras nas quartas de final da Copa do Brasil, o clube mineiro breca a arrancada da equipe alviverde, que vinha de três vitórias consecutivas.

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Foi o primeiro resultado que não uma vitória do interino Alberto Valentim, que substitui Cuca e iniciou a arrancada alviverde. Ironicamente, a partida marcou o encontro do Palmeiras com o técnico Mano Menezes, seu preferido para 2018 – o cruzeirense decidiu permanecer no clube mineiro.

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Desde os primeiros minutos, o Palmeiras apostou no lado direito, com a velocidade e a facilidade de Keno e o apoio do lateral Mayke. Por ali, o time chegava com facilidade.

Outra estratégia foi a marcação na saída de bola, pressionando os zagueiros cruzeirenses. A prática, no entanto, mostrou-se uma faca de dois gumes. Quando subia a marcação, o Palmeiras deixava espaços na defesa. Foi um erro fatal. Aos 5 minutos, Diogo Barbosa recebeu lançamento pela esquerda e cruzou rasteiro. Juninho pegou de canela, em um lance bisonho, e fez gol contra.

Embora não tenha diminuído o entusiasmo da torcida, o gol deixou o Palmeiras afobado dentro de campo. No mesmo lance, Mayke e Tchê Tchê tentaram chutes de fora da área, todos estéreis que explodiram na zaga bem posicionada. Alberto Valentim reclamava da lentidão na transição, da defesa ao ataque.

Mesmo com defeitos, o Palmeiras dominou a partida e espremeu o rival em seu campo. Manteve a disputa elétrica, com passes rápidos e intensidade na recuperação. Além das jogadas pela direita – Keno estava bem -, o time mostrou pouca variação ofensiva. Sobraram cruzamentos na área. Aos 32 minutos, Borja cabeceou sozinho, mas errou por muito, jogando por cima. Mas o colombiano não desperdiçou a segunda chance que teve. Após cruzamento de Egídio – agora o time variou seu ataque -, Borja aproveitou o rebote e fez o seu quinto gol no Brasileirão.

Foi a senha para que o estádio incendiasse o time e começasse a gritar “Time da virada”. Foram duas chances perdidas, uma depois da outra, com Keno e Dudu. O Palmeiras se aproximou da virada. Acuada, a equipe mineira terminou o primeiro sem finalizar ao gol de Fernando Prass.

Quando conseguiu finalizar, o Cruzeiro levou perigo. No início da etapa final, Arrascaeta chutou, cara a cara, e Fernando Prass fez grande defesa. O time mineiro mudou a sua postura, fazendo com os meias se aproximassem mais de Rafael Marques. Buscando mais efetividade no ataque, Mano Menezes trocou o atacante pelo meia Robinho.

Bastou um minuto para a troca se revelar acertada. Após bola perdida pelo Palmeiras no meio – Juninho novamente estava no lance -, o ex-jogador palmeirense avançou sozinho e tocou, com categoria, na saída de Fernando Prass: 2 a 1.

O gol foi um balde de água fria no entusiasmo do time palmeirense, que esteve perto de fazer o segundo. Com o espaço proporcionado pelo rival e a bola nos pés, o Cruzeiro fez o que faz de melhor: tocou a bola.

Com Deyverson no lugar de Keno, sinal da mudança de estilo de jogo, trocando a bola no chão pelos cruzamentos, o Palmeiras continuou abafando o Cruzeiro. Aos 40 minutos, Borja marcou seu segundo gol no jogo, após cruzamento de Dudu. A bola aérea dava resultado, mas o sonho da virada parou nas mãos do goleiro Fábio.

FICHA TÉCNICA

PALMEIRAS 2 x 2 CRUZEIRO

PALMEIRAS – Fernando Prass; Mayke, Edu Dracena (Luan), Juninho e Egídio; Jean (Róger Guedes), Tchê Tchê e Moisés; Dudu, Keno e Borja. Técnico: Alberto Valentim.

CRUZEIRO – Fábio; Ezequiel, Manoel, Murilo (Digão) e Diogo Barbosa; Henrique, Lucas Romero, Rafinha, Thiago Neves e Arrascaeta (Lucas Silva); Rafael Marques (Robinho). Técnico: Mano Menezes.

GOLS – Juninho (contra), aos 5, e Borja, aos 34 minutos do primeiro tempo; Robinho, aos 18, e Borja, aos 40 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS – Lucas Romero e Robinho (Cruzeiro).

ÁRBITRO – Heber Roberto Lopes (SC).

RENDA – R$ 2.832.058,24.

PÚBLICO – 37.961 pagantes.

LOCAL – Estádio Allianz Parque, em São Paulo (SP).