Palmeiras e Santos se encontram neste sábado, às 19 horas, no Allianz Parque, para testarem um contra o outro as armas mais fortes que exibiram até agora no Campeonato Paulista. Se o time alviverde confia na defesa menos vazada da competição e na estabilidade da marcação, o adversário vai para o clássico com a melhor campanha e o ataque mais positivo do torneio.
A equipe do técnico Luiz Felipe Scolari sofreu apenas dois gols na competição, marcados por Red Bull Brasil, na estreia, e pelo Corinthians, na única derrota até agora no ano. O Santos, do treinador argentino Jorge Sampaoli, construiu até aqui uma campanha marcada pelo futebol ofensivo. Foram 16 gols em sete jogos.
O clube da Vila Belmiro tem sido o destaque da competição, inclusive quando perdeu. O Santos ganhou três partidas por três ou mais gols de diferença, mas quando foi derrotado, pagou na mesma moeda: levou de 5 a 1 do Ituano. Como o oposto disso, o Palmeiras tem sido bem econômico nos placares e teve na última rodada um empate sem gols com a Ferroviária.
“De fora, eu vejo o Santos como um time que trabalha muito bem a bola. Do Felipão, é um time muito agressivo na marcação e no contra-ataque. Tenho certeza de que vai ser um grande clássico, de dois grandes clubes, de treinadores grandes”, comparou o meia palmeirense Bruno Henrique.
Felipão e Sampaoli terão no Allianz Parque o primeiro confronto da história como técnicos de clubes. No passado, a dupla se enfrentou como treinadores de seleções, inclusive nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2014. Os dois são os únicos técnicos em atividade no Brasil a terem no currículo trabalhos na Europa e também em Copas.
Apesar de as características das equipes mostrarem pontos fortes tão diferentes, ao menos nas entrevistas durante a semana as posturas convergiram. Um time passou para o outro o favoritismo no clássico.
“Chegamos com mais pontos nesse momento, surpreendendo muita gente, mas não acho que por conta disso, uma equipe duvidosa para grande parte da imprensa passa a ser favorito contra o time mais badalado do Brasil”, disse o lateral santista Victor Ferraz.
PREPARAÇÃO – Os dois clubes encerraram a preparação com treino fechado. No Santos, Sampaoli deve poupar três titulares para priorizar o jogo do meio de semana contra o uruguaio River Plate pela Copa Sul-Americana. Os escolhidos a ganhar descanso devem ser Victor Ferraz, Carlos Sánchez e Jean Mota.
No Palmeiras, Felipão deve dar uma voto de confiança para o atacante Carlos Eduardo, que teve atuação ruim no clássico com o Corinthians. A expectativa é pela entrada do atacante Ricardo Goulart durante o segundo tempo.
A tendência é o time começar com Borja e Dudu no ataque, além de Lucas Lima na armação. O meia marcou um gol sobre o ex-clube em clássico no ano passado e nesta temporada busca repetir a regularidade de 2018. “Ano passado foi muito importante pelo título conquistado. E pude participar bastante dessa conquista, sendo o jogador que mais atual pelo Palmeiras no Brasileirão, isso é motivo de muito orgulho”, comentou.
A partida no Allianz Parque marca a estreia de um novo setor no estádio. No começo desta semana, a diretoria e a torcida organizada Mancha Alviverde entraram um acordo para que a arena tivesse um local com preços mais acessíveis. A solução encontrada foi fixar o valor de R$ 50.
Por esse valor o clube venderá em todas as partidas 420 bilhetes. Os torcedores ficarão no setor Gol Norte, em um local com visão parcial para o campo. As entradas para esse local geralmente só eram colocadas à venda para as partidas quando a capacidade do estádio estava quase esgotada.
Os ingressos populares serão sempre vendidos na bilheteria do estádio na véspera das partidas. A redução no valor das entradas será ampliada também para o setor de visitantes. Essa mudança, no entanto, não terá impacto no clássico, que terá torcida única. Até a tarde de sexta-feira, o Palmeiras havia vendido 31 mil ingressos.