O clássico entre Palmeiras e São Paulo, clubes que no primeiro turno do Campeonato Brasileiro sonhavam alto no topo da tabela de classificação, se resume neste domingo à briga por modestos prêmios de consolação às 17 horas, no estádio do Pacaembu, pela 37.ª e penúltima rodada. Enquanto o time do Morumbi tem a obrigação de vencer para ainda tentar ir à Copa Libertadores, o clube alviverde joga diante de sua torcida apenas para estragar os planos do rival.
Por meios distintos, os dois clubes tiveram trajetórias semelhantes na temporada. Ambos caíram na semifinal do Campeonato Paulista, beiraram a crise após serem eliminados precocemente na Copa do Brasil, caíram cedo na Copa Sul-Americana e chegam à reta final do Brasileirão pagando por um segundo turno medíocre. Enquanto o Palmeiras optou por afastar Kléber para se reabilitar, o São Paulo mandou embora Adilson Batista: nos dois casos, a ação das diretorias parece ter sido tardia e com efeitos pouco impactantes.
No São Paulo, que passou todo o primeiro turno no G-4, uma derrota neste domingo pode ter consequências desastrosas. Dependendo dos outros resultados, pode cair até para o 9.º lugar, complicando de vez as chances de Libertadores. Para um time que almeja manter Lucas e abriu os cofres para trazer Luis Fabiano, ficar fora da competição pela segunda vez seguida é algo impensável.
“O jogo que importa é contra o Palmeiras. Se não ganharmos, contra o Santos poderemos só cumprir tabela”, avisou Leão, durante a semana. O técnico, cuja permanência no cargo depende da vaga, promete botar o time no ataque ao manter o trio formado por Fernandinho, Dagoberto e Luis Fabiano. Contra o rebaixado América-MG, a estratégia agressiva deu certo e o time venceu por 3 a 1. A baixa hoje é Lucas, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.
Mesmo em situação melhor que os rivais, Leão evitou provocações. “O Felipão não precisa mais provar nada para ninguém”, disse o técnico. “Não é hora de provocar o vizinho. O Palmeiras sempre será digno por tudo que é e o que foi”.
No Palmeiras, a frustração é grande pelo desastroso segundo turno, mas a equipe joga neste domingo para tentar dar um pouco de alegria à sua torcida. Já que não dá para ganhar algo, que os rivais também morram na praia. “Vamos jogar para valer e tentar estragar os planos dos nossos rivais. É o jeito que temos para dar alguma alegria ao nosso torcedor”, disse o lateral-direito Cicinho. Em relação ao time, o único desfalque é o zagueiro Thiago Heleno, que está com dores no pé. Em seu lugar atua Henrique.